Esta partícula, conhecida como "partícula de deus", ficou
popular depois que foi teorizada. Recebeu esse nome porque, segundo conta a
lenda, como ninguém conseguia encontrá-la, apelidaram-na de “goddamn particle”
(partícula maldita), mas os editores acharam que o nome mais apropriado seria “God
particle”.
Os cientistas têm suas ressalvas quanto ao nome, mas agora já foi.
O físico britânico Peter Higgs propôs sua existência em um artigo publicado
em 1964,
no periódico científico Physical Review Letter. Embora a partícula leve o
nome de Higgs, importantes trabalhos teóricos também foram desenvolvidos pelos físicos belgas
Robert Brout e François Englert.
Ela foi tão importante que construíram uma das maiores máquinas dos
últimos tempos, se não a maior, o acelerador de Partículas LHC (Large Hadron
Colider), situado em Genebra, Suíça, que tem, nada mais, nada menos, que 27 km de diâmetro. Muito além dos bilhões
gastos e mais de cem cientistas de todos os países envolvidos nesse projeto,
sua importância é incalculável, desde o “www” de nossa internet, até o teclado
touch, que conhecemos tão bem e adoramos.
Essa aventura fez com que recriassem o big bang, pois essa partícula
estaria presente no primeiro milionésimo de segundo após a grande “explosão” (que nada mais foi do
que uma singularidade). Feixes de prótons acelerados quase na velocidade da luz
(aproximadamente 330 mil quilômetros por segundo) colidiam, enquanto os
cientistas coletavam dados.
Isso foi feito inúmeras vezes, até que se chegasse à conclusão, quase cinquenta anos depois dessa teoria ter sido lançada, que ela estava, enfim, comprovada! E assim, o Prêmio Nobel de Física de 2013 foi oferecido, no dia 8 de outubro de 2013, ao belga François Englert e ao britânico Peter Higgs. Não poderia ser diferente, não é mesmo?
Essa partícula é essencial para consolidar o “Modelo Padrão”. Mas o que seria o tal do Modelo Padrão? Vou tentar simplificar com uma analogia. Entendam, porém, que, em se tratando de Física de Partículas, isso fica bem complicado, pois é um mundo muito abstrato. Na química, durante o ensino médio, conhecemos a “Tabela Periódica dos Elementos”, que fornece a massa atômica e o número atômico de cada elemento.
No caso do Modelo Padrão, podemos chamá-lo de “tabela periódica
das partículas”, ou seja, do que está dentro desses átomos. Na Tabela apresentamos
os metais, os não metais, gases nobres etc. No caso das partículas, temos os
quarks, os léptons, e os bósons mediadores, só que a sua formação será um pouco
mais complexa.
O higgs é o principal, pois é o responsável pela quebra da simetria
e por isso promove a massa de todas as outras, pois onde ele chega é “visto” como o
astro e todos se juntam a ele, criando, assim, a massa e me refiro à massa dos
átomos e de tudo mais que nos cerca. Ou seja, a partir dela é que nós existimos e
que existe tudo que está ao nosso redor e no nosso universo.
Durante o ensino médio, também conhecemos as quatro forças
fundamentais (“interação forte, fraca, eletromagnetismo e gravidade”) e
sabemos da unificação da eletricidade com o magnetismo, que gerou o
eletromagnetismo. Com o higgs, conseguimos unificar as três (Eletromagnetismo,
interação forte e fraca), mas não se iludam, a coisa não termina aí, pois ainda
falta a gravidade e a busca agora é pelo “gráviton”, uma partícula ainda mais
sutil que o higgs. Só que essa nova partícula, que ainda não é matematicamente
viável, pois ela possui muitos infinitos. Lembre-se de que toda a física é
baseada em muita matemática.
Contudo existe uma outra teoria, que é a candidata a levar à
unificação de todas essas forças, a “Teoria das Cordas”, que prevê, além das
quatro dimensões conhecidas, as três espaciais, cima/baixo (altitude),
norte/sul (longitude) e leste/oeste (latitude)) e o tempo (ou dimensão
temporal), como
mostra a “Teoria da Gravitação” de Albert Einstein, mais nove e que viveríamos
em uma delas.
Parece coisa de ficção científica, mas não é (a ficção científica
está mais próxima de nós do que podemos imaginar). Há outros aceleradores em
busca dessas dimensões, como, por exemplo o Atlas (A Toroidal LHC
ApparatuS - Dispositivo Instrumental Toroidal para o LHC), que leva esse
nome por possuir um sistema de eletroímã toroidal que está em busca dessas
dimensões extras. Ou seja, a Física vai muito além da nossa imaginação e o papel
dos físicos e dar asas a essa imaginação, tornando-a real.
Por: Cibele Sidney – Compilado da Oficina
da Net.