O ser humano, dissemos, pertence desde esta
vida a dois mundos. Pelo corpo físico está ligado ao mundo visível; pelo corpo
fluídico ao invisível. O sono é a separação temporária dos dois invólucros; a
morte é a separação definitiva. A alma, nos dois casos, separa-se do corpo
físico e, com ela, a vida concentra-se no corpo fluídico.
A vida de além-túmulo é simplesmente a
permanência e a libertação da parte invisível do nosso ser. A antiguidade
conheceu esse mistério, mas, desde muito tempo, sobre as condições da vida
futura os homens apenas possuíam noções de caráter vago e hipotético.
As religiões e as filosofias nos transmitem,
acerca desses problemas, dados muito incertos, absolutamente desprovidos de
observação, de sanção e, sobre quase todos os pontos, em desacordo completo com
as idéias modernas de evolução e continuidade.