Betsaida era o centro de
muitas atenções, devido à permanência, por algum tempo, ali, do Divino Amigo,
dos seus admiradores e, principalmente, dos irmãos da comunidade em Cristo. Nas
ruelas e praças, reuniam-se criaturas discutindo sobre a fama de Jesus, se ele
era realmente o Messias. Pairava no ar um composto de fé e de dúvida da massa
humana. Ao passar por esses grupos, alguns dos discípulos viam-se questionados
de todas as formas, e apenas abençoavam a todos, sem que a resposta fosse a
solução. Ainda não havia a ordem “ide e pregai”. A edificação doutrinária,
dentro de cada um, estava por se fazer.
O Mestre começara o plantio,
sem se descuidar da assistência aos seus companheiros do coração. Apareciam,
por vezes, certos agitadores para desmoralizar a doutrina nascente. Porém,
enquanto isso, surgiam novas curas, até mesmo no meio das agitações, e o
enfermo, cego ou paralítico, sentia, no íntimo, a presença de Jesus, e gritava,
correndo, o nome de Deus e do novo profeta. O ambiente contrário, na sua
premeditação, tornava-se força de fé, que se espalhava como um raio. Nas
cidades circunvizinhas crescia a esperança de muitos, avolumava-se a alegria
dos sofredores, e agigantava-se a convicção no colégio apostolar do grande
Nazareno.