É dado ao homem conhecer o princípio das coisas?

É dado ao homem conhecer o princípio das coisas?
Marcelo Damasceno do Vale – oconsolador.com.br

É dado ao homem conhecer o princípio das coisas? “Não, Deus não permite que ao homem tudo seja revelado neste mundo.” (Questão 17 de O Livro dos Espíritos.)

Gottfried Wilhelm Von Leibniz fez o questionamento de nosso título no século XVII,
tentando compreender a criação e concluiu que Deus, através de sua razão e vontade, se afigura no universo através da harmonia pré-estabelecida.

Vários outros filósofos tentaram compreender o princípio da Criação, bem como esses processos ocorreram. Contudo, com o avanço das teorias materialistas a partir do século XVIII, os pensadores foram substituídos pela análise fria, mas ao mesmo tempo imparcial.

Porém, muitos luminares da Ciência crêem em uma “consciência cósmica”, uma forma muito bem elaborada de panteísmo. Vamos além. Alguns cientistas assombrados com suas descobertas e buscando uma causa inteligente para os fenômenos observados chegaram à conclusão da existência de um “Ser” que direciona a ação do Universo, da Criação, da Natureza.
  
Conforme Isaac Newton, o universo é como um gigantesco relógio, disparado por Deus no princípio dos tempos, e passando desde então a funcionar de acordo com suas leis.

O bioquímico Clifford Pickover afirma que: "quando vejo crustáceos com uma aparência louca, os tentáculos de uma água-viva, vermes hermafroditas, e micetozoários, eu sei que Deus tem um senso de humor, e vamos ver isso refletido nas outras formas no universo”.

Andrei Linde, da Universidade Stanford, um dos cocriadores da idéia do universo inflacionário, diz que, se for possível criar novos universos, então "talvez seja a hora de redefinir a Deus como algo mais sofisticado do que apenas o criador do universo”. 

A filosofia e a ciência têm realizado um trabalho notável no pensamento, na pesquisa e, como conclusão, a identificação da causa que comanda todas as coisas. Um Deus real, criador de todas as coisas, distinto, porém, de todas essas coisas.

Em A Gênese, encontramos a conclusão ímpar do pensamento científico-filosófico sobre a Divindade:

Existindo, por sua natureza, desde toda a eternidade, Deus criou desde toda eternidade e não poderia ser de outro modo, visto que, por mais longínqua que seja a época a que recuemos, pela imaginação, os supostos limites da criação, haverá sempre, além desse limite, uma eternidade – ponderai bem esta idéia – uma eternidade durante a qual as divinas hipóstases, as volições infinitas teriam permanecido sepultadas em muda letargia inativa e infecunda, uma eternidade de morte aparente para o Pai eterno que dá vida aos seres; de mutismo indiferente para o Verbo que os governa; de esterilidade fria e egoísta para o Espírito de amor e vivificação. (A Gênese, Cap. VI, item 14 – Allan Kardec). 

O começo absoluto das coisas remonta, pois, a Deus. As sucessivas aparições delas no domínio da existência constituem a ordem da criação perpétua. (A Gênese, Cap. VI, item 15 – Allan Kardec).