Santo Agostinho e o autoconhecimento
Assim como sei que sou, sei também que me
conheço.
Agostinho – Astrid Sayegh
Toda a trajetória humana consiste em uma busca progressiva de respostas,
na qual
o homem procura superar a si mesmo em meio aos conflitos existenciais em
direção à almejada verdade libertadora. Efetivamente, importa em um primeiro momento
questionar: como se chegar a essa verdade? E ainda, o que é a verdade?
Ao se questionar qual o meio prático mais eficaz para se melhorar
nesta vida e resistir ao arrastamento do mal, Santo Agostinho responde em “O
Livro dos Espíritos”: Um sábio da Antigüidade vos disse: “Conhece-te a ti mesmo”. Tal aforismo, já inscrito no oráculo de
Delfos, nos leva inicialmente a entender que a libertação e alegria do Espírito
não consistem em um estado, mas em um processo de busca da verdade em si mesmo, o qual define-se,
consoante a pedagogia socrática, em dois momentos: “a ironia e a maiêutica”.