Parte I – Plano Físico - Eletricidade
Corrente Direta: A corrente direta (também chamada contínua), é
a que corre de um lado para outro do fio, sempre na mesma direção; ou seja, os elétrons entram por um lado do fio e saem
pelo outro lado.
Segundo a convenção entre os cientistas, eles caminham do polo negativo para o polo
positivo (embora o certo seja o contrário: mas os nomes dados aos polos
foram errados desde o início, e os cientistas ainda não quiseram consertar as
coisas, não se sabe por que).
Corrente Alternada: Na corrente alternada os elétrons não caminham, mas
simplesmente se agitam, sem sair do mesmo lugar. E como a vibração é um vaivém
constante, para a direita e para a esquerda, dizemos que a direção da corrente
é alternada.
Abastecimento: Para que haja uma corrente, de qualquer tipo, é
indispensável que os fios estejam ligados a um abastecedor, seja ele um acumulador, uma bateria ou um gerador de
eletricidade.
Ligação com o Alto: Todas as criaturas humanas
têm uma capacidade elétrica, como vimos, porque o próprio corpo é um eletrólito. Essa eletricidade estática pode
ser transformada em corrente, seja
ela direta ou alternada, se o indivíduo se ligar a um abastecedor de força.
Temos assim que a corrente elétrica poderá
ter curso se a pessoa se ligar a um acumulador
(unir‐se a outra pessoa com
vibração suficientemente forte), a uma bateria
(reunir‐se a uma corrente de
pessoas) ou a um gerador (à Força
Cósmica, por meio da prece).
Uma vez excitada a corrente na criatura
(quando esta, entra em estado de transe) com seus elétrons em forte vibração, sua sensibilidade fica aumentada de
muito, e suas válvulas (certas glândulas) conseguem fazer passar as
comunicações telepáticas de outros Espíritos – encarnados ou desencarnados.
A ligação, que comparamos a um acumulador, é
feita de dois modos: direta por contato,
ligando‐se os fios a uma pessoa
(encarnada ou desencarnada), ou por
indução, quando a criatura (encarnada ou desencarnada), sendo possuidora de
forte campo elétrico e magnético,
envolve o médium nesse campo, excitando‐lhe os elétrons e produzindo a corrente.
Evidentemente, a ligação será muito fraca
quando se tratar de um simples
acumulador; mais forte quando for uma bateria,
e fortíssima quando se tratar de um gerador.
Daí haver necessidade, nas reuniões desse
gênero, de que a corrente mediúnica da
mesa seja firme, segura, que haja, como se diz vulgarmente concentração, ou seja, que todos
ajudem, com um pensamento uníssono, a formação do campo elétrico que permita, àquele aparelho que deverá registrar
os sinais telepáticos enviados de fora, uma sensibilidade apurada e uma seleção de sinais (evitando assim
interferências).
Intensidade: Logicamente,
a corrente poderá ter maior ou menor intensidade, dependendo, portanto, da
fonte alimentadora. Medimos a intensidade em ampères.
Assim, a quantidade da corrente que percorre
um fio será tanto maior, quanto mais ampères tiver. E o ampère é medido pelo aquecimento do fio. Certos fios não resistem a
amperagem alta; outros resistem melhor e permitem um acréscimo de quantidade de
corrente.
Ligação com os Espíritos: Assim medimos a capacidade
mediúnica de uma pessoa; algumas possuem capacidade para receber Espíritos de alta energia; outras só
podem receber comunicações de Espíritos
afins em força. Raros são os aparelhos que suportam quantidades grandes de
fluidos elétricos, sem lhes opor resistência.
Resistência: Qualquer
condutor de eletricidade, por melhor que seja, opõe uma resistência (faz uma
oposição) à passagem da corrente. Essa resistência é medida em ohms, e há leis estabelecidas
para medi‐la: o comprimento do fio,
sua grossura, a temperatura e o material de que é construído.
Assim, a resistência será maior: a) se o fio
for mais comprido; b) se o fio for mais fino; c) se a temperatura for mais
elevada, e vice‐versa. Quanto ao material,
um exemplo: o ferro opõe 6 vezes mais resistência que o cobre.
Impedância: Na
corrente alternada, a resistência da
bobina tem um nome especial, é a impedância. O fio se opõe muito mais à corrente
alternada que à corrente direta.
Isto porque, na corrente direta os elétrons simplesmente atravessam o fio de um
lado para outro, então a resistência é uma constante.
Já na corrente alternada, os próprios elétrons do fio são agitados num campo
magnético que varia continuamente; e essa variação do campo magnético “sufoca” e diminui a corrente, em sua
intensidade.
Resistência dos médiuns: No fato mediúnico observamos
com frequência tanto a resistência
quanto a impedância dos aparelhos
(médiuns). A resistência
é
oposta às comunicações telepáticas que lhes chegam. Sentado a uma mesa de
trabalhos, com a bateria boa, o médium
sente os sinais elétricos que lhe chegam à mente, e resiste, nada manifestando, por causa do temor de que esses sinais
não venham de fora, mas de dentro dele mesmo.
Isto é, que não seja a comunicação de um
Espírito desencarnado, mas apenas de seu espírito encarnado. Em outras
palavras: teme, que não seja uma comunicação, mas simplesmente um caso de animismo.
Numa sessão bem orientada, o que se quer é coisa boa, não importando a fonte de onde provenha. Se a
comunicação é boa, sensata, lógica, construtiva, que importa se vem de um
Espírito encarnado ou desencarnado? Se nada vale a comunicação, deve ser
rejeitada, venha ela de uma ou de outra fonte. A razão é que deve ter a última palavra.
Mas além dessa resistência à corrente direta, e que geralmente é consciente, existe também a impedância, ou seja, a resistência
quase sempre inconsciente à passagem
da corrente. O médium não faz de propósito: ao contrário, conscientemente se
coloca “à disposição”.
Mas sem querer e sem saber, não deixa que
seus órgãos especializados vibrem
suficientemente para permitir a eletrificação do fio. E a comunicação não
se dá.
Pode ser que essa resistência (ou melhor, impedância) seja resultado de fatores
estranhos: a questão do material que lhe constitui o corpo físico e que torna difícil a eletrificação. Se, por exemplo, se trata de uma pessoa frígida e
indiferente, haverá muito mais dificuldade do que com uma pessoa sensível e
amorosa, sobretudo se estiver “apaixonada”.
Assim o comprimento do fio: se a comunicação
é feita de longa distância, é mais dificilmente recebida. Se a temperatura da
sala é quente, a comunicabilidade é mais imperfeita. E também a temperatura do
corpo do médium influi. Tanto assim que os melhores aparelhos registram baixa temperatura do corpo,
além de baixa pressão sanguínea: é
típica do médium a hipotensão.
Outro fator de impedância é a variação do campo magnético, isto é,
quando a corrente mediúnica está
fraca ou insegura: quando seus componentes se distraem com facilidade. Quando
há elementos fracos, diminuindo a capacidade da bateria.
Um acumulador pifado inutiliza a bateria: uma pessoa distraída quebra a corrente.
Conforme estamos vendo, um curso de eletrônica, mesmo simples e elementar, esclarece
e explica os fenômenos cientificamente, sem necessidade de recorrer ao “sobrenatural”
para os fenômenos mediúnicos, que são naturais e se efetuam em diversos planos: no plano
material (eletricidade), no plano
emocional (arte), no plano intelectual
(mediunidade), no plano espiritual (inspiração).
A) as resistências, ligadas de
seguida, se somam. Por isso, quanto mais numerosos forem os descrentes
de má vontade, numa reunião, menos possibilidade há de se obterem comunicações.
B) ao resistir à corrente, o
fio pode ficar “ao rubro” (por exemplo, no ferro de engomar). É a razão de o médium que resiste à comunicação quase sempre sentir mal-estar,
que persiste mesmo depois da reunião.
C) quanto mais aquecido o fio,
maior sua resistência à corrente. Daí serem mais
difíceis as comunicações em ambientes quentes e abafados.
D) a resistência depende do
material de que o fio é construído (o ferro é seis vezes mais resistente que o
cobre). Em vista disso é que se aconselha aos médiuns não
se alimentarem excessivamente, nem ingerirem álcool, nem carne em demasia, para
que oponham menor resistência às comunicações.
Corrente Parasita: A corrente parasita ou de Foucault, ocorre quando o núcleo de metal do rotor (gerador) é
construído de uma só peça sólida e inteiriça.
Sendo os condutores enrolados em torno desse núcleo
de metal, este pode desenvolver uma corrente
parasita, que interfere nas linhas do campo
magnético. Essas correntes, além de não terem utilidade, produzem calor no
núcleo, baixando o rendimento da máquina.
Para diminuir a intensidade da corrente parasita, ao invés de um bloco
inteiriço, são usadas finas chapas separadas por matéria isolante. Assim, em lugar de corrente parasita única de
intensidade forte, teremos uma série de pequenas e inofensivas correntes, que
só circulam individualmente em cada lâmina.
Formação da mesa mediúnica: O conhecimento desse
efeito é de grande utilidade para constituição da mesa mediúnica; e explica por
que, desde os primórdios, os bons dirigentes de sessões fazem sentar os médiuns intercalando‐os com não médiuns. A razão dada é que os não‐médiuns servem para sustentar a corrente.
Perfeitamente lógico e verdadeiro. Mas agora,
pela comparação com a corrente de
Foucault, podemos perceber o motivo científico: se os médiuns se sentam
todos de seguida na mesa, forma‐se a corrente parasita, que pode provocar
interferências no campo magnético da
mesa, fazendo que a vibração recebida por um médium repercuta nos que lhe
estão ao lado, perturbando‐os.
Além disso, ao envolver outro médium essa
vibração, pode levá‐lo a enganar‐se: supondo tratar‐se dos fluidos de um
desencarnado, talvez force a manifestação, resultando daí mistificação
involuntária e inconsciente.
Formando o bloco monolítico de médiuns um grupo inteiriço, a intensidade da
manifestação é maior, enfraquecendo as resistências dos médiuns (pela corrente
parasita) e a ação dos Espíritos se fará com muito mais violência.
Se os médiuns (sensitivos) forem intercalados com não‐médiuns (não sensitivos = isolantes) cada um
deles dará sua manifestação com a intensidade normal, sem perigo de influenciar
os vizinhos e com maior possibilidade de conter a violência dos manifestantes.
Formar‐se‐á,
dessa forma, uma corrente normal, sem
perigo de parasitismo, de influências mútuas, de violências acrescidas.
Dentro do possível, pois, formem os dirigentes a mesa com essa alternância de
médiuns e não‐médiuns.
TÉCNICA DA
MEDIUNIDADE
Carlos Torres
Pastorino
Originalmente
publicado em 1968
Pela
Editora Sabedoria