Perseguidores invisíveis

No dia imediato, pela manhã, em companhia de entidades ignorantes e transviadas, dirigimo-nos para confortável residência onde espetáculo inesperado nos surpreenderia. O edifício de enormes dimensões denunciava a condição aristocrática dos moradores, não só pela grandeza das linhas, mas também pelos admiráveis jardins que o rodeavam.

Paramos junto à ala esquerda, notando-a ocupada por muitas personalidades espirituais de aspecto deprimente. Rostos patibulares, carantonhas sinistras. Sem dúvidas, aquela construção residencial permanecia vigiada por carcereiros frios e impassíveis, a julgar pelas sombras que os cercavam. Transpus o limiar, de alma opressa.


O ar jazia saturado de elementos intoxicantes. Dissimulei, a custo, o mal-estar, recolhendo impressões aflitivas e dolorosas. Entidades inferiores, em grande cópia, afluíram à sala de entrada, sondando-nos as intenções. De posse, porém, das instruções do nosso orientador, tudo fazíamos para nos assemelharmos a delinquentes vulgares.