A visão Quântica

A visão Científica, Social e Política
da humanidade - Livro Além da Matéria
Joseph Gleber (espírito) e Robson Pinheiro

Desde o século XVII as disciplinas científicas ou aquelas que buscavam ser reconhecidas como tais, procuravam estabelecer o seu prestígio imitando o paradigma mecanicista newtoniano.

Diante da repercussão dos métodos da ciência de Newton, que procurava ver o mundo de uma forma empírica, conforme a proposta do modelo de física cartesiana, os cientistas procuravam explicar todas as ocorrências do universo e o próprio cosmos utilizando métodos que fossem capazes de controlar e prever mecanicamente qualquer fenômeno e evento do universo.

De uma forma obsessiva, os homens de ciência adotaram uma pseudo-sabedoria, que mais tarde se refletiria em outros ramos do conhecimento humano. Os modelos criados a partir de então para explicar o comportamento social e econômico dos povos passaram a refletir o método cartesiano próprio da física newtoniana.

Com uma análise puramente materialista e objetiva, os teóricos das ciências políticas, da sociologia e da economia, que representavam a área das ciências sociais, não conseguiram resultados representativos, pois que sempre evitaram em seus gráficos e coordenadas as noções dos valores humanos, dos ideais nobilitantes e não acordaram para o sentido espiritual em que todos se acham inseridos como indivíduos e como povos.

Esse modelo mecanicista, adotado pelos cientistas sociais para explicar o funcionamento da máquina dos governos humanos e as reações dos povos em seu movimento evolutivo, acabou se mostrando deficiente e ilusório, criando uma visão utópica da situação do mundo.

Tais métodos de análise dos fenômenos da civilização são inadequados por não levar em conta os valores que determinam os comportamentos dos seres e das coletividades; não avaliam as influências extrafísicas ou espirituais, as causas psicológicas mais profundas e a realidade transpessoal, que determinam a ascensão e a queda das civilizações planetárias.

A situação política e econômica dos povos da Terra pertence a uma realidade muito mais ampla e complexa do que pode ser previsto pelo método cartesiano, atualmente utilizado pelos cientistas sociais.

A sociedade apresenta-se à visão espiritual como um sistema vivo, ecológico e como um organismo composto de indivíduos que marcham pelo mundo impulsionados pelo livre-arbítrio e pelas forças ocultas da natureza. Tais elementos, improváveis de serem catalogados e analisados nos métodos científicos da Terra, são fatores importantes, que pesam na economia e na história dos povos terrestres.

Toda a evolução da sociedade é determinada pelas mudanças de seus sistemas de valores, o que implica a mudança de sua visão e percepção do mundo. Toda queda e toda ascensão de qualquer povo são realizadas com base nos paradigmas típicos de sua época, nas suas concepções e compreensão do mundo.

As sociedades humanas são guiadas nas vias de sua evolução mediante os valores acumulados durante a sua história. Impossível prever a marcha ascensional dos povos ou a situação econômica mundial sem levar em conta a importância dos valores desenvolvidos nas experiências milenares.

O bem-estar da humanidade de maneira alguma está vinculado ao consumo ou ao fator quantitativo expresso nos gráficos e nas análises de laboratório. A crise atual dos sistemas de governo deverá ser superada com a substituição da visão antiga, cartesiana, materialista, por uma visão ecológica, holística e integral, o que trará uma nova dimensão científica, compatível com a etapa mais ampla em que adentram as disciplinas sociais.

Modificar a situação social, política e econômica do mundo significa modificar os valores e a visão do próprio mundo. Eis que aí encontramos inserida a proposta social e econômica dos ideais do Evangelho, pregados por Jesus. Nesses ideais vividos e exemplificados pelo Cristo, verificamos uma profunda visão do fator social, um equilíbrio da economia e o princípio de uma política econômica e social, ao nos apresentar a proposta de repartir o pão para multiplicar os resultados de forma qualitativa.

No mínimo, a proposta cristã, tal qual nos apresentam Jesus e o pensamento espírita, é uma proposta renovadora e inovadora. Representa uma nova visão social, com resultados que poderão ser estudados e verificados ao longo do tempo.

A nova visão social da história do mundo leva em conta o componente espiritual e a interação espírito-matéria. Podemos nos aventurar a dizer que essa política divina tem elementos da física quântica, mais moderna que as teorias mecanicistas da física newtoniana, com seus métodos cartesianos.

Na visão quântica, quando o elétron deixa a sua posição no mundo das partículas e passa à dimensão classificada como não existencial, ou não perceptível, observa-se sua participação em duas realidades. O elétron passa a ter uma existência interdimensional. Participa de mundos diferentes, que se inter-relacionam, formando os campos e ultracampos.

Nessa visão mais moderna e atual do paradigma científico, observamos também a evolução da visão social e política do mundo. Para se avaliar a trajetória da humanidade, as alterações do comportamento do organismo social e as flutuações da política e economia dos povos, há que considerar os fatores espirituais e os valores desenvolvidos pelo ser ao longo de sua trajetória evolutiva.

Tais valores e fatores de natureza não física representam a realidade quântica ou o salto quântico; são campos formados pelo comportamento social em sua oscilação entre o mundo dos fenômenos materiais e o mundo “imponderável do espírito”, das causas causais, dos valores transpessoais e de sua realidade, que não poderá ser ignorada, sob pena de se perder de vista a marcha evolutiva a que se entrega a humanidade do planeta Terra.

Apresentamos essa nova visão, mais integral, do paradigma científico atual, que, de certa forma, está mais de acordo com a visão espiritual do mundo, como alternativa para que o homem moderno não se cristalize em suas observações. A visão holística e integral do ser, a ampliação da visão do mundo são pré-requisitos para a respeitabilidade da ciência no próximo milênio.

A utopia criada pela visão cartesiana do universo é a responsável pelos insucessos da ciência e pelas guerras desencadeadas ao longo da história da humanidade, exigindo a urgência de uma revisão dos valores, da mudança de paradigmas.

É preciso participar de dimensões diferentes, estudar o comportamento do indivíduo como se estuda o comportamento das partículas eletrônicas, adotando a conceituação evangélica e seus ideais como forma de transição para uma fase mais ampla de maturação psíquica, biológica e social da humanidade.
A visão Científica, Social e Política
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Joseph Gleber (espírito) e Robson Pinheiro

Método Cartesiano: A certeza cartesiana é matemática. Descartes acreditava, assim como Galileu e Newton, que a chave para a compreensão do universo era sua estrutura matemática. O método do filósofo francês consistia, pois, em subdividir qualquer problema em seus níveis mínimos, separando assim, “as peças que constituem o relógio”.

Ao reduzir cada coisa e tudo a seus componentes fundamentais, acreditava poder perceber as relações do particular com o todo e, de maneira mais clara, apreender o real. É um método analítico e reducionista.

Tomado como dogma filosófico que forjou o paradigma cientifico a partir do século XVII, esse pensamento exerce sua influência até os dias atuais. No passado, levou à atitude generalizada de reducionismo em ciência, impondo-se como único método válido.

Sistema vivo: Segundo a hipótese GAIA, proposta pelo químico James Lovelock, pela bióloga grega Elisabet Sahtouris e comentada também por Leonardo Boff e diversos outros autores, a Terra seria um super-organismo vivo. A teoria baseia seus argumentos, entre outros pontos, nas calibragens refinadíssimas de elementos físico-químicos e auto-organizacionais que somente um ser vivo poderia ter.

Fenômenos materiais: Como se vê, o espírito se refere aos fenômenos materiais em contraposição aos espirituais. No entanto, convém observar que tais fenômenos não são apenas aqueles observados na natureza, como furacões, terremotos e outros mais. Representam, por exemplo, na acepção do autor espiritual, os abalos sociais e econômicos e suas conseqüências sobre a população, as epidemias e suas conseqüências, entre outros aspectos.

Nova visão: O ser humano vivencia a si mesmo, seus pensamentos como algo separado do resto do universo, numa espécie de ilusão de ótica produzida por sua consciência. Essa ilusão é uma espécie de “prisão” em que ficamos restritos a nossos conceitos, desejos e ao afeto por pessoas mais próximas.

Nossa principal tarefa é a de nos livrarmos dessa “prisão”, ampliando o nosso círculo de compaixão, para que ele abranja todos os seres vivos e toda a natureza em sua beleza. Ninguém conseguirá alcançar completamente esse objetivo, mas lutar pela sua realização é por si só parte de nossa liberação e o alicerce de nossa segurança interior.

Visão holística: O termo grego “holos” significa total, completo, inteiro. Holístico é um adjetivo que se refere ao conjunto, ao todo, em sua relações com a parte; inteireza do mundo e dos seres. A visão holística traduz uma perspectiva na qual o todo e cada uma de suas partes estão estreitamente ligados.