Miramez – Capítulo 107 do livro Médiuns

Cura à distância - Miramez

Então disse Jesus ao centurião: Vai-te, e seja feito
conforme a tua fé. E naquela mesma hora o servo foi curado. (Mateus, 8:13)

Curar à distância é obedecer certas leis que iluminam a palavra. É, por assim dizer, dominar a emissão de fluidos pela força mental, como se tivesse frente a frente com o enfermo. É o amor começando a imperar no coração. Todavia, pede o bom senso o esquecimento da obstinação.

Certamente que nesse tipo de cura se faz indispensável a fé, pois ela assegura os direitos do transmissor, e multiplica as condições de receptor, sensibilizando todo o seu estado emotivo, ajudando assim na cura de todas as enfermidades.

Assim como na eletrônica podemos selecionar várias freqüências para transmissão de ondas eletromagnéticas, para as ondas mentais as leis são semelhantes. O sensitivo dotado do dom de curar, quando consciente das suas operações, ajuda muito aos Espíritos superiores encarregados desse trabalho de misericórdia divina.

No caso de Jesus, ele sabia o tipo de onda mental que poderia emitir, qual a freqüência mais apropriada em conjunção com a do enfermo e o motivo do seu desequilíbrio orgânico e, ainda mais, os Espíritos que operavam com Ele recebiam as Suas ordens e, imediatamente, executavam-nas.

Eis aí o caminho energético que se abria de Jesus ao doente a ser curado. Bastava uma palavra Sua, para que o enfermo se curasse. É como o “Faça-se a luz” do livro de Moisés, ou o toque leve do dedo humano no acendedor elétrico.

É imperioso que tenhamos fé, para que se realize a cura, e de maior proveito, quando a confiança palpita tanto no operador quanto no enfermo. Ainda temos muito a estudar acerca dos dons mediúnicos nos processos curativos, porque as forças do amor se dividem ao infinito, e cada divisão constitui mundos de fenômenos a assombrar os homens.

O Espírito encarnado está preso por deficiências biológicas e acanhamentos espirituais. O cérebro não oferece condições adequadas para o completo desenvolvimento da alma, como se processa com os grandes iniciados, mas vamos chegar lá.

A evolução nos promete a esperança e o progresso nos faz confiar nas promessas da luz. As curas à distância, propriamente ditas, vão desaparecer como as curas por meio de drogas. Para alguns, mesmo na Terra, já não existem. Porém, somente acontecem quando surge, no mundo íntimo, esse fenômeno: “Conhece-te a ti mesmo”.

De certa escala evolutiva em diante, cada indivíduo é médico de si mesmo. A verdadeira cura, o restabelecimento completo da alma, está dentro dela mesma, na engrenagem da própria vida, quando o tempo se encarrega de acionar. Mas enquanto isso não chega, ele usa os recursos de fora, no grandioso trabalho de sensibilizar as forças de dentro.

Nós, nestas mensagens, damos alguma ajuda com relação à ciência de curar, para que o interessado complete suas próprias experiências. Quantas pessoas, no transe da carne, já usam o dom de curar, em muitas das oportunidades, e usando métodos que o próprio doente nunca desconfiaria... Façamos, meu irmão, o mesmo.

Conversando com alguém, podemos, nos sons da palavra, doar-lhe algo mais. Ao ofertar-lhe um copo de água fresca, acrescentemos o que possuímos de divino. Ao fazermos um gesto, espalhemos fluidos curativos que restabelecem. Essas são inúmeras das portas de curar e, certamente, de ajudar os outros.

Assim como o edifício é sustentado pelo ferro e o cimento, as curas são apoiadas no amor e na fé. E se queremos curar à distância, mesmo os enfermos que desconhecemos, mesmo que ninguém nos peça por ele, mas já que ele faz parte da humanidade, exercitemos, meu filho, a fé, e trabalhemos para que o amor em nosso coração se irradie em todos os ângulos da vida.

Mateus notou:

Então disse Jesus ao centurião: Vai-te, e seja feito
conforme a tua fé. E naquela mesma hora o servo foi curado. (Mateus, 8:13)