Não vos deixarei órfãos;
voltarei para vós. (João, 14:18)
A volta de Jesus, mencionada no versículo acima, dá-nos a entender variadas maneiras pelas quais o Mestre desce à Terra. Aos espíritas, afirmamos que a Doutrina Espírita é Jesus voltando, esplendendo na renovação dos conceitos cristãos.
E o raciocínio nos impulsiona a dizer que o novo estímulo evangélico é capaz de despertar, nos corações, o Cristo interno, aquele que ficará conosco eternamente. Essa é a versão mais elevada da volta do Cristo.
A volta de Jesus é feita por vias internas, e o Espiritismo se constitui num dos instrumentos, como o despertar de algo mais, acima da razão.
A volta de Jesus é feita por vias internas, e o Espiritismo se constitui num dos instrumentos, como o despertar de algo mais, acima da razão.
É uma luz que acorda a intimidade de cada um, como se fosse o Mestre abrindo os braços no centro da consciência, no domínio de todas as qualidades espirituais da alma; é novo dom que se aprimora, na escola do tempo, sob a égide do Grande Senhor.
Eis a volta d’Ele, nas nuvens dos pensamentos. Por esse método, o Cristo poderá ser muito mais visível do que em matéria palpável.
Poderá nos proporcionar maior felicidade, porque é nosso e ficará para sempre conosco, porque nós nos tornamos, pelos processos evolutivos, Espíritos livres, na dinâmica da verdade.
O médium, quando reconhece a solicitude do amor, quando a caridade faz parte do seu coração, sem que esse coração se iluda com a usura, enriquece sua mediunidade e ela abrirá as portas para um turbilhão de forças novas, pelas quais o Cristo aparecerá, como transformador do mundo íntimo.
As coisas de fora valem muito, quando bem endereçadas, para despertar as coisas de dentro.
E dentro desta luz que nos circunda, gerada pelo que somos, poderemos repetir o que Paulo afirma, em Filipenses, 4:13 “Tudo posso naquele que me fortalece”.
O homem que começou a conhecer a si mesmo e que freqüenta a escola da verdade mais acentuada, vai deixando de alimentar ilusões, como a de ficar esperando chegar à Terra, sobre as nuvens, o Cristo.
Apoiando-se no princípio da fé que desconhece a razão, há de sofrer as decepções que a própria ignorância cultiva.
O Cristo nunca nos deixará órfãos, mas, para tanto, não é preciso voltar ao planeta, fisicamente, pois Ele tem maior domínio sobre nós, quando livre das contingências da matéria.
A sua mente é um elo poderoso, ligado a Deus, e ao qual todos nós, que viajamos no barco terreno, estamos igualmente ligados.
Bastando que Ele queira, lançar-se-ão idéias de renovações sobre a Humanidade. E os Seus agentes, mais perto de nós outros, transformarão essas idéias em realidade, na seqüência que suporta a evolução terrena.
O progresso na Terra é comandado por Jesus, e Ele nunca teve pressa, mas faz com que se mantenha a marcha estabelecida pela lei.
O que faltava à Humanidade, e que veio na hora prevista, foi o Evangelho, para que tivéssemos onde apoiar o senso de equilíbrio e se nos aflorasse a consciência das coisas que deveríamos escolher.
O médium deve sopesar todas as idéias que porventura surgirem em sua mente e filtrá-las, em harmonia com os preceitos do Cristo.
Eis aí o valor dos Seus ensinos. Diante desse esforço, o Mestre voltará, dentro da nossa consciência, para que não fiquemos órfãos.
O Cristo verdadeiramente está voltando, por intermediário da Doutrina Espírita, para os espíritas que, ao despertarem para a luz, acordam a divindade em si, e a presença do Mestre torna-se permanente.
Quase sempre, nas nossas mensagens, deixamos algo para que o leitor complete, usando os seus próprios conhecimentos.
Deixa, meu irmão, a vida falar dentro de ti e para ti. O mistério nunca se acaba para nós; ele é igual à esperança: se deixar de existir, poderá desaparecer a alegria.
Alimenta esta verdade, que nós te ajudaremos no cumprimento desta maravilhosa profecia:
Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós.