Entre
o corpo físico e o perispírito, funcionando como intermediário para a ação
perispirítica sobre o físico e deste para aquele, encontra-se o duplo etérico. Esse
conjunto submete-se à ação do Espírito, que a ele se integra e sobre o qual age,
permutando energias e comunicando-se com o mundo onde vive.
O
duplo etérico forma-se com a encarnação do Espírito e não possui existência própria
como o perispírito, desintegrando-se após a morte física. É uma espécie de
corpo vaporoso, qual cartucho fluídico, que guarda certa semelhança com o corpo
físico e a ele se ajusta, ultrapassando-lhe as dimensões em cerca de um centímetro,
com o peso aproximado a 60 gramas.
Tal
corpo fornece informações valiosas quanto ao estado de saúde física e evolução
espiritual, quando observado sob os aspectos das emanações energéticas e
colorido peculiar que traz.
Por
ter função de absorver energias vitais do ambiente distribuindo-as equitativamente,
é considerado como o cerne da eletricidade biológica humana, envolvendo órgãos
e sistemas em eflúvios próprios, permitindo, inclusive, o diagnóstico precoce
de males que futuramente venham a acometer o indivíduo.
Nos
suicidas, o duplo etérico ainda pleno de energias vitais, permanece ligado ao
perispírito e ao cadáver, fazendo com que o Espírito sinta uma espécie de
repercussão daquilo que está a ocorrer na matéria, ou seja, a decomposição
provocada pelos vermes.
Ao
afastar-se do corpo carnal, o duplo etérico provoca neste, certa redução nas
funções vitais, com consequente queda na temperatura, qual se o combustível lhe
diminuísse. No livro "Nos Mecanismos da Mediunidade" de André Luiz, o
autor vê admirado o desdobramento de Castro, que ao deixar o corpo, o faz
acompanhado do duplo etérico.
Nessa
ocasião, ele apresenta-se maior na configuração exterior, e com cores azulada e
alaranjada à direita e à esquerda respectivamente. Na ocasião, Clementino,
através de passes, o faz retornar ao físico para uma nova saída, sem o duplo,
explicando a André o ocorrido.
A
princípio, seu perispírito estava revestido com os eflúvios vitais que
asseguram o equilíbrio entre a alma e o corpo de carne, conhecidos aqueles, em
seu conjunto como sendo o duplo etérico formado por emanações neuropsíquicas
que pertencem ao campo fisiológico e que, por isso mesmo, não conseguem maior
afastamento da organização terrestre, destinando-se à desintegração, tanto
quanto ocorre ao instrumento carnal, por ocasião da morte renovadora.
Sabe-se
hoje que, o magnetismo, o passe, a hipnose, a anestesia, os acidentes e o
transe mediúnico, podem afastar parcialmente o duplo etérico, quando este, apesar
da ação retentora da matéria, pode seguir o perispírito, com o qual se assemelha
pela natureza etérica.
No
desdobramento, visando a uma diminuição na sua densidade com consequente
aumento na velocidade e na mobilidade, o perispírito devolve ao físico, largas
cotas de energia com as quais se encontra impregnado quando justaposto a este,
tal qual um balão, que para alcançar maior altitude desvencilhasse do lastro
que o torna lento.
Se,
consideramos o perispírito como intermediário entre o Espírito e o físico, o
duplo etérico se enquadra nesse contexto como intermediário entre o perispírito
e o físico, funcionando esse conjunto como amortecedor ou redutor da energia
sutilíssima que é o Espírito. Para atuar na matéria, o Espírito ordena ao perispírito,
que mobiliza o duplo etérico, que transmite ao físico, as ordens do senhor que
é o ser espiritual.
A
energia sutilíssima do Espírito, é rebaixada em vibração pelo perispírito, repetindo-se
a operação no duplo etérico, para atingir o corpo material com a densidade que
o mesmo pode sintonizar e obedecer.
Insistimos
ainda uma vez, que a harmonia, o desempenho, a saúde, a beleza e o grau de
relativa perfeição desse conjunto, corpo físico-duplo, etérico-perispírito,
dependem exclusivamente do estado moral-intelectual em que se encontra o
Espírito, sendo inteiramente impossível a toda a medicina espiritual ou
terrestre, aperfeiçoá-lo sem tal ornamento, pois a lei de Deus é claríssima
quando especifica que, para ter saúde é necessário evitar a doença, e esta, nada
mais é que toda e qualquer imperfeição da alma.
Compilado
por Harmonia Espiritual
O Perispírito e suas modelações
Autor: Luiz Gonzaga Pinheiro