Numa cidade estranha

Após a travessia de várias regiões, “em descida”, com escalas por diversos postos e instituições socorristas, penetramos vasto domínio de sombras. A claridade solar jazia diferençada. Fumo cinzento cobria o céu em toda a sua extensão. A volitação fácil se fizera impossível.

A vegetação exibia aspecto sinistro e angustiado. As árvores não se vestiam de folhagem farta e os galhos, quase secos, davam a ideia de braços erguidos em súplicas dolorosas. Aves agoureiras, de grande tamanho, de uma espécie que poderá ser situada entre os corvídeos crocitavam em surdina, semelhando-se a pequenos monstros alados espiando presas ocultas.


O que mais contristava, porém, não era o quadro desolador, mais ou menos semelhante a outros de meu conhecimento, e, sim, os apelos cortantes que provinham dos charcos. Gemidos tipicamente humanos eram pronunciados em todos os tons.

Renovação

As revelações dos Espíritos convidam naturalmente a ideais mais elevados, a propósitos mais edificantes. Para as inteligências realmente dispostas à renunciação da animalidade, são elas, sublime incentivo à renovação interior, modificando a estrutura fluídica do ambiente mental que lhes é próprio.

Se a civilização exige o desbravamento da mata virgem, para que cidades educadas surjam sobre o solo e para que estradas se rasguem soberanas, é indispensável a eliminação de todos os obstáculos, à custa do sacrifício daqueles que devotam ao apostolado do progresso.


A Humanidade atual, em seu aspecto coletivo, considerada mentalmente, ainda é a floresta escura, povoada de monstruosidades.

Companheiro – Ave Luz

Simão Pedro Bar-Jonas, natural de Betsaida, conhecedor profundo do sistema de trabalho mais amigo, talvez o mais antigo do mundo, que é a pesca, era homem simples e bondoso, porém, quando irritado, enérgico e, por vezes, violento.

Passados alguns minutos, arrependia-se de sua reação, chegando até as lágrimas. Os seus sentimentos variavam como as ondas do mar. Tinha muitas amizades por todas as redondezas. Seu irmão André o assessorava na pesca e era quem contemporizava com ele em certas discussões.


Pedro fechava o cenho por meras brincadeiras e sorria por um simples olhar. Eis alguns traços do apóstolo Pedro, o primeiro a ter o privilégio de ouvir o “segue-me” de Jesus.