O tempo e o ser, do átomo ao arcanjo.

O tempo e o ser, do átomo ao arcanjo
Adams Auni

“Eu poderia viver recluso numa casca de noz e me considerar rei do espaço” – O Universo numa casca de noz, Stephen Hawking - (Shakespeare, Hamlet, Ato 2, Cena 2)

Algumas respostas ainda nos intrigam... “... É assim que tudo serve, tudo se encaixa na natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo que começou pelo átomo...” LE 540.

“... Ainda que sob certo ponto de vista se possa incluí-lo no elemento material, ele se distingue por propriedades especiais. Se o fluido universal fosse matéria, não haveria razão para que o Espírito não o fosse também.” LE 27.

No princípio de tudo havia o nada e com uma explosão se dá início ao universo conhecido. Não havia o tempo. Nada além de uma concentração de matéria “adensada”, a ser manipulada por uma consciência.

“O que é Deus? Inteligência (consciência, grifo nosso) suprema, causa (causador, observador, grifo nosso) primeira de todas as coisas”. LE 1.

No experimento da dualidade onda partícula o observador define o momentum se a matéria é onda ou partícula. Deus é esse observador supremo, a colapsar uma “singularidade” quântica a 14,5 bilhões de anos e assim surgir esse nosso “pequeno” Universo.

“Sendo Deus, por sua natureza toda a eternidade, criou desde toda a eternidade, e isto não poderia ser de outro modo...”. (A Gênese, cap. VI, item XIV).

“Portanto o começo absoluto das coisas remonta a Deus... O Universo nasceu criança... Revestido das leis... A matéria cósmica primitiva deu, sucessivamente, nascimento a turbilhões, a aglomerações desse fluido difuso, a amontoado de matéria nebulosa que se dividiram... E se modificaram ao infinito, para gerar, nas regiões incomensuráveis do espaço, diversos centros de criações simultâneas ou sucessivas.” (A Gênese, cap. VI, item XV).

O tempo é um constructo energético e mental, que segundo Leon Denis, definido pela existência de um “psiquismo” que dormita desde o mineral.

“... Talvez espírito e matéria não sejam mais do que simples palavras, exprimindo de maneira imperfeita as duas formas da vida eterna, a qual dormita na matéria bruta, acorda na matéria orgânica, adquire atividade, se expande e se eleva no espírito” (Cap. III – O problema do ser, do destino e da dor, Ed. Celd, 2002).

O tempo é uma propriedade da matéria e uma dimensão material, acumulada e registrada ao longo dos eivos milenares em todos os reinos da natureza, tal qual a citação de Leon Denis, biologicamente desde a primeira organela “viva” até o ser humano, auto perceptivo, através dos ciclos circadianos. (Ritmo circadiano, ou ciclo circadiano, ciclo biológico do corpo humano ou de qualquer outro ser vivo, influenciado pela luz solar).

O tempo, resultante do processo energético e entrópico da matéria em sua desagregação continua, que o efeito se dá pelo seqüenciamento e percepção de desordem na ordem.

“... O tempo é a sucessão das coisas... Ora, há apenas alguns minutos que avançamos, e centenas de milhões de quilômetros já nos separam da Terra, bilhões de mundos passaram sob o nosso olhar e, entretanto, escutai, na realidade, não avançamos um passo sequer no Universo... Eis aí o que é o espaço!”. (A Gênese, cap. VI, item I e II, O Espaço e o Tempo, Espírito Galileu)

Tempo e espaço, tendência geométrica de desconstrução, levando-nos a crer em uma direção marcada pelo compasso de sucessões entrópicas. Da matéria surge a matéria. Da matéria surgem os universos. Tudo imerso na consciência cósmica do criador e dela fato “colapsador”.

“... Podemos estabelecer como princípio absoluto que todas as substâncias conhecidas e desconhecidas... Na verdade são as diferentes formas sob as quais a matéria se apresenta. São as variedades em que ela se transformou sob a direção das inúmeras forças que a governam.” (A Gênese, Cap. VI, item III, A Matéria).

Movimentos contínuos fazem progredir e expandir a massa que se forma e amalgama com o calor das fusões atômicas e choques eletromagnéticos radiantes.

O espaço passa a ser formado do nada imanente por determinação da consciência maior. A atuação desde sempre de uma consciência sobre a energia, logo sobre a matéria, interferindo e interagindo, permeando os elementos, promovendo o intercambio e para isso disponibiliza parte de sua própria parcela consciêncial em tudo que realiza.

Há consciência em tudo que se entende por material, em todas as formas passivas, ativas, reflexivas e criadoras em si. Rumo ao infinito de si mesmo surge as formas primárias de vida, geradas pela luz da consciência. Vida na matéria é “vida” material e um componente dualístico envolve cada átomo material em vida.

A própria vida existe inerte nos átomos de forma letárgica e latente. Os processos acumulativos seguem e a fazem caminhar rumo à agregação de múltiplas e milhares oportunidades de estudo e absorção da informação, rumo à própria complementação a unificação das forças físicas, psicofísicas e psicobiofísicas da eternidade.

Nos cristais inorgânicos protéicos de RNA, no acumulo de informação junto aos filamentos de duplicação dos DNA’s, mesmo os mais simples, em suas primeiras combinações se expressaria as primeiras formas de vida no planeta.

“... O olhar daquele que pode perceber o modo de agir a natureza, apenas vê, sob os materiais que constituem o mundo, a matéria cósmica primitiva, simples e una, diversificada em certas regiões a época de seu aparecimento...”. (A Gênese, cap. VI, item V).

“Existem questões, que nós mesmos, espíritos amantes da Ciência, não saberíamos aprofundar e sobre as quais só poderíamos emitir opiniões pessoais, mais ou menos conjecturais. Sobre essas questões eu me calarei ou justificarei minha maneira de ver... Portanto, àqueles que fossem tentados a ver nas minhas palavras apenas uma teoria ousada, direi: se for possível, abrangei com um olhar investigador a multiplicidade das manifestações da natureza e reconhecerei que, se não se admitir a unidade da matéria...” (A Gênese, cap. VI, item VI).

“... Se observarmos tal diversidade da matéria é porque, existindo um numero ilimitado de forças que presidiram, as suas transformações e de condições que essas transformações se produziram, as combinações da matéria não podiam ser senão ilimitadas...” (A Gênese, cap. VI, item VI).

Tudo caminha conciso para a direção da luz em eternas batalhas interiores transportam a frente e além, diante de forças somáticas do ser. A busca se inicia, o sagrado ganha consciência e a reflexão promove ao arrependimento e nova onda de transformação ocorre.

Fenômenos nos compostos da matéria se organizam a promover o enlace da fé e ciência, com o clareamento das oportunidades consideradas inúteis e provocantes do bem e do mal. As forças atuantes combinam energia e sabedoria. A matéria não é mais a mesma e se conhece suas subpartículas e como funcionam em suas relações infinitesimais.

Determina-se a partícula elementar e a formação do ser não é mais a mesma. Fica incontestável a sua origem e suas propriedades, formando um novo ser para um novo amanha.

“... Então, logo que venho tratar aqui da questão das leis e das forças que regem o Universo, eu, que apenas, sou como vós, um ser relativamente ignorante em relação a verdadeira Ciência, apesar da aparente superioridade que me dá, sobre os meus irmãos da Terra, a possibilidade que me cabe de estudar questões naturais que lhes são proibidas... meu objetivo é somente vos expor a noção geral das leis universais, sem explicar detalhadamente o modo de ação e a natureza das forças que decorrem dessas leis. (Cap. VI, As leis e as forças, item IX)

“Existe um fluido etéreo que preenche o espaço e penetra todos os corpos. Esse fluido é o éter ou matéria cósmica primitiva, geradora do mundo e dos seres. A ele são inerentes as forças que presidiram as transformações da matéria, as leis imutáveis e necessárias que regem o mundo.

Essas forças múltiplas, indefinidamente variadas segundo as combinações da matéria, localizadas segundo as massas, diversificadas em seus modos de ação segundo as circunstancias e os meios, são conhecidas na Terra pelo nome de gravidade, coesão2, afinidade2, atração2, magnetismo1 e eletricidade1 ativa. Hoje a física denomina: força gravitacional, (2) força forte, (2) força fraca e força forte (1) eletromagnética (grifos nosso).

Os movimentos vibratórios do agente são conhecidos pelos nomes de som, calor, luz [radiações, ondas eletromagnéticas (grifos nosso)]... Ora assim como só há uma substancia “simples”... Geradora de todos os corpos, mas diversificada em suas combinações, assim também essas forças dependem de uma lei universal, diversificada em seus efeitos, que se acha em sua origem, e que, pelos desígnios eternos...” (Cap. VI, As leis e as forças, item X).

O espírito Galileu cita algo como a Teoria do Campo Unificado, que busca explicar o macrocosmo e o microcosmo em uma unicidade, uma das grandes contribuições nesse sentido é a Teoria das Cordas ou Supercordas, um de seus defensores é o físico Brian Greene, em seus livros: “O tecido do cosmo” e “O Universo elegante”.

Contudo a caminhada não se encerra, formam-se plêiades de contextualizações de superior beleza, contribuindo para si e para outros, promovendo mudanças e reformulações.

Atingindo a sublimitude do entendimento nas asas de arcanjos perfeitos em justa sintonia com as flores estelares e as árvores do universo.

Somos seres “viajantes” e não seres “caminhantes” e ao nos elevarmos, nos verticalizarmos em nossas observações celestes, percebemos ou ao menos nos questionamos mais conscientes de si mesmos: De onde vim, o que faço aqui e para onde vou?

“Se tivermos compreendido bem a relação, ou antes, a oposição entre eternidade e o tempo, se nos familiarizarmos com a idéia de que o tempo não é mais que uma medida relativa da sucessão das coisas transitórias...” (A Gênese, Cap. VI, A criação primária, item XIII).

Existe uma semente angelical presente em cada minúscula subpartícula, expressando-se cada vez mais a medida que avança no conhecimento de si mesmo.

O arcanjo não é o limite, longe ainda de nossas possibilidades infinitas que estarão a descerrar um novo horizonte todos os dias.