O Intermediário Inteligente – Miramez
Portanto aquele que sabe que deve fazer
o bem e não o faz, nisso está pecando (Tiago, 4:17)
A inteligência nos induz a grandes coisas, e quando educada, é uma forja divina multiplicando os talentos da própria vida. Quem conhece os benefícios do bem e não o pratica, envilece a si mesmo e comete uma falta: aquela de se iniciar na escola do amor, pressupondo a sua eficácia, e depois fazer-se esquecido.
A mediunidade elevada está fortemente ligada ao raciocínio, dado que o Espírito comunicante não encontra condições de falar ou escrever bem, por meio de um tolo.
Todo e qualquer sensitivo de alta expressão, mesmo que seja fraco nas letras, sempre tem o apoio da inteligência. E esse raciocínio, com o perpassar do tempo, cada vez mais vai ficando apurado, por servir a inteligências maiores.
O médium é qual o cano de água: o líquido que passa por ele sempre deixa algo de umidade na sua estrutura. O medianeiro deve usar a razão até para escolher o ambiente, onde a escola não negue o seu objetivo de educar e instruir.
Se a sintonia mediúnica se compromissar com entidades desligadas do bem comum, a ignorância não deixa lembrar os preceitos de Jesus. Ela será desviada para o primitivismo, fazendo aparecer em si coisas que o passado já fez esquecidas.
Não tratamos aqui do médium sábio, no sentido profundo da palavra, mas daquele que sabe conduzir seus dons em benefício da coletividade. O sensitivo inteligente descobre muitos meios de ajudar os seus semelhantes, mesmo que comece por um simples sorriso, um olhar ou uma fala.
No campo de trabalho mediúnico, existem várias regras que o bom senso nos inspira, como seja, não preocuparmos muito com pessoas que desdenham a nossa linha doutrinária, que negam e zombam das verdades abrasadas pelos nossos sentimentos.
De relance, isso parece faltar com a caridade, porém, a própria experiência consolida a regra do meio termo. Se existem muitas criaturas com sede de ensinamentos, com fome de aprendizado, por que não nos dedicamos mais a essas...
Em Tito, 3:10, encontramos esta advertência, para maior segurança dos nossos argumentos: “Evita o homem faccioso, depois de admoestá-lo primeira e segunda vez”. Não pede o apóstolo para abandonarmos, e sim, para evitarmos essa pessoa que não se interessa pela nossa causa. Eis aí o ponto alto do nosso objetivo, o aproveitamento das nossas condições espirituais.
Outra advertência que, por excelência, ocupa um lugar de destaque: jamais devemos nos impressionar com o que o povo fala de nós. Se isso acontecer, é de bom grado que analisemos todos os assuntos, sem nos apoiarmos no instinto de defesa, empanando as nossas próprias faltas.
A justiça, neste caso, tem seu trabalho somente para as comparações. Se os nossos acusadores estiverem certos, cedamos à evidência, e nos modifiquemos no ponto acusado; se errados, oremos por eles e dobremos a vigilância no decorrer dos nossos atos.
O intermediário inteligente não ofende a quem quer que seja, por compreender que a ofensa dá um breve prazer contundente, exala sempre a ferrugem do orgulho e, na seqüência, vai despertando no ofendido a turbulência do ódio.
Não obstante, o amor em Cristo nos coloca invulneráveis a todos os ataques inferiores, a todas as tempestades da ignorância. Se crês nestas palavras que vamos tornar a transcrever, não percas tempo com coisas fúteis; avança em todos os segundos de oportunidades, e trabalha no bem e para o bem de todas as criaturas.
Portanto aquele que sabe que deve fazer
o bem e não o faz, nisso está pecando (Tiago, 4:17)