Quando os aviões chocaram-se
contra as torres gêmeas do World Trade Center nos EUA, curiosos e jornalistas
narraram muitas histórias sobre pessoas que deveriam estar nas torres, naquela
manhã e não estavam. Citarei três breves narrativas.
1ª Num dos escritórios do prédio,
havia um jovem funcionário que resolveu comprar lanche para partilhar com os
colegas, pois, há alguns meses ele vinha comendo os lanches apenas e, naquela
manhã de 11 de setembro resolveu ser gentil e dar a sua cooperação, por isso,
atrasou-se e não morreu no atentado.
2ª Um alto executivo, vaidoso,
cuidador da aparência, resolveu por sapatos novos, um belo par de bico longo,
quadrado afinado, era legítimo couro de jacaré; como era novíssimo o sapato fez
enorme bolha e ele resolveu parar numa farmácia para comprar um
curativo, por isso, atrasou-se e não morreu no atentado.
3ª Era o primeiro dia de aula do
filho do chefe de um dos escritórios do prédio e, este pai, por nada no mundo
queria perder a cena de ver o filho entrando na primeira escola de sua vida de
estudante, por isso, atrasou-se e não morreu no atentado.
Qual seria o fator comum destas
três histórias? Vamos refletir juntos: Na questão 737 de O Livro dos Espíritos,
o professor Rivail questionou a espiritualidade: Com que fim fere Deus a
humanidade por meios de flagelos destruidores? Os amigos espirituais responderam:
para fazê-la progredir mais depressa.
A destruição é uma necessidade
para regeneração moral dos Espíritos. O Espírito é sempre o árbitro da própria sorte,
podendo prolongar os sofrimentos pela permanência no mal, ou suavizá-los e
anulá-los pela prática do bem". (O Céu e o Inferno)
As condições pára apagar os
resultados de nossas faltas resumen-se em três: Arrependimento, expiação e
reparação. O sofrimento é inerente as imperfeições.
Toda a imperfeição assim como
toda a falta traz consigo o próprio castigo nas consequências naturais e,
inevitáveis, assim a moléstia pune os excessos e da ociosidade nasce o tédio,
sem que haja mister de uma condenação especial para cada falta ou indivíduo.
Podendo todo o homem libertar-se
das imperfeições por efeito da vontade, pode, igualmente, anular os males
consecutivos e assegurar a futura felicidade. A cada um segundo suas obras, no
céu como na Terra: Tal é a Lei da Justiça Divina (O Céu e o Inferno).
As desencarnações podem ser
naturais, provocadas e violentas. As naturais, decorrem do esgotamento dos
órgãos e representam o encerramento programado das existências corporais,
segundo a Lei de Causa e Efeito e o planejamento reencarnatório do ser.
Os extremos da vida (infância e
velhice) são os períodos da existência em que a desencarnação se processa
geralmente com maior facilidade. Há almas reunidas em desencarnes no mesmo
momento temporal, porque possuem vínculos, muitas vezes datados de épocas
anteriores, e as circunstâncias de retorno à vida espiritual estava prevista pela
Lei de Causa e Efeito.
Trata-se da universalidade de
resultados: criaturas reuniram-se, reúnem-se e se reunirão para atuarem e progredirem
juntas, seja para reencarnar, seja para desencarnar. Há, portanto, provas
coletivas. (Obras Póstumas - As Expiações Coletivas)
As violentas encampam a
ocorrência de catástrofes naturais (enchentes, terremotos, maremotos, ciclones,
erupções, desmoronamentos, acidentes aéreos, automobilísticos, ferro ou
aquaviários, entre outros), sem desconsiderar a ação ou omissão humana, em face
da ganância e da corrupção, podem estar entre as causas que geram tais efeitos.
As provocadas resultam da ação humana no espectro da criminalidade e da
agressividade (assassínio, atentados, guerras).
O professor Carlos Toledo Rizzini
em sua obra Evolução para o Terceiro Milênio, classifica as desencarnações em: Desencarnação
Lenta: O Espírito passa por uma separação gradual e sem choques. Ex.: velhice e
doenças prolongadas. Desencarnação Súbita: O Espírito é apanhado desprevenido,
sem preparo. Desencarnações coletivas: Os Espíritos com débitos
semelhantes reúnem-se para uma expiação coletiva.
O conhecimento que nos tiver sido
possível adquirir das condições da vida futura exerce grande influência em
nossos últimos momentos; dá-nos mais segurança, abrevia a separação da alma.
Atitude da família - Leon Denis
diz: "no estado de perturbação, a alma tem consciência dos pensamentos que
se lhe dirigem: os pensamentos de amor e caridade, as vibrações dos corações
afetuosos brilham para ela como raios na névoa que a envolve; ajudando-a a
soltar-se dos últimos laços que a acorrentam à Terra, a sair da sombra em
que está imersa"
A prece pelos desencarnados têm
por fim, não apenas proporcionar-lhes uma prova de simpatia, mas também de ajudá-los
a se libertarem das ligações terrenas, abreviando a perturbação que segue
sempre à separação do corpo, e tornando mais calmo o seu despertar. (ESE,
cap.28, item 59).
Emmanuel, espírito, esclarece:
"Nós criamos a culpa e nós mesmos engenhamos os processos destinados a
extinguir-lhes as consequências. E a sabedoria divina se vale dos nossos
esforços e tarefas de resgate e reajuste a fim de induzir-nos a estudos e
progressos sempre mais amplos no que diga respeito a nossa própria segurança.
É por esse motivo que, de todos
as calamidades terrestre, o Homem se retira com mais experiência e mais luz no
cérebro e no coração, para defender-se e valorizar a vida."
Chico Xavier, no livro Pede
licença, capítulo "Desencarnações Coletivas" pergunta: Por que Deus
permite a morte aflitiva de tantas pessoas enclausuradas, como nos incêndios? André
Luiz no livro “Ação e Reação” capítulo 18 esclarece:
Piratas que afundaram e saquearam
embarcações indefesas, provocando inúmeras mortes, mais tarde, são reunidos pela
lei de atração em viagens aéreas onde a aeronave cai provocando a morte de
todos eles. Guerreiros que no passado arrasaram lares, matando mulheres e
crianças sob os escombros de suas casas, são, da mesma forma atraídos pela lei
de causa e efeito e renascem em áreas propícias a terremotos ou mal semelhante
e sucumbem nestas condições.
Narra o querido professor José
Raul Teixeira que em 17 de dezembro de 1961, havia, na cidade de Niterói - Rio
de Janeiro, um famoso circo. O pai de Raul prometera-lhe que ao voltar do
trabalho, à tardinha, traria o dinheiro para a entrada do circo.
Raul esperou, esperou, passou à
tardinha, chegou à noite e quando o pai retorna, já bem mais tarde, não havia
mais tempo para assistir o espetáculo. Raul ficou zangado com o pai, corou
muito.
Depois, chega a notícia: o circo
pegara fogo e centenas de crianças, das mais diversas idades morreram
carbonizadas. O atraso do pai do Raul foi providencial, pois, segundo o que
aprendemos com a Doutrina Espírita, ele, Raul não estava comprometido com a lei
para esta situação de desencarne.
Poderemos ler no livro
psicografado por Chico Xavier, ditado pelo Espírito de Humberto de Campos que aqueles
que morreram no incêndio do circo, em Niterói, eram os mesmos Espíritos que no
ano 177, na Gália, queimaram cerca de 1000 crianças e mulheres cristãs, na
França, na época do Império Romano.
Ainda mais um fato, uma família
morre queimada num violento acidente automobilístico e os espíritos esclarecem:
que aqueles que pereceram neste acidente, onde o carro pegou foro, eram os
mesmos espíritos, que um dia por vingança contra seu vizinho, na madrugada,
quando o vizinho dormia, colocaram fogo na casa, matando toda a família.
As lições que tiramos destas
narrativas: a importância de buscarmos o conhecimento do porquê da vida e
obrarmos cada vez mais de acordo com a Lei Divina e com o Evangelho do Mestre
fazendo ao outro tudo aquilo que nós gostaríamos que o outro nos fizesse.
Chico Xavier, ainda nos alerta
que quando a justiça divina vem cobrar as nossas dívidas e nos encontra na obra
do bem, recebemos uma moratória divina.
Observando ainda, quando as desencarnações coletivas acontecem, podemos e devemos ajudar, com as nossas preces rogando ao Divino Mestre Jesus que jorre sua luz amorosa, tanto sobre os familiares, como sobre as "vítimas", pois, prece é um poderoso recurso benfeitor para os que sofrem.
Texto extraído da palestra Desencarnações
Coletivas
proferida por Helena Bertoldo da
Silva, na Sociedade
Espírita Novo Horizonte, em Capão Novo , em 21/01/2012