Miramez – Capítulo 86 do livro Médiuns

Mediunidade

Porquanto há um só Deus e um só mediador entre Deus e os
homens, Cristo Jesus, homem. (I Timóteo, 2:5)

Mediunidade é um termo novo em velha função. Desde quando há vidas, há intercâmbio entre elas, de modo a acelerar o progresso. Combater a mediunidade é desconhecer a sua função benfeitora entre o Céu e a Terra.

Vejamos que Paulo, no capítulo acima mencionado, se refere ao Cristo, mediador entre Deus e os homens. Portanto, operou como Médium do Senhor, em favor da humanidade, e assim foram Moisés e os profetas.


Quando a obra da codificação afirmou que todos os homens são médiuns, enunciou uma grande verdade. Cada criatura, verdadeiramente, é um médium em potencial. Cada ser humano ou Espírito desencarnado pertence a uma escala que o dom mediúnico estende ao infinito.

Como Espírito desencarnado, notamos o quanto os homens são influenciados pelos que já passaram para o plano espiritual. Eles inspiram muito mais do que se pensa, de acordo com a sintonia que os liga aos encarnados.

Se queres saber com quem andas, analisa as tuas idéias, os teus sentimentos, a vida que levas, que a razão te dirá das tuas companhias espirituais. As que se aproximam de ti, fora dessa lei, é fruto da misericórdia divina, instrumentação de que Jesus é o mediador.

A misericórdia é a caridade dos céus para conosco, para que não fiquemos deserdados da bondade do Pai Celestial. Os Espíritos são portadores do mesmo dom mediúnico e sob a mesma lei são assistidos.

A vida é um fenômeno inexplicável, é Deus que se manifesta em toda a criação, é permuta de valores que se combinam a cada passo, enriquecendo-se em cada ambiente em que circulam.

Pensar que estamos sós, ou querer nos desmembrarmos das coisas e dos outros, é ilusão, porque a Lei maior não o permitirá. E, se tal coisa acontecesse, poderíamos assistir à morte de quem o fizesse.

Mediunidade é transmitir algo para alguém, é servir de canal por onde passam idéias ou coisas. O médium espírita serve de instrumento para as almas se comunicarem com os homens, afirmando, assim, a sua imortalidade ao deixar o corpo físico.

Quem é médium não inveje o outro, porque este bem tais e quais qualidades mediúnicas. A distribuição dos dons é esquema da divindade, que sabe colocar em cada ombro as responsabilidades que compete a ele desempenhar.

Meditemos no conselho de Paulo em I Coríntios, 7:24- Irmãos, cada um permaneça diante de Deus naquilo que foi chamado. A função de cada médium é aprimorar com amor todos os seus intercâmbios. O estudo, a meditação e o trabalho levarão todos ao ideal superior.

O dom mediúnico é como que um sentido além dos sentidos físicos, mas que se apóia nos mesmos, assegurado em leis que vibram no inconcebível.

E quando apoiado nos preceitos do Evangelho, coloca-se na plenitude evolutiva da humanidade. E para ser explicado, necessário se faz que se alterem as deduções dos homens, participando delas novas modalidades, onde o Espírito seja o agente dos fenômenos.

Um médium pode ser um apóstolo de Jesus, desde que se afaste do fanatismo, desconheça os julgamentos, estimule as qualidades boas, fale com discernimento, ajude sem exigir e trabalhe no bem comum; e por onde passar, procure ser uma luz, sem intentar convencer aos outros de que é iluminado.

Que ele analise bem o que pensa e cuide de vigiar muito as conversações, para que o seu trabalho não seja desmerecido pela boca. A mediunidade começa de Deus para Cristo, e Este se faz homem, derramando todo o estimulante do amor na humanidade, onde esse dom se intercruza em virtudes infinitas, para que conheça a esperança.

Porquanto há um só Deus e um só mediador entre Deus e os
homens, Cristo Jesus, homem. (I Timóteo, 2:5)