Sinceramente,
por mais que me esforce, grande é a minha dificuldade para penetrar os enigmas
da cristalização do Espírito em torno de certas situações e sentimentos. Como
pode a mente deter-se em determinadas impressões, demorando-se nelas, como se o
tempo para ela não caminhasse?
O
tempo, para nós, é sempre aquilo que dele fizermos. Lembremo-nos de que as
horas são invariáveis no relógio, mas não são sempre as mesmas em nossa mente.
Quando felizes, não tomamos conhecimento dos minutos.
Satisfazendo
aos nossos ideais ou interesses mais íntimos, os dias voam céleres, ao passo
que, em companhia do sofrimento e da apreensão, temos a idéia de que o tempo
está inexoravelmente parado. E quando não nos esforçamos por superar a câmara lenta
da angústia, a ideia aflitiva ou obcecante nos corrói a vida mental,
levando-nos à fixação.