O Chamado

O ambiente era simples. Era, na verdade, um espaço dimensional estruturado na matéria extrafísica, que, por falta de terminologia mais adequada e moderna, chamamos de antimatéria. Fui convidado por Jamar a participar do evento, a fim de mais tarde relatar os acontecimentos aos companheiros da dimensão física, por meio da mediunidade.

Foi ao perceber os espíritos ali presentes que me senti, de repente, como um penetra numa reunião importante. Não fosse o convite de Jamar e de outros amigos espirituais, minha presença ali não teria cabimento.


Da dimensão física, chegava uma imensidão de Antimatéria, aqui, não se refere ao conceito que a física define, mas, como o autor esclarece, trata-se de um recurso linguístico para aludir à matéria extrafísica. Agentes desdobrados, de colaboradores dos diretores evolutivos da humanidade, de várias latitudes do planeta, conduzidos fora do corpo por emissários da espiritualidade.

Os arquivos da Alma

Mergulhado na vida corpórea, perde o Espírito, momentaneamente, a lembrança de suas experiências anteriores, como se um véu as cobrisse. Todavia, conserva algumas vezes vaga consciência dessas vidas, que, mesmo em certas circunstâncias, lhe podem ser reveladas. Esta revelação, porém, só os Espíritos superiores espontaneamente a fazem, com um fim útil, nunca para satisfazer vã curiosidade. (Allan Kardec, “O Livro dos Espíritos”, pergunta 399.)

E não é somente após a morte que o Espírito recobra a lembrança do passado. Pode dizer-se que jamais a perde, pois que, como a experiência o demonstra, mesmo encarnado, adormecido o corpo, ocasião em que goza de certa liberdade, o Espírito tem consciência de seus atos anteriores; sabe porque sofre e que sofre com justiça. (Allan Kardec, “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, capítulo 5, item 11.)


O estudo do perispírito, sua organização, suas propriedades, sua utilidade e necessidade na organização humana, suas possibilidades verdadeiramente fabulosas, encantadoras, constituem, por certo, uma das maiores atrações da Doutrina dos Espíritos.

Bataclan

Os atentados terroristas em Paris são como uma febre no organismo social. Dói, incomoda e leva a procurar um remédio. E a febre é apenas o sintoma de um drama de natureza moral e espiritual que nunca esteve tão elevado em toda a história da humanidade terrena. O terrorismo nada mais é que a velha necessidade do homem de anular a diferença para preponderar. No caso, usando a lamentável atitude de violência. O nome desse sentimento é poder.

Poder é a coroa de ouro das organizações mais sombrias de todos os tempos. É a mais antiga doença do ser espiritual que faz seu aprendizado nessa escola de provas e expiações onde o egoísmo ainda é soberano.


Uma espessa camada miasmática se forma na chamada psicosfera, a parte astral do planeta mais próxima da matéria física. Esse cinturão de sombras é o resultado dos dejetos mentais da mente encarnada e desencarnada. Culpa, medo, ódio e poder se aglutinam junto a outras matérias mentais formando essa nuvem cinzenta e com vida própria.

Um caso de loucura

Numa pequena cidade da antiga Bourgogne, que nos abstemos de nomear, mas que poderíamos dar a conhecer se necessário, existe um pobre velho que a fé espírita sustenta em sua miséria, vivendo tão bem quanto mal do medíocre produto que lhe traz a venda ambulante de pequenos objetos nas localidades vizinhas.

É um homem bom, compassivo, prestando serviço cada vez que disto acha a ocasião, e, certamente, acima de sua posição pela elevação de seus pensamentos. O Espiritismo lhe deu a fé em Deus e na imortalidade, a coragem e a resignação.


Um dia, numa de suas andanças, encontrou uma jovem viúva, mãe de várias criancinhas, que, depois da morte de seu marido que ela adorava, louca de desespero, e se vendo sem recursos, perdeu completamente a razão.

Atraído pela simpatia para com essa grande dor, procurou ver essa infeliz mulher, a fim de julgar se seu estado era sem remédio. A privação na qual a encontrou redobrou sua compaixão; mas, ele mesmo pobre, não podia lhe dar senão consolações.