A Bíblia profética

Ao pé da letra, a Bíblia é uma aventura
que pode levar à loucura – José Reis Chaves

A Bíblia tem uma linguagem chamada de profética (ameaçadora), e que é uma força de expressão dum momento de eloquência ou de nervosismo do profeta ou dum outro autor sagrado contra os erros do povo. Jesus mesmo teve esses momentos de condenações rigorosas contra a grande hipocrisia dos fariseus e dos vendilhões do Templo.

Assim, expressões do tipo: “Onde não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga” (Marcos 9:44 e 46) são proféticas, figuradas, e não devem ser entendidas literalmente. “Acaso tenho eu prazer na morte do perverso? - diz o Senhor Deus; não desejo eu antes que ele se converta dos seus caminhos, e viva?” (Ezequiel 18: 23). “Eu os remirei do poder do inferno, e os resgatarei da morte: onde estão, ó morte, as tuas pragas? Onde está, ó inferno, a tua destruição? Meus olhos não vêem em mim arrependimento algum.” (Oseias 13: 14.)

A Ciência em Kardec – 2 parte

1. Percepção da dor e visão: Nós já sabemos desde o século passado quais são os neurônios envolvidos na percepção da dor e das imagens visuais. O neurologista conhece todo o trajeto percorrido pela sensação de uma espetada na pele e que provoca dor. A mesma coisa para os objetos registrados pela retina e que o cérebro codifica em imagem. O que nós já sabemos, também, é que todo esse trajeto de vias nervosas representa apenas uma pequena percentagem nos dois fenômenos, a percepção de dor e a visão dos objetos.

Nos dois casos, o mais importante é o processo mental que interpreta a dor e que dá significado às imagens. Dizem os neurologistas que esse fenômeno mental depende de uma série de fatores. A maneira como expressamos a nossa dor e damos significado ao que estamos vendo está fortemente ligada à nossa cultura, à personalidade, às experiências anteriores, às memórias, ao ambiente. Na verdade, tanto a dor como a visão são processos mentais interpretativos, ou, como dizem neurologistas mais liberais, tudo não passa de “uma opinião pessoal”.

Vazio existencial

À procura de sentido entre os desencaixes sociais do
século XX e o vazio existencial do homem contemporâneo

O comportamento humano, na sua complexidade, se vê afetado por diferentes vetores. Num momento são os vetores familiares, como um pai amoroso ou negligente, uma mãe autoritária ou respeitadora das iniciativas dos filhos; noutros momentos são os vetores orgânicos, somados aos impositivos genéticos, biológicos, predispondo à harmonia ou à distonias pré-programadas desde o momento da concepção.


Somados a estes vetores, ainda temos a incidir sobre o comportamento de homens e mulheres os fatores antropológicos, aqueles que dizem respeito às nossas heranças originadas dos traços de culturas específicas, que reúnem os indivíduos em comunidades que sobrevivem ao tempo. Ao lado e em interação com os demais, aparecem os fatores espirituais originados antes mesmo da concepção, ora incidindo como fontes de bem-estar, de harmonia e equilíbrio, ora como fontes de desditas de difícil resolução.

Neste amplo espectro de influências, sem dúvida, não poderiam faltar dentre os determinantes externos que incidem sobre a esfera comportamental os condicionamentos sociais. Estes respondem pelas alterações estruturais da sociedade, de tempos em tempos, pelas mudanças econômicas, pelas modificações na forma de pensar da coletividade, a constituir novas subjetividades, as quais interferem e noutras vezes determinam o comportamento individual.