Miramez – Capítulo 109 do livro Médiuns

Visitar Enfermos - Miramez
Mas Jesus, ouvindo, disse: Os sãos não precisam
De médico, e, sim, os doentes. (Mateus, 9:12)

Seja o sensitivo sociável e, sempre que puder, medite sobre a sociedade, observando os deveres para com ela. A lei do amor nos interliga a todos, pedindo-nos não nos esquecermos dos enfermos e que visitemos os encarcerados, ajudemos os velhos e cooperemos com as crianças.

Focalizando a visita aos enfermos, nós estamos cooperando conosco mesmos. Não existe quem não precise do outro, principalmente quando a doença bate em nossa porta. É nesta hora que sentimos o valor da fraternidade.

Quando estamos no hospital, seja físico ou espiritual, temos assistência daqueles que se dispuseram a nos assistir, e que freqüentemente se aproximam de nós, com carinho e as instruções necessárias.

Não obstante, as visitas espontâneas nos fazem um bem extraordinário. Como é bom uma visita amiga em que palavras de ânimo fluem do coração! A posição do doente se torna mais favorável às boas conversações.

Aproveitemos a oportunidade e falemos a ele das belezas da vida, infundido ânimo em seus sentimentos, nunca nos esquecendo de estimulá-lo à esperança. Colheremos de conformidade com o nosso plantio.

Jamais poderemos ficar alheios ao sofrimento dos nossos semelhantes, sejam eles de quaisquer ordens. Todos os tipos de infortúnios carecem da nossa presença, pois é calamidade da alma. Os terremotos do mundo íntimo são os piores. A mediunidade pode, nesse mister, entrar em ação para ajudar.

Os mensageiros do Cristo estão sempre presentes onde haja enfermo. Foi o próprio Jesus que ensinou, na Sua mais alta emoção espiritual que bem-aventurados são os que sofrem, que deles é o reino dos céus. A dor, para o nível evolutivo da Humanidade, representa uma grande mensageira.

Ela desata na profundidade da alma forças novas, que a princípio não são notadas. O santo e o místico sabem valorizar a dor, pela experiência com que já enriqueceram seus corações, ampliaram seus raciocínios e se dotaram de segurança para a jornada progressiva.

Aparentemente, os sofrimentos são indesejáveis hóspedes, que tentamos, a todos os momentos, expulsar. No entanto, quando eles saem, deixam bom lucro para o hospedeiro.

A dor faz parte dos contrastes da vida, que nos ajudam a desenvolver as faculdades que possuímos. Basta um relance de meditação, que a razão nos dirá do que já aprendemos, na forja inquietante dos desequilíbrios.

A dor é instrumento da lei, cuja força invade todos os reinos e desamarra o progresso em todos os rumos da vida. A visita da enfermidade é aviso de Deus para nós, dizendo-nos que estamos preparados no sentido de freqüentar novo curso.

As disfunções orgânicas, de certo modo, estão ligadas à mente. Se já conseguimos abrir uma frente educativa para nós, aproveitando um ensejo de disciplina, cada dia veremos que não somente nós, como os que nos cercam, são beneficiados.

O homem doente é como que um bom terreno à espera da semente. A enfermidade é qual o arado no seio da Terra. Rasga sulcos profundos, para que possamos depositar o grão divino e que devolverá ao ambiente a serenidade das plantas.

Façamos da palavra a semente e conversemos animadamente com todos, pensando e falando nas idéias mais elevadas da vida, pois os doentes precisam da cura e de companheiros que restabeleçam a sua fé.

Médium! Examina mais detidamente o que abaixo vamos repetir, e mãos à obra:

Mas Jesus, ouvindo, disse: Os sãos não precisam
De médico, e, sim, os doentes. (Mateus, 9:12)