O ser humano é um complexo,
que pode ser avaliado sobre diferentes visões: científica, religiosa,
filosófica, holística, etc. Cada visão tem suas particularidades e
abordagens, que enfatizam as “cores” da sua proposta ou linha de pensamento. No
entanto, um ponto de convergência começa a se consolidar como aceito pela
maioria das visões: o componente energético do ser humano, e as suas interfaces com
a natureza e com os outros seres da criação.
Com o desenvolvimento
científico e os avanços tecnológicos, cada vez mais se estuda, diagnostica e
teoriza sobre energias no complexo humano, como o pensamento emite
energias, como se sintoniza e absorve energias do ambiente, etc. O
espiritismo kardecista enfatiza a questão energética do ser humano, colocando
o componente energético e suas relações como tão ou mais importante que o
componente material (físico, orgânico).
A base dos sistemas de
autoajuda está na mentalização positiva, ou seja, na geração de energias
positivas ao redor da pessoa. A natureza é um imenso oceano de
vibrações e energias, onde os seres transitam, influenciando e sendo
influenciado por essa torrente energética e vibratória. A
física quântica, com suas teorias complexas e revolucionárias, traz à luz da
discussão científica, o componente não material nos fenômenos da natureza, o elemento
“organizador” da estrutura material e de seus fenômenos.
As colocações que fizemos até
agora, visam chamar nossa atenção para a questão energética e sua influência e
relações em nossa vida. Vamos abordar a questão específica dos nossos
pensamentos e de nossa sintonia energética e vibratória. O ser
humano absorve energias das mais diversas, de forma automática, e as metaboliza
em sua estrutura energética, que o espiritismo denomina de “perispírito”.
Essa absorção e
metabolização, faz parte normal do funcionamento do complexo humano, ocorrendo
de maneira automática, ou seja, é um processo inconsciente ou transparente, numa
linguagem mais moderna, que ocorre independente da percepção ou decisão
voluntária da pessoa.
Essas energias absorvidas são
constituídas das “energias e vibrações” do ambiente em que estamos inseridos, e se
constituem de elementos presentes na natureza (como o Fluído Cósmico Universal,
radiações eletromagnéticas, etc.), de fluídos (emissões energéticas de
processos orgânicos ou perispirituais de outros seres da criação) e de
vibrações e pensamentos advindos de outros seres humanos ou espíritos.
A metabolização no nosso
complexo, transforma essas energias absorvidas em componentes específicos da
nossa “circulação energética”, distribuindo estes em todo o nosso organismo
físico e perispiritual, servindo como verdadeiro “alimento” para o complexo humano. Por
ser um processo automático, a absorção de energias pelo nosso organismo está
ajustada, naturalmente e automaticamente, ao padrão energético e vibratório
específico do indivíduo, ou seja, ao nível vibratório correspondente ao seu estado “mental
e espiritual” do momento.
Isso significa dizer que as
energias absorvidas pelo indivíduo são do mesmo padrão vibratório em que ele se
encontra no momento, ou seja, nosso complexo energético tem uma espécie
de “filtro”, que deixa passar apenas as energias com as quais afinamos e
sintonizamos. Evidentemente, um estado de desequilíbrio no nosso campo mental
e espiritual, promove imediatamente um reajuste no nosso sistema energético, o
que nos leva também a sintonia com determinado tipo de energia, que
passará a ser “filtrada” para o nosso sistema energético, incorporando-se, pela
metabolização ao sistema perispiritual e físico.
O equilíbrio ou o
desequilíbrio no campo mental e espiritual do indivíduo, determina,
portanto, que “qualidade” ou “tipo” de energia será absorvido por ele. Se
estamos equilibrados, harmonizados, vibrando no bem, nosso
“filtro” promove a absorção de “boas energias”, correspondentes ao nosso
“patamar vibratório”, bloqueando a absorção de padrões energéticos “ruins”.
Se estamos desequilibrados,
desarmonizados, invigilantes com nossos pensamentos, nosso
“patamar vibratório” se ajusta com energias “ruins”, e nosso “filtro” bloqueia
a absorção das “energias boas” e promove a assimilação de energias
desequilibradas.
É fácil deduzir que se
absorvemos um determinado padrão energético, com uma certa “qualidade”,
seja ela positiva (boa) ou negativa (ruim), a metabolização dessas energias
produz componentes energéticos de qualidade similar, que
se distribuem pelo nosso organismo físico e perispiritual, afetando-o com a
qualidade inerente ao tipo e qualidade da energia absorvida. Também podemos
inferir que o padrão vibratório (energético) absorvido, uma vez metabolizado em
nosso complexo perispirítico, reforça o estado vibratório (patamar) que
permitiu sua absorção, ou seja, reforçamos o estado de equilíbrio ou
desequilíbrio em que nos encontramos
Por isso é necessário a
vigilância constante sobre nossa sintonia “mental e espiritual” para que não
nos deixemos levar pelos pensamentos inadequados, pelas vibrações negativas, pelas
emoções descontroladas, pelos sentimentos menos dignos, pois
isso permitirá que iniciemos um processo de absorção de energias negativas, que
por sua vez reforçam nosso estado de desequilíbrio, o que pode, em persistindo
esta situação, colocar-nos em contato com seres desequilibrados, causar-nos
doenças e desequilíbrios físicos, psíquicos e espirituais.
Em contrapartida, a
vigilância para que nosso pensamento, nossa sintonia permaneça sempre elevada,
voltada a prática do bem, do amor e da caridade, permite que,
constantemente, fiquemos sintonizados e absorvendo as energias equilibradas, o
que reforça nosso equilíbrio e bem estar físico, psíquico e espiritual, trazendo
a sensação agradável de estar em sintonia com energias elevadas. Esse
é o retorno, a recompensa imediata de quem pratica o amor e a caridade. Traz o
prazer em se praticar o bem.
Ao entender este mecanismo, podemos
afirmar que é muito importante que busquemos, com um esforço constante, com
muita consciência, uma mentalização positiva para o nosso foco mental, para os
nossos pensamentos, em todas as etapas e momentos de nossa vida, em casa, no
trabalho, no lazer, no trânsito, de modo a garantir a sintonia com um “patamar
energético” mais elevado, com a consequente absorção e metabolização de
energias benéficas e reforçadoras de nosso comportamento no caminho do bem.
De outra forma, deve ser
evitado que nosso foco mental vague em paragens menos dignas. Temos
que zelar para que nosso pensamento não seja direcionado para as coisas
negativas e destruidoras. Não devemos focar a negatividade, os problemas, as
inconformidades, nem sintonizar com a desgraça, pois nesse caso nos
comportaremos como urubus, que voam alto apenas para focalizar a carniça, para
dela se alimentar.
Pensamento no bem, pensamento
calmo, pensamento positivo, pensamento criador, foco no amor e na
caridade. Esse é o caminho da mentalização, da sintonia e da absorção das boas
energias. Lembremo-nos que as palavras expressam pensamentos. Que saiam
de nossas bocas as boas palavras e de nosso coração as boas atitudes.
Devemos sempre ter em mente
que a energização que nos envolverá, depende, em cada instante,
apenas de nossa atitude mental, e que na aplicação prática de nossa
vida, a ligação com o alto se faz na aplicação das boas virtudes, com o
exercício constante do bem, seja em que atividade estivermos. Nosso bem estar
depende apenas de nós mesmos.
Carlos Augusto Parchen
Centro Espírita Luz Eterna –
CELE
Sociedade Espírita
Fraternidade – SEF