Responsabilidade e Consciência: — À medida que a
responsabilidade se lhe apossou do espírito, iluminou-se a consciência do
homem. A centelha da razão convertera-se em chama divina. A
inteligência humana entendeu a grandeza do Universo e compreendeu a própria
humildade, reconhecendo em suas entranhas a idéia inalienável de Deus. Conduzindo-se,
então, de modo racional, experimentou profundas transformações.
Percebe, nesse despertamento, que, além das operações vulgares
da nutrição e da reprodução, da vigília e do repouso, estímulos interiores,
inelutáveis, trabalham-lhe o âmago do ser, plasmando-lhe o caráter e o senso
moral, em que a intuição se amplia segundo as aquisições de conhecimento e em
que a afetividade se converte em amor, com capacidade de
sacrifício, atingindo a renúncia completa.
Até à época recuada do paleolítico, interferiram as
Inteligências Divinas para que se lhe estruturasse o veículo físico, dotando-a
com preciosas reservas para o futuro imenso. Envolvendo-a na luz da
responsabilidade, conferiam-lhe o dever de conservar e aprimorar o patrimônio
recebido, e, investindo-a na riqueza do pensamento contínuo, entregaram-lhe a
obrigação de atender ao aperfeiçoamento de seu corpo espiritual.