Numerosas vezes testemunhei a materialização de cristais, outras
pedras, crucifixos e medalhas nas regiões palmares dos médiuns de efeitos
físicos. Tais objetos são entregues a membros do grupo como magnetóforos ou
símbolos de proteção.
Essas pedras estão magnetizadas com energias desconhecidas,
capazes de desviar e neutralizar os fluidos negativos projetados como projéteis
por espíritos devotados ao mal. As peças como que brotam ou emergem dos tecidos
profundos das mãos dos médiuns, inexplicavelmente atravessam sua pele e são
depositados nas palmas de nossas mãos, que se acham encostadas na superfície palmar
dos sensitivos.
Com os médiuns Gilberto Arruda e Paulo Larossa, os fenômenos
foram por mim testemunhados em plena luz solar. É importante ressaltar que
praticamente não existe espaço real entre as duas mãos abertas e encostadas uma
sobre a outra, e mesmo assim sentimos as pedras emergirem das profundezas dos
tecidos orgânicos dos sensitivos.
Os próprios espíritos nos informam que o fenômeno se divide em três
fases principais: em primeiro lugar, há uma desintegração molecular e atômica
do material em seu local de origem; a seguir, ocorre o transporte desse
conjunto de moléculas através do éter, período este durante o qual
provavelmente se dá sua energização; e; finalmente, a reagregação molecular do
objeto no próprio corpo do sensitivo, de onde é expulso devidamente recomposto.
Parece-me que esses seres incorpóreos estão querendo nos demonstrar que
também conhecem a ciência do teletransporte. A referência mais antiga ao
teletransporte é encontrada em textos religiosos, como a Bíblia, em que
espíritos fazem desaparecer pessoas. O trecho seguinte parece sugerir o
teletransporte de Filipe, de Gaza para Azoto. “Quando saíram da água, o
espírito arrebatou Filipe e o eunuco não o viu mais; então prosseguiu sua
viagem, cheio de alegria. E Filipe foi para Azoto; e; partindo dali,
evangelizava todas as cidades, até chegar a Cesaréia”. (Atos dos Apóstolos
8:30-40)
O teletransporte de um objeto não é tarefa fácil, muito pelo contrário.
Para transportar um corpo precisaríamos conhecer a posição precisa de cada
átomo e cada elétron desse corpo, o que provavelmente iria violar o princípio
da incerteza de Heisenberg, que afirma que não se pode saber simultaneamente a localização
exata e a velocidade de cada partícula subatômica.
Mas, de acordo com a teoria quântica, é exatamente isso que a partícula
sabe fazer. Na verdade, toda a química, que explica as moléculas de qualquer
corpo, se baseia na ideia de que os elétrons podem estar em muitos lugares ao
mesmo tempo, e é essa partilha de elétrons entre dois átomos que mantém a
conformação das moléculas.
Sem a teoria quântica, todas as estruturas moleculares e atômicas,
dissolver-se-iam instantaneamente. Se então o elétron é uma onda de
probabilidades, como conjugar todas as ondas eletrônicas existentes em um corpo
qualquer, transportá-lo a longas distâncias e fazê-lo atravessar outro corpo
sólido como, por exemplo, uma parede? A mecânica quântica admite essa
probabilidade, mas acrescenta que o fenômeno demandaria um tempo maior que o da
existência do universo, ou seja, 13 bilhões e setecentos milhões de anos.
Outra possibilidade a se considerar seria a transferência do objeto a
ser teletransportado para uma dimensão diversa da que habitamos e a
reintrodução do mesmo no nosso próprio espaço. Isso acontece inúmeras vezes com
os elétrons que compõem o nosso corpo, mas se considerarmos que precisaríamos
sincronizar todos os bilhões de elétrons que possuímos em um mesmo salto
quântico, a situação se torna caoticamente difícil.
No entanto cientistas da IBM dirigidos por Charles Bennett provaram que
é fisicamente possível transportar objetos, pelo menos em nível atômico, usando
uma experiência conhecida como EPR, que são as iniciais de três grandes físicos
(Albert Einstein, Boris Podolsky e Nathan Rosen).
Os experimentadores conseguiram transportar fótons e átomos de césio,
afiançando que dentro de poucas décadas os cientistas serão capazes de
teletransportar a primeira molécula de DNA e o primeiro vírus. Tais pesquisas
colocam a ciência no caminho de um dia no futuro teletransportar tudo.
Como está mais uma vez claro, formidáveis e complexos mecanismos
físicos e químicos entram em jogo no fenômeno, e parece evidente que mais de
uma entidade imponderável aos nossos sentidos está engajada no processo.
Arrisco-me a afirmar que uma equipe inteira de inteligências altamente
qualificadas deve participar e aí, sou premido novamente a cair na tecla tantas
vezes reprisada em minhas palestras, meus artigos e livros.
Se esses seres, utilizando a neutralidade da energia ectoplasmática,
dela se valem para teletransportar cristais, espadas, punhais, pedras e tantos
outros objetos capazes de ferir e até matar, é porque, também agindo em
conjunto, dominam amplamente a tecnologia e a ciência transcendental necessária
à execução desses procedimentos.
Estamos lidando com ferozes adversários, dominados por ódio e rancores
cultivados por séculos e talvez milênios, que colocam a serviço do mal e da
destruição todos os seus conhecimentos científicos que estamos longe de
compreender.
Mais uma vez sou levado a concluir que, se não estivesse a Terra e a
humanidade que nela habita em seus dois planos, sob rigoroso controle de
entidades de altíssima hierarquia cósmica sob o governo do Cristo Planetário Jesus,
as consequências advindas da ação desses magos das trevas há muito teria transformado
o Planeta em um inferno pior do que o descrito por Dante.
Alguns dias mais tarde, Rocha Lima obteve o nome da infeliz entidade:
Tristão. Tratava-se de uma das inúmeras vítimas da terrível Inquisição de onde
o autor deste livro e seus companheiros de grupo são oriundos.
Que Deus de nós se compadeça e nos conceda a oportunidades de redenção!
Compilado do livro: Espíritos Decaídos Materializados
Autor: Paulo Cesar Fructuoso