Há milhares de anos que os homens de ciência e os
espiritualistas estudam os sonhos; no entanto, poucos chegaram a
conclusões mais ou menos acertadas sobre esse grande mistério, que encerra
verdades grandiosas, misturadas com ilusões sem conta. Os
sonhos são de difícil interpretação, por pertencerem os homens a escalas
variadas na evolução espiritual. Podemos dividi-los em três tipos, como se
segue: sonhos de intercâmbio, sonhos de recordação (ou de regressão de memória)
e sonhos de criação mental.
Os primeiros são aqueles que nós poderemos chamar de
primeira porta para as “viagens astrais conscientes”. São
os sonhos-comunicações, onde a alma abandona o corpo temporariamente em busca
de novas forças no plano espiritual ou de encontros necessários à sua evolução.
Em seu estágio inicial a alma adormece com o corpo e, quando
sai, gira dentro da própria casa. No entanto, de vez em quando
é levada por hábeis benfeitores em pequenas viagens, como treinamento para
futuras excursões.
O sono do corpo é como que uma porta aberta para que a alma adentre a escola universal, onde o aprendizado é constante em todas as direções da vida. Ela, a alma, pode ou não se lembrar dos seus encontros no plano do espírito, dependendo das necessidades ou conveniências dessas lembranças. O Espírito, mais ou menos liberto da matéria onde se acha preso pelos laços da carne, respira na atmosfera rarefeita energias espirituais que lhe mantém o equilíbrio na volta ao fardo físico.
O sono do corpo é como que uma porta aberta para que a alma adentre a escola universal, onde o aprendizado é constante em todas as direções da vida. Ela, a alma, pode ou não se lembrar dos seus encontros no plano do espírito, dependendo das necessidades ou conveniências dessas lembranças. O Espírito, mais ou menos liberto da matéria onde se acha preso pelos laços da carne, respira na atmosfera rarefeita energias espirituais que lhe mantém o equilíbrio na volta ao fardo físico.
Entretanto, tudo depende do estado de evolução já granjeado pela
alma, pois que, existe aí uma escala extensa ou degraus a que o Espírito
pertence, na qual sofre o retorno de suas más ações e pensamentos ou goza de
determinada felicidade a que fez jus, de conformidade com a vida que leva no
seio da sociedade. Como já foi dito, o primeiro plano espiritual depois da Terra é
de “natureza inferior” e quem ali estagiar durante o sono físico fica preso, por
indução magnética, em função do que preparou na forja mental e na
expansão dos seus sentimentos na área em que vive. Ficamos atados pelas amarras
dos nossos pensamentos inferiores ou ficamos livres, no ambiente de amor que
construímos e que atinge a coletividade.
Esse primeiro plano é como que um campo de prisioneiros que
estão juntos por afinidade de sentimentos. Ele nos mostra o quanto
deveremos trabalhar para nos livrarmos dos ambientes indesejados, quando em
estado de sono e, certamente, em desdobramentos mais ou menos conscientes. Deus
nos criou dentro da harmonia e, para permanecermos nela, estabeleceu leis para
nos governar, na extensão infinita da Criação. O Espírito elevado é
obediente à vontade do Criador, procura por todos os meios possíveis aceitar
aquilo que não pode ser mudado e nunca tenta torcer as leis
espirituais, procurando viver dentro da harmonia universal.
O corpo humano jamais foi organizado para viver enfermo; a
saúde é o estado natural e a doença é, por assim dizer, um período transitivo
da alma no grande ajustamento cósmico. A dor é disciplina e os infortúnios são
avisos. Os problemas nos indagam como vão as nossas forças, levando-nos
ao equilíbrio. Precisamos ainda dessas manifestações da natureza, para a nossa
ascensão espiritual.
Falemos agora sobre os “sonhos de recordação”. Contrariando
muita gente que escreve sobre sonhos, a honestidade nos obriga a dizer que muitos
sonhos são apenas recordações de um passado distante ou de apenas algumas
horas. Queremos deixar bem claro que tudo é relativo, tanto no mundo físico
quanto no espiritual. Nesta classe de sonhos, entremeados com eles, aparecem formas
diferentes e, por vezes, comunicações mesmo com os Espíritos desencarnados.
Todas as regras têm exceções.
Por último, temos os “sonhos de criação mental”. A mente cria
imagens e, conforme a intensidade da força mental, as
formas astrais acompanham e obedecem ao seu dono, podendo mesmo ter aparência
de um ser vivente. Podemos, pois, viver rodeados pelas nossas próprias criações,
ou ideações e, em muitos casos, os nossos sonhos, os nossos encontros no mundo
espiritual, são apenas ilusórios. Nesse caso, desgastamos o
nosso psiquismo, porque em vez de haurir forças espirituais, as formas astrais,
nossas filhas, sugam de nós alimentos energéticos, qual crianças sorvendo o
leite materno.
O estudante espiritualista não ignora, mormente no século que
atravessamos, o poder do pensamento, cuja estrutura se enraíza nas fibras mais
íntimas do EU. De qualquer maneira, os fenômenos da mente, que exterioriza
forças e manipula energias para alcançar uma estabilidade espiritual no
decorrer do tempo, merecem um estudo mais acurado. O homem na Terra, seja qual
for a escala a que pertença, visualiza um futuro de luz. Para tanto, porém,
haverá de passar por muitos estágios, subir os degraus da grande escada que se apoia
na Terra mas se firma nos Céus.
Nós, quando ainda estávamos no plano terreno, já nos
interessávamos muito por essa ciência maravilhosa da projeção astral ou
desdobramento. Estudávamos muito sobre isso, pesquisávamos diversos autores,
bem como conversávamos com muitos companheiros que tinham desenvolvido esse
dom. E quando retornamos ao campo imenso do Espírito, continuamos o
nosso estudo, de sorte a nos fascinar muito mais, por encontrarmos maior
realidade.
Muitas experiências esquecidas na Terra foram relembradas com
detalhes sugestivos, trazendo para as nossas anotações maior riqueza de
conhecimentos. Tudo isso faz parte da mediunidade, que transcende todos os
acanhados campos da compreensão humana e avança no infinito, na
universalidade que é peculiar ao seu verdadeiro estado.
As viagens astrais serão o grande interesse do futuro de todos
os povos, pois asseguram para as criaturas a certeza da vida depois do túmulo e
conscientizam as pessoas da reencarnação e do valor imensurável do
Cristo porque, pela porta sagrada do sono, se adentrará na escola do Espírito,
onde o Evangelho é a base de todas as cogitações, ligado a todos os interesses
que nos prendem nas variadas faixas da vida. Se o Evangelho de Nosso
Senhor Jesus Cristo é difundido a todas as criaturas no mundo terreno, o é
muito mais no mundo dos Espíritos.
É aqui, no nosso plano, que ele é bem conhecido, porque é
entendido em Espírito e Verdade. Quem conhece os ensinamentos do Senhor e
começa a vivê-los, sente no coração os princípios de libertação, cujo avanço
depende de certo modo de esforço próprio, como sendo sementes lançadas na
lavoura interior. Não existe outro preparo maior e melhor do que o dado por Jesus,
em todos os Seus conceitos de vida. Eles são ensejo de entrada
para a verdadeira iniciação espiritual.
Temos acompanhado muitos homens com a finalidade precípua de
estudar com mais profundidade sua marcha de ascensão espiritual e acompanhar o
desenvolvimento dessa faculdade engenhosa de desdobramento consciente. Muitos
deles interrompem suas experiências por medo; outros, por preguiça de enfrentar
longos e porfiados preparos e, outros mais, como os Tomés, mesmo vendo e
sentindo, atribuem tudo ao subconsciente, por influência de muitas
escolas que o materialismo criou e sustenta no mundo. Não obstante, jamais
esmorecemos com tais ou quais procedimentos, por sabermos que nada se perde na
grande orquestração da vida.
Há pouco tempo assistíamos a uma conversa entre duas pessoas
afins, uma alimentando a ideia da outra, argumentando que a vida é uma ilusão. "Não
devemos nem perder tempo em pensar nessas coisas", asseverava uma.
"Tudo que os nossos sentidos registram como sendo verdadeiro, mesmo o
palpável, foi programado pelos nossos ancestrais, tomando a forma de sugestão
pelos arquivos da natureza. É de tanto ouvirmos isso das bocas dos
outros todos os dias, se processa em nós o condicionamento. Aliás, disso já
tratou um grande cientista russo, o Dr. Pavlov", finalizou.
Sabemos que a evolução é, sobremaneira, demorada; entrementes,
mesmo sendo assim, nunca deixa de avançar, queiramos ou não. E os
que negam hoje, certamente irão aceitar a realidade amanhã.
Nada, felizmente, nos assusta, principalmente essas atitudes de determinados
homens, que vivem na faixa terrena e em estágio evolutivo estacionário.
Ao Brasil está destinado um grande desempenho na programação
evolutiva dos povos. Daqui, desta nação abençoada, irão jorrar luzes
para todas as direções do planeta, a fim de despertar os
corações para Cristo e para Deus, e ser-nos-ão dados todos os recursos no
sentido de ajudar mais.
A Doutrina Espírita não é o que os homens queiram fazer dela
através dos séculos; quem pretender torcer o seu destino grandioso no seio da
sociedade será retirado como palha imprestável e queimada como joio sem
interesse. Serão chamados os verdadeiros discípulos, para que deem
exemplos do verdadeiro amor e da caridade e esses instrumentos dos
Espíritos superiores já se encontram, em quantidade suficiente, animando
corpos, ainda no anonimato, no meio dos homens, mas que, na hora
certa, atenderão ao chamado do Divino Mestre.
Nos céus da nação brasileira se encontram muitas falanges de
Espíritos puros, com a sagrada missão de difundir as verdades espirituais.
Ninguém deterá essa marcha, por ser ela executada sob as ordens de Deus, para a
paz dos seres humanos. Não há mais dúvida para os espiritualistas sobre a
realidade da reencarnação, sobre a comunicação dos Espíritos com as criaturas
encarnadas e sobre a continuação da vida após a morte.
Enquanto alguns querem se fazer de esquecidos das verdades
eternas, nós outros, do plano espiritual, trabalhamos todos os dias, avivando
cada vez mais a noção iluminada da vida do Espírito. As
escolas na erraticidade não se fecham. São elas abençoados pousos de educação
das almas em trânsito e o tempo, como força de Deus, vai nos mostrar a colheita
do que ora plantamos em todos os corações de boa vontade. Repetimos,
nada se perde, principalmente o Bem que se prega, que se ensina e que se vive!
Compilado por Harmonia Espiritual do livro
Viagem Astral – João N. Maia e Lancellin (espírito)