Miramez – Capítulo 85 do livro Médiuns

O Médium e a Doutrinação

E livrasse a todos que, pelo pavor da morte,
estavam sujeitos a escravidão por toda a vida.
(Hebreus, 2:15)

Temer a morte é não confiar na vida, é ser escravo da ignorância; se queres te livrar do  medo do desencarne, ajusta o teu íntimo com Cristo, que a verdade te libertará.

Propiciar saúde ao corpo e sanar os desequilíbrios psíquicos, fazer consultas médicas e tomar remédios, não é desconfiar nem temer a morte, é cuidar do aparelho físico que nos serve na jornada terrena.


A morte morreu, para quem conhece o Cristo. O progresso a matou, delineando vida em todas as direções e proporcionando esperanças em todos os rumos.

O médium está sempre ligado à doutrinação de Espíritos, tanto desencarnados quanto encarnados. A palavra mal conduzida pode provocar crateras nos sentimentos alheios, de difícil reparação.

Vê bem o que falas, principalmente com os irmãos fora do vaso da carne. Trata os Espíritos com amabilidade, sem que a imposição apareça em tuas conversações.

Expõe idéias claras, fazendo ver aos companheiros da eternidade que somos todos carentes de amor, não deixando que eles se impressionem com culpas. Firma a tua mente  no que tens de realizar no tocante ao bem comum.

Nos diálogos, deixa que eles percebam que não existem inimigos, que a própria ofensa vem com o destino sagrado de ajudar, que o que fez os dois conversarem em clima de fraternidade foi encaminhado pela dor, que estão juntos no perdão com freqüência, até esquecerem todas as ofensas.

Estimula a alegria e a esperança, porque nessa hora alguém está fazendo o mesmo contigo, sem que percebas.
A doutrinação de que falamos não é se colocar na posição de professor: é manter uma conversação livre, de maneira a que dois aprendam a ser úteis sob a influência de Jesus.

Mediunidade na área cristã pode ser sinônimo de trabalho, pois o sensitivo nunca deve parar suas pesquisas dentro e fora de si, catalisando verdades e acumulando experiências para que o seu coração seja um manancial de amor.

No entanto, procure ele a humildade, fuja da subserviência, não deixe o orgulho e a vaidade prendê-lo no egocentrismo. Vejamos a recomendação de Paulo aos Coríntios, 8:2

Se alguém julga saber alguma coisa, com efeito não aprendeu ainda como convém saber. O que já aprendemos efetivamente, tem participação de todos e, em primeiro lugar, de Jesus, na influência de Deus.

É bom que nos livremos do medo, para não ficarmos presos nos seus efeitos danosos. A criatura medrosa pouco participa da vida. O medo retrai a consciência e apavora a alma, de modo a ficar na morte até a verdade o libertar.

É recomendável ao médium que ao perceber a influência nociva em torno de si, desdobre os pensamentos de generosidade, estimule a esperança e dê freqüência à alegria. Depois desse exercício, não fique parado; procure imediatamente um trabalho, se possível na luminosa extensão da caridade.

Que ele não se revolte quando mal influenciado para não piorar a sua situação e a de quem, por ignorância, o influencia: que seja instrumento de paz. Como maltratar o nosso congênere somente porque é desencarnado e não despertou ainda para o bem?

Se temos o dom de perceber os sofredores fora da carne, sejamos complacentes no entendimento. Certamente ele está esgotado de amizade e de amor. Chamamos de morte o mal estar, o ciúme, o medo, o egoísmo, o ódio, etc.

Compete aos estudantes da verdade darem exemplos de como se libertar desses estados d’alma, que existem com freqüência no ambiente da ignorância. As vezes ficamos escravos da morte, não somente em uma vida na terra, mas em muitas existências, até aprendermos o caminho do Mestre, que nos libertará.

E livrasse a todos que, pelo pavor da morte,
estavam sujeitos a escravidão por toda a vida.