Allan Kardec afirma que
o egoísmo é a fonte de todos os vícios,
como a caridade é a fonte de todas as virtudes. Destruir um e desenvolver a
outra, deve ser o alvo de todos os esforços do ser humano, caso queira assegurar
a sua felicidade tanto neste mundo quanto no futuro.
Sábio é aquele que
renuncia pela força da verdade a si mesmo, libertando-se
do egoísmo – grande causador do apego. Esquecer ou deixar para mais tarde a
evolução espiritual, para aquisição das riquezas materiais, é marca inegável de apego e imperfeição.
Nós somos almas ainda
muito apegadas às pessoas, situações, à matéria e emoções, sentindo grande dificuldade em deixar ir o homem velho, o desnecessário
e até mesmo quem precisa partir para continuar seu caminho evolutivo longe de
nós, aqui ou em outro plano.
Deixando um pouco de
lado as questões materiais, vamos refletir sobre o apego às pessoas encarnadas
e às desencarnadas. O apego excessivo a
toda e qualquer coisa é pernicioso tanto quanto o desapego absoluto pode
significar desleixo.
O apego é consequência
de sentimento de posse, de dependência, de insegurança e ainda, a falta de fé na imortalidade da alma. O
que aprendemos com a Doutrina Espírita é que precisamos exercitar amor
incondicional para com todos iniciando com a nossa família.
A vida é feita em
ciclos. É preciso saber quando uma etapa chega ao final e permitir que ela se
encerre. O fim de um emprego, de um relacionamento, um filho que parte para
longe, pessoas amadas que desencarnam.
Uma questão muito
difícil de se vivenciar, é amar nossos
entes queridos sem apego. Quase sempre nos julgamos insubstituíveis junto àqueles
que amamos, achamos que ninguém, vai amá-los, mais do que nós, que somos
indispensáveis.
Apegamo-nos assim,
esquecendo que eles também são amados por Deus e podem ser chamados por Ele a
qualquer momento. Infelizmente, nossa
cultura não nos prepara para o desencarne.
Somos companheiros de
viagem, cabendo a cada um caminhar de acordo com o que foi planejado antes da
reencarnação. Temos um tempo previsto de
permanência no planeta e algumas tarefas que devem ser cumpridas.
Muitas vezes, nessas
caminhadas, somos levados a nos distanciar um do outro, mas afetos sinceros não se separam. Podem estar ausentes, mas um
dia se reencontrarão.
Os laços de carne se
rompem, mas não os laços de amor!
Deixar que nossos
amados partam antes de nós, é algo que
devemos procurar entender e aceitar com resignação. A ausência do convívio com
eles, pode gerar um sofrimento destrutivo para nós mesmos e angustiantes para os
que se foram.
É claro que sentiremos
a dor da saudade, mas um sentimento sem
desespero, sem revolta, sem desequilíbrios. Precisamos aprender a amar com
desapego, ampliar o número de nossos afetos, sem a ilusão da posse.
Se formos chamados pela
desencarnação, continuemos a amá-los, respeitando-os e ajudando-os porque, a vida do Espírito após a Morte do Corpo Físico,
Continua...
Quando se propõe o
desapego, não significa abandonar o mundo,
mas entender a existência terrena como transitória e passageira; o que é
imortal e verdadeiro é o Espírito.
É necessário desapegar-se
das coisas, das pessoas, das situações e sentimentos que nos algemem, permitindo assim, que uma nova etapa se inicie em nossa vida. Isso não significa amar
menos ou descuidar, mas, ao contrário, enquanto o amor liberta e cuida, o apego aprisiona e sufoca.
Sabemos que o espírito vivencia experiências para o seu
crescimento moral e intelectual, e para isso, ele reencarna. Será que não
seria egoísmo de nossa parte, não permitir e não aceitar que nosso ente querido
parta para uma nova jornada evolutiva?
No cap. XIV do
Evangelho temos, muito bem desenvolvido, a passagem bíblica quando Jesus
explica a real ordem da família: Quando entra um de seus discípulos e diz: Mestre, estão lá fora sua mãe e seus
irmãos!
E Jesus estende as mãos
apontando seus apóstolos e diz: Eis aqui minha mãe e meus irmãos porque todo aquele que faz a vontade de meu PAI,
este é meu irmão, minha irmã e minha mãe.
A Doutrina Espírita vem
nos esclarecer que Jesus, nesta passagem, queria mostrar-nos que além de nossa família corporal temos a
nossa família espiritual.
Lembrando que somos
Espíritos vivendo uma experiência na Terra e nossa verdadeira Pátria é a Pátria Espiritual. Portanto a Família
Espiritual é formada por Espíritos
ligados por laços de afinidade, sintonizados pelos pensamentos e ideais
dentro do mesmo padrão vibratório.
Isto explica nossa
simpatia por esta ou aquela pessoa, muitas vezes, mais até do que um membro
próximo de nossa própria família.
Compilado
por Harmonia Espiritual