Polaridade

Além da Matéria - Polaridade
Joseph Gleber – Robson Pinheiro

Tudo no Universo caminha para a unidade. Contudo, nesse processo de caminhada o mundo ainda vivencia e vibra na polaridade. Há sombras e luz, preto e branco, bem e mal, feminino e masculino, positivo e negativo.

Ao observar os aspectos da polaridade do mundo, os antigos chineses desenvolveram em sua ciência a teoria do Tao: o Yin e o Yang. Embora os milênios que nos separam das primeiras observações e conclusões a respeito da polaridade do mundo, não podemos ignorar o fato, de que a questão energética está associada a esses aspectos duais do ser. Yin e Yang não são apenas conceitos de medicina chinesa.

Positivo e negativo são classificações adotadas pela ciência para identificar duas polaridades das correntes elétricas. Feminino e masculino classificam a polaridade da sexualidade humana.

Portanto, é muito proveitoso compreender esses aspectos da vida a fim de que possamos obter uma visão mais clara de muitas coisas, dos comportamentos e das atitudes do ser humano.

O espírito vivencia suas experiências durante as várias reencarnações e absorve elementos vibratórios, adquirindo hábitos que marcam profundamente o seu psiquismo.

Tais conteúdos passam a ser classificados como positivos ou negativos obedecendo a certas particularidades daquilo que se denomina polaridade.

É importante compreender que os fatores positivos e negativos não estão necessariamente associados aos conceitos de moralidade e, por isso, nada têm a ver com o bem ou o mal realizado pelo individuo.

Uma experiência poderá ser classificada de negativa sem, por isso, representar uma coisa ruim, ou vice-versa. O conteúdo energético ou o fator emocional é que é negativo, feminino, Yin, sem ser identificado como o mal.

Negativo é sinônimo de passividade, ou associa-se ao elemento Yin. Portanto, são fatores negativos o sentimento, a emoção, a experiência de meditação ou a sensibilidade extrema.

Fatores positivos, masculinos, Yang, podem ser identificados na razão, na irritabilidade, na capacidade de tomar decisões, na clareza mental ou nas relações comerciais. Conteúdos negativos ou positivos são apenas referência para identificação de agentes associados aos aspectos da consciência.

Caso os meus irmãos já tenham superado os limites do dogmatismo religioso ou da ortodoxia, poderão adotar simplesmente o vocabulário da medicina chinesa, evitando, assim, desperdício de tempo ou palavras. Positivo e Negativo ou Feminino e Masculino poderão ser descritos apenas como Yin e Yang.

Os núcleos ou potências espirituais da mônada são aqui identificados, de forma didática, em quatro aspectos: núcleo espiritual (psi), núcleo ou potência de sensibilidade (força anímica), força vital e força mental. Tais núcleos poderão ser classificados dentro dos aspectos de polaridade, positivos ou negativos:

1. Núcleo psi – feminino (Yin)
2. Núcleo ou força vital – masculino (Yang)
3. Núcleo ou força anímica – feminino (Yin)
4. Núcleo ou força intelectiva, mental – masculino (Yang)

Dependendo da combinação dessas faculdades, o tipo de experiência vivenciada no mundo será estabelecida. Assim, um espírito que traga em si maior combinação de fatores negativos haverá de se apresentar com sensibilidade muito maior do que aquele em cujo espírito haja maior soma de fatores positivos, masculinos.

A apresentação do individuo no cotidiano, ao realizar o seu papel nas experiências da vida, nada tem a ver com o seu aspecto físico ou com a sua morfologia. Sempre a morfologia estará subordinada às questões íntimas, psicológicas ou aos conteúdos do energismo do espírito.

Quando há semelhança entre a morfologia e o conteúdo psicológico, na sociedade se diz que há equilíbrio do indivíduo, e ao contrário, quando a psicologia difere da morfologia, diz-se que há desequilíbrio.

Essas classificações simplistas podem constituir recursos de pessoas ignorantes de certas leis do mundo espiritual e energético, a fim de defender posturas rígidas e já ultrapassadas.

Caso a semelhança entre a morfologia humana e o conteúdo psicológico fosse sinônimo de seres equilibrados, não observaríamos os diversos comportamentos irracionais, anti-humanitários e grosseiros de pessoas consideradas heterossexuais. Tais pessoas tem o corpo, a morfologia condizente com o seu conteúdo psicológico, e mesmo assim apresentam índole passível de reequilíbrio.

Com nossas considerações não estamos defendendo posturas íntimas deste ou daquele grupo mas, sim, nos esforçando para que meus irmãos compreendam que os fatores externos, visíveis, físicos e próprios da morfologia do ser humano estão subordinados aos fatores internos, psíquicos ou conteúdos psicológicos.

Portanto, não é a divergência entre a forma do soma e o psiquismo que define o equilíbrio da criatura e nem a sua elevação moral. Bem e mal, certo e errado estão e poderão ser associados muito mais aos elementos internos do que aos fatores puramente físicos, sexuais ou morfológicos.

Aspectos femininos, Yin, portanto, de polaridade negativa: senso estético, senso artístico, sensibilidade mediúnicas, maternidade, amor, sentimentalismo, emocionalismo, experiências místicas e religiosas, práticas meditativas, feminilidade, passividade emocional e comportamental, submissão, apatia, desânimo, pulsação fraca, ritmo lento, baixa pressão arterial (hipotensão arterial), hipoglicemias, depressões.

Aspectos e tipos de pessoas que podem ser associados ao fator masculino, positivo, Yang e ativo: masculinidade, agitação, médium de cura, ectoplasma (doadores de ectoplasma), decisão, pessoas ativas e inquietas, insubmissão, irritabilidade, sinceridade, razão, alta pressão arterial (hipertensão arterial), taquicardia, atletismo, fisiculturismo, raciocínio lógico, claro, rápido, inquietude, pessoas empreendedoras, hiperatividade mental, física, sexual e social.

As características enumeradas são apenas uma parcela dos conteúdos energéticos classificados como feminino e masculino. Tais características do indivíduo são adquiridas e forjadas durante os milênios de peregrinação nos diversos planos da vida, quando a mônada, o princípio inteligente e, mais tarde, o espírito experimenta seus atributos em contato com o mundo.

No reino mineral, o psiquismo dormita, aprendendo silenciosamente o fluxo e refluxo de energias, nas trocas químicas a que está exposto. No mundo vegetal, suas sensações são incentivadas, de maneira que conheça já os fatores masculinos, Yang, e os femininos, Yin. No reino animal, o princípio inteligente, espiritual, aprende a agir, a sentir e a experimentar lapsos de pensamentos, produzindo uma vida mental fragmentária.

Contudo, é no reino hominal, ao adquirir a luz da razão, que o ser vai se definindo como ativo ou passivo psicologicamente, positivo ou negativo, feminino ou masculino. Durante a sua caminhada na experiência humana, os conteúdos energéticos, característicos de suas experiências passadas, entram em ebulição.

Movimentam-se e vêm à tona na vida física, de acordo com a necessidade de vivenciar certas situações na oficina da vida. Já numa mesma existência o ser oscila entre os fatores positivo e negativo, feminino e masculino. Sua morfologia às vezes difere do psiquismo; não obstante, a vida social o convida a tirar dessa experiência o maior proveito possível.

Outras vezes, quando necessário, morfologia e psiquismo se associam, facultando ao ser imortal vivências nas quais poderá crescer ou estacionar, de acordo com o uso que fizer de sua condição íntima. O espírito não está subordinado ao corpo. Acima e além da roupagem física com a qual se apresenta ao mundo, o psiquismo extravasa e comanda todos os implementos orgânicos.

Eis alguns exemplos de seres que reencarnaram no mundo com características femininas, personalidades Yin, passivas: Maria de Nazaré, João Evangelista, Francisco de Assis (na fase mística da sua vida), Francisco Cândido Xavier, etc.

Seres de alma com características energéticas Yang, masculina, ativa: Moisés, Pedro (o apóstolo), Paulo de Tarso, Martinho Lutero, Allan Kardec, Gandhi, Teresa de Calcutá, Helena Blavatsky, Ana Néri, Yvonne do Amaral Pereira, etc.

Muitos desses seres que brindaram a Terra com sua presença e sua mensagem traziam características peculiares, muitas vezes masculinas e outras femininas, nem sempre boas ou más, mas foi assim que aprendemos amá-los, admirá-los e respeitá-los, independentemente da classificação de suas energias ou de seu comportamento, que, com certeza, mereciam maiores cuidados e elaborações, como ocorre com todos nós que estamos ligados ao sistema evolutivo da Terra.

Nosso esforço tem o objetivo de nortear o pensamento de meus irmãos, a fim de despertar para o fato de que tudo na vida é expressão do espírito imortal. A matéria é apenas acessório, e o corpo físico, matéria organizada, é um instrumento utilizado pelo psiquismo em sua trajetória multimilenar rumo ao chamado reino angélico, onde haverá a síntese da polaridade e a união definitiva de todas as características.

O ser não será mais feminino ou masculino, mas feminino e masculino. Haverá, portanto, maior compreensão do passado do homem, quando foram e estão sendo necessárias experiências polarizadas.

Mas, acima de tudo, pairam os atributos do espírito, muito além da morfologia do corpo.

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Joseph Gleber – Robson Pinheiro

Yin e Yang: De acordo com a filosofia tradicional chinesa, Yin e Yang são os dois princípios cósmicos primários do universo. Yin é o principio passivo, feminino. Yang é o principio ativo, masculino. A Interação dessas duas forças produzem e energia vital e expressam o principio criador do universo, chamado pelos chineses de “Tao”.

Morfologia: A palavra morfologia refere-se ao ramo da biologia que lida com a forma e estrutura dos organismos. Ao dizer que a morfologia está subordinada aos fatores psicológicos e espirituais, o autor apresenta a idéia de que a função física e sexual do homem é o reflexo do seu psiquismo. Portanto, a sexualidade ou a aparência e funcionalidade do corpo físico são fatores apenas complementares, e não decisivos na avaliação espiritual do ser e em sua postura e integração com a sociedade.

Mônada: A palavra mônada deriva do vocábulo grego “monás” e significa “só”, “solitário”, “unidade”. Foi usada primeiro por Pitágoras e mais tarde por Leibnitz. No ocultismo, é um centro de consciência, uma centelha imortal da Chama Divina, de cujas qualidades participa. A palavra é utilizada nos escritos espíritas para representar o ser simples e ignorante, a entidade espiritual ou o principio espiritual individualizado.

Acessório: Esta afirmativa do autor espiritual visa estabelecer a ascendência do espírito sobre a matéria, e não anular o valor da matéria e do mundo material. Como acessório, compreende-se que o ser consciente utiliza-se do elemento material para realizar e realizar-se no mundo, alcançando uma condição em que a espiritualidade ultrapassa a influência puramente material.