Duplo Etérico - Livro Medicina da Alma
Joseph Gleber (espírito) e Robson Pinheiro
Ao observarmos a constituição físio-psico-espiritual do ser humano como a obra prima da criação divina, síntese de todas as experiências evolutivas já realizadas no Orbe terreno nos últimos milhões de séculos, vê-las-emos como um complexo mecanismo energético, iluminada pela razão e o sentimento, a caminho de outras formas de expressão da consciência, em sua marcha ascendente rumo às regiões luminosas das moradas angélicas, para onde demanda a nossa caminhada.
Desde as primeiras manifestações do principio inteligente na matéria, passando pelos diversos reinos que a natureza prodigalizou sob a orientação amorosa de Jesus, vê-se a mônada divina aperfeiçoando-se, materializando-se e desmaterializando-se nos campos experimentais do mundo das formas, adquirindo predicados que a enriquecem cada vez mais primorosas de expressão de sua intimidade divina.
No vai-e-vem das experiências vivenciadas e divinamente direcionadas, vemos a presença de um modelo diretor, organizador de suas manifestações em qualquer forma que se expresse, seja no plano denso da matéria ou no ambiente astralino no qual estagia o psiquismo em formação.
É no ambiente dos reinos inferiores que a mônada, ou o psiquismo adormecido do futuro arcanjo, começa a sensibilizar-se de forma intensa, ao mesmo tempo que, já no reino vegetal, começa a desenvolver as manifestações mais complexas de um duplo, composto das energias bioplasmáticas de que são constituídos os diversos seres integrantes desse prodigioso reino da natureza.
As análises realizadas pelos nossos irmãos encarnados no campo precioso do magnetismo, comprovaram há muitos anos, aos céticos de todas as procedências, a existência do perispírito e do duplo etérico nas experimentações de exteriorização dos recursos anímicos.
O duplo etérico exteriorizado ou dissociado do corpo físico, seja espontaneamente ou sob a ação magnética exterior, foi amplamente provado pelos estudiosos das ciências psíquicas, servindo para comprovar a existência e sobrevivência do espírito, sua atuação e independência na vida.
Foi pesquisada e comprovada a sua existência através de processos científicos desenvolvidos pelos companheiros encarnados, como fotografias, materializações e muitas impressões físicas observadas e comprovadas sobejamente por pesquisadores e médiuns que se dedicaram ao estudo da ciência psíquica.
No ser humano, o duplo etérico constitui a parte mais eterizada, ou menos grosseira, do corpo físico. Em sua constituição íntima encontra-se, além das substâncias físicas comuns, em vibração ligeiramente diferente, grande quantidade de ectoplasma como sendo a essência básica dessa contraparte etérica do corpo humano, cuja razão de ser está na distribuição equilibrada das energias provenientes do grande reservatório cósmico universal e sua transformação em fluido vital, encarregando-se de irrigar toda a comunidade orgânica do aparato fisiológico humano.
O duplo etérico é, assim como os outros corpos de manifestação da entidade pensante, uma conquista do ser em sua longa caminhada de evolução anímica, constituindo-se em elemento preciosíssimo na economia orgânica e na manutenção da saúde do ser humano.
Elemento de constituição delicada, de natureza etérica, ectoplásmica e de alta sensibilidade, o duplo etérico é altamente influenciável e se ressente em sua estrutura íntima do comportamento humano equilibrado ou não, do capítulo das virtudes ou viciações.
Além do seu potencial de centro distribuidor do fluido vital, o duplo reveste-se de importância maior, ao servir de base, quando exteriorizado, para a materialização de entidades espirituais que, manifestando-se para meus irmãos da Terra, demonstram que continuam vivos, com todas as suas faculdades anímicas que provam a não existência da morte e a continuidade da vida em outros campos vibratórios, em outras dimensões do universo.
Enquanto o corpo físico de natureza carnal e orgânica se manifesta num complexo polizóico celular, distribuído em órgãos, sistemas e aparelhos, objetos de estudo das ciências oficiais, o duplo etérico é formado de substâncias eterizadas do mundo terreno. São esses fluidos, constitutivos do duplo etérico, muito mais grosseiros ou materializados do que o fluido cósmico, sendo perceptível aos clarividentes como formando a aura que reflete a saúde do ser humano.
A utilização de matérias tóxicas como o fumo, o álcool ou mesmo substâncias consideradas medicamentosas, com teor tóxico inegável, afetam a estrutura íntima do duplo, desregularizando-lhe os centros de força e, por conseqüência, a rede de distribuição das energias vitais que irrigam as células do corpo físico.
O tabaco, o álcool e as drogas mais utilizadas pelo homem, envenenam-lhe as reservas vitais, obstruindo os centros de força que as distribui. A nicotina e o alcatrão, de forma mais atuante, corroem a própria matéria etérica de que é constituído o duplo, formando buracos, semelhantes às bordas queimadas de um papel, facilitando assim os diversos distúrbios que comprometem o equilíbrio psicofísico do ser humano.
Funciona o duplo etérico para o ser encarnado como um manto protetor ou uma tela eterizada que impede o contato constante e sem barreiras com o mundo astral, atuando também como proteção natural contra investidas mais intensas dos habitantes menos esclarecidos daquele plano e, ainda, protegendo o homem contra o ataque e multiplicação de bactérias e larvas astralinas que, sem a proteção da tela etérica, invadiriam a organização, não somente do corpo físico, durante a encarnação como a própria constituição perispiritual.
Quando através de seus desregramentos e vícios o homem passa a utilizar-se de substâncias corrosivas, como o álcool, o fumo, a maconha e outras drogas, ou quando no seu comportamento abusivo na esfera da moralidade, ele bombardeia a constituição etérica do duplo, queimando-lhe e envenenando-lhe as células etéricas, cria verdadeiras brechas por onde penetram as comunidades de larvas e vírus do subplano astral, comumente utilizados por inteligências sombrias para facilitar-lhes o domínio sobre o homem, ou mesmo o próprio assédio mais intenso, das consciências vulgares que se utilizam muitas vezes do ser encarnado para saciarem sua fome e sede de viciações, quando não, para acirrarem ainda mais a perseguição contumaz e infeliz sobre a pobre vítima de seus desequilíbrios.
A utilização de drogas mais fortes como a maconha, o LSD e a cocaína e seus derivados, bem como de medicamentos fortes cujos componentes químicos sejam inegavelmente tóxicos, violenta a tela etérica, rompendo-a. Sabemos que a lesão do duplo dificilmente se recompõe, donde vem a facilidade das pessoas que fazem uso de tais tóxicos verem verdadeiras monstruosidades e aberrações quando estão sob o seu efeito devastador.
Acontece que, sem a proteção dessa tela, que os manteriam naturalmente protegidos dos habitantes dos sub-planos astrais, começam a perceber as formas horripilantes, criadas e mantidas pelos seres infelizes que estagiam nas regiões mais densas do plano astralino. Falta-lhes a proteção etérica que violentaram pelo uso de drogas, estimulantes ou excitantes que lhes destruíram parte da proteção que a natureza os dotou, para a sua segurança na marcha evolutiva.
Embora essa destruição não seja completa, criando apenas rasgos ou brechas, utilizando-nos do vocabulário de meus irmãos, é verdadeiramente nociva a sua falta, pois o duplo é de essencial importância para o equilíbrio do ser humano e, quando isso acontece, além dos recursos terapêuticos comumente empregados nas casas espíritas para tais casos, deve-se promover a doação e a transfusão de fluido vital, ectoplásmico, para suprir a falta ou para revitalizar a parte afetada do duplo etérico.
É o duplo etérico o responsável pela metabolização das energias advindas dos chamados planos material e astral. Todo ser vivo, por meio de seu duplo etérico, mantém-se em relação direta com os outros elementos da grande família universal, através dos campos de energia que se interligam em toda a natureza.
Vindas de várias dimensões do universo, as energias do plano etérico da criação participam da formação e do equilíbrio do homem, ligando-o etericamente com os animais, vegetais e minerais, na troca incessante de recursos presentes na criação.
Todos esses planos, se assim podemos denominá-los, estão envoltos em uma rede de energia etérica que nutrem e revigoram os corpos de manifestações mais densas do ser humano, por isso as transferências de energias etéricas se realizam em todos os reinos da natureza, contribuindo tudo para o equilíbrio integral do ser humano.
Daí a necessidade do homem viver em harmonia com a natureza que o envolve e onde evolui. Assim, as questões relativas à ecologia deixam de representar apenas fatores de preservação externa para assumirem um papel de equilíbrio energético em que o homem é o maior beneficiado.
É necessário esclarecer aos meus irmãos que além das energias comuns nos reinos naturais que os antecedem na escala evolutiva, outras, de natureza eletromagnética, atuam para o equilíbrio da vida humana, como de todo o planeta em que vive.
São as energias astrais ou cósmicas, que vêm do espaço, de estrelas e planetas que emitem suas radiações entre si e, no caso presente a que aludimos, a Terra sofre a sua influência, como também envia-lhes a sua própria, em direção ao espaço intermúndio.
Essas radiações afetam todo o contexto da vida terrena, sendo que, no homem encarnado, é o duplo etérico o responsável pela metabolização e sutilização dessas energias, de forma automática, através dos vórtices ou chacras, conforme as circunstâncias vividas por ele.
Vemos, dessa forma, que os estados realmente saudáveis encontrados no ser, são o resultado de uma vivência harmoniosa com a atmosfera psíquica e moral, que contribui para o seu equilíbrio integral. Em vista de que o espírito está em vias de progresso e que a grande maioria ainda progride mais por força da Lei, de forma semiconsciente, com uma existência anômala e imprópria, fica difícil alcançar este estado de saúde integral, por seus próprios esforços volitivos, uma vez que sua vontade se encontra por vezes indisciplinada em meio às sinuosidades da jornada que percorre.
À medida que o individuo adquire maior experiência, entendimento e moralidade, conforme os princípios cósmicos que o Evangelho nos preceitua, posiciona-se cada vez mais acertadamente ante as energias que interagem em seu psiquismo e no fisiologismo de sua existência no plano das formas.
Vemos em Jesus um modelo a ser seguido pelos espíritos da Terra, fato este que é corroborado pela sua alta estirpe espiritual e pelos exemplos de convivência com os diversos reinos no grande ecossistema universal. Vemos na vida de Jesus, a integração com os animais, vegetais e minerais, num processo de transmutação e canalização de energias com vistas à elevação geral do ser humano.
Examinemos mais detalhadamente as lições evangélicas sob essa perspectiva e com certeza encontraremos farto material, que longe de se constituir em fatores místicos, nos indicarão um método de vida que nos facilitará uma integração maior com a vida universal.
Por isso, não nos cansamos de falar ao longo destas páginas, que o Evangelho do Cristo, com todo o seu alcance para a vida do homem, é ainda o único tratamento conhecido de eficácia comprovada, para debelar o sofrimento do ser humano, para solucionar os seus problemas morais que provocam as disfunções orgânicas ou fisiológicas, por impositivo das leis cósmicas, conduzindo-nos a estágios cada vez mais avançados de evolução anímica e, por conseguinte, a alcançar uma saúde mais perfeita, uma atitude mais equilibrada ante nós mesmos e ante a vida.
Retornando à análise do duplo etérico, vemos em sua estrutura, a existência de uma delicada rede de filamentos energéticos, responsáveis pela interação entre os diversos chacras, facilitando aos próprios vórtices, as suas funções de aferência ou eferência, nem sempre absolutas, mas variantes, sendo que tais canais ou filamentos, de há muito foram identificados pelos nossos irmãos encarnados na índia e demais regiões do Oriente, sendo denominados por eles como “nadis”, por onde circulam as energias etéricas e do fluido vitalizante que irrigam os órgãos do corpo físico, funcionando, para estas energias mais sutilizadas, como funcionam as artérias para o sangue.
Estes canais por onde circulam as diversas modalidades de energias que são processadas pelo corpo etérico, são de natureza hipersensível, sendo por isso diretamente afetadas pelo comportamento humano, mais ou menos como as células nervosas que lhe são uma continuação, ou materialização.
Embora pouco pesquisada por meus irmãos espíritas e, por isso mesmo, podendo causar certas reservas quanto ao que falamos, por escapar ao círculo do conhecimento ortodoxo, mas que não podemos ignorar, por constituir uma realidade a sua existência.
Tais filamentos existentes na constituição etérica humana, são muitas vezes obstruídas ou destruídas, devido ao uso, por parte do homem, de elementos tóxicos e venenosos, que afetam diretamente esse corpo de natureza menos densa, o duplo etérico, sendo os alcoólicos de natureza variada e o fumo os responsáveis mais comuns por tais obstruções energéticas, causando os variados distúrbios na circulação sanguínea, no sistema nervoso e nas disfunções dos chacras.
Muitos abusos na área alimentar provocam a obstrução desses canais ou filamentos, na área de atuação do baço e do pâncreas, promovendo, juntamente com diversas fatores emocionais, a disfunção nesses órgãos, facilitando o seu funcionamento irregular, causando enfermidades, que, apesar de catalogadas pela Medicina da Terra, são de difícil tratamento.
O duplo etérico assemelha-se à camada de ozônio que reveste o Orbe terráqueo, pois, na verdade, essa camada protetora da Terra, tem, por analogia, a mesma função do duplo etérico no ser humano. Quando é destruída a camada de ozônio do planeta, formam-se buracos em locais onde deveria haver a proteção natural, e assim certos raios solares penetram pelas falhas e produzem males nos habitantes imprevidentes do mundo.
Note-se como se assemelham os casos a que nos referimos, pois de igual maneira, como o homem destrói sua tela etérica pelo uso de material tóxico e corrosivo, faz igualmente com a camada etérica planetária, com o uso, em maior escala, dessas mesmas substâncias.
Há que se proceder a uma reeducação dos padrões humanos para entender o sentido universalista da Ciência Espírita, a fim de que o homem compreenda a grandeza em que se fundamenta os ensinos de tão grande Doutrina.
Observamos multidões procurando o serviço de médicos especializados ou de médiuns receitistas a fim de resolverem muitos de seus problemas de saúde, como se a Medicina terrena ou a espiritual possuíssem fórmulas de eficácia instantânea para a resolução de suas dificuldades, quando estas residem basicamente em sua própria postura de vida e perante a vida, esquecendo-se de que o homem não é apenas um agregado de matéria, mas um complexo de energias, um ser moral, uma individualidade eterna, de natureza sideral, que da sua postura intima dependem os seus estados enfermiços ou saudáveis, como a sua felicidade ou infelicidade.
O equilíbrio em todos os sentidos, no falar, no agir ou no pensar, é a fórmula única de manter a harmonia interativa do espírito imortal e dos seus corpos de manifestação no universo.
Igualmente, podemos afirmar que as questões relativas à ecologia defendida por muitos na atualidade, não se resolvem apenas com decretos governamentais ou intervenções políticas, mas é notório que os problemas enfrentados nas coletividades humanas são o reflexo dos problemas íntimos e a solução para qualquer deles é uma questão de reeducação e postura interior perante a própria vida.