Nas Fronteiras Da Loucura
Manoel P. de Miranda - Divaldo Pereira Franco
Centro Espírita Nosso Lar – Grupo de Estudos das obras
de André Luiz e de Manoel Philomeno de Miranda.
1. O problema da saúde mental
É muito diáfana a linha divisória entre a sanidade e o desequilíbrio mental. Transita-se de um lado para outro com relativa facilidade, sem que inicialmente ocorra mudança expressiva no comportamento da criatura.
Ligeira excitação, alguma ocorrência depressiva, uma ansiedade, um momento de mágoa, a escassez de recursos financeiros, a ausência de um trabalho digno, entre muitos outros fatores, podem levar o homem para a outra faixa da saúde mental, alienando-se temporariamente e logo retornando à posição anterior.
Problemas de ordem emocional e psicológica, com freqüência, conduzem o indivíduo a estados de distonia psíquica, sem produzir maiores danos quando não se deixa que enraízem ou que constituam causa de demorado trauma.
Vivemos numa época em que as neuroses e as psicoses campeiam desenfreadas, mas é preciso lembrar que, além dos fatores que predispõem à loucura (e dentre os quais situamos o carma do Espírito), existe a obsessão espiritual, que leva o indivíduo a dar o passo adiante, arrojando-o no desfiladeiro da alienação de largo porte e de difícil recuperação.
São os sexólatras, os violentos, os exagerados, os dependentes de viciações de qualquer natureza, os pessimistas, os invejosos, os amargurados, os suspeitosos incondicionais, os ciumentos, os obsidiados, que mais facilmente transpõem os limites da saúde mental.
(Nas Fronteiras da Loucura, pp. 3 e 4)
Manoel P. Miranda irá deter-se, nesta obra, nas psicopatogêneses espirituais, sejam as de natureza emocional, pelas aptidões e impulsos que procedem de reencarnações anteriores, sejam as derivadas de obsessões infelizes, advertindo desde logo que a obsessão é uma fronteira perigosa para a loucura irreversível.
Sutil e transparente, a princípio, agrava-se em razão da tendência negativa com que o infrator dos Soberanos Códigos da Vida a agasalha.
Dando gênese a enfermidades várias, inicialmente imaginárias, que a pessoa recebe por via telepática, podem transformar-se em males orgânicos de conseqüências não suspeitadas, ao talante do agente perseguidor que induz sua vítima, que o hospeda, a situações lamentáveis.
O autor assevera que há muito mais obsessão grassando na Terra do que se imagina e se crê. Aqui, cada ser sintoniza com outro equivalente, mas como por enquanto prevalecem os teores mais pesados de vibrações negativas na Terra, isso perturba gravemente a economia psíquica, social e moral de seus habitantes. (Nas Fronteiras da Loucura, pp. 4 e 5)
3. Erradicar a obsessão na Terra é tarefa de todos
Manoel P. de Miranda esclarece que, não obstante esse panorama difícil, a vigilância do amor de Jesus atua positiva, laborando com eficiência para que se modifiquem os dolorosos quadros da atualidade, dando surgimento, assim, a uma fase nova de saúde e paz.
Nesse contexto, o Espiritismo (que o autor considera o mais eficaz e fácil tratado de Higiene Mental) desempenha um papel relevante, prevenindo o homem dos males que ele gera para si mesmo (e que lhe cumpre evitar), facultando-lhe os recursos para superar a problemática obsessiva, e apoiando e enriquecendo os nobres profissionais e missionários da Psicologia, da Psiquiatria e da Psicanálise.
Neste livro, serão examinadas algumas técnicas obsessivas de Entidades perversas, bem como alguns métodos e terapias desobsessivas ministrados pelos Mentores Espirituais. Em suas páginas desfilam criaturas que se encontravam nas fronteiras da loucura e depois, uma vez amparadas, foram reconduzidas ao equilíbrio.
André Luiz, em sua mensagem psicografada por Chico Xavier, assevera que a desmontagem da obsessão é trabalho milenar sobre a Terra e não pode, por isso, ser atribuída a um único tarefeiro. Erradicá-la no caminho dos homens é tarefa que compete, portanto, a todos. (Nas Fronteiras da Loucura, pp. 5 e 6. Explicação, pp. 7 e 8)
Allan Kardec examina a patologia das obsessões no capítulo 23 de “O Livro dos Médiuns”, desdobrando-a em três tipos: obsessão simples, fascinação e subjugação. O fundamento da vida é o Espírito, em torno de cuja realidade tudo gira e se manifesta.
O temperamento de toda criatura é uma decorrência natural do somatório dos valores que transitam pelas várias reencarnações, a transferir-se de uma para outra etapa carnal.
Destinado à perfeição relativa, o Espírito cresce sob a claridade do amor, estimulado normalmente pelo aguilhão do sofrimento, que a si propicia, em razão da rebeldia ou da insatisfação que lhe são as excrescências do egoísmo.
Trazendo em gérmen a divina presença donde se origina, adquire através das experiências os recursos para progredir, estacionar ou retardar o desenvolvimento das funções que lhe são inerentes.
Quando os estímulos para o progresso não funcionem, e ele deseje postergá-lo, imposições da Lei jungem-no ao processo de crescimento, mediante as expiações lenificadoras que o depuram, cooperando para a eliminação das mazelas que o martirizam.
A aquisição da paz é, por isso, uma resultante de lutas e esforços que o disciplinam, condicionando-lhe os hábitos salutares, através dos quais se harmoniza com a vida. Em tal processo, a mente é o espelho a refletir os estados íntimos, as conquistas logradas e as por conseguir.
Dínamo gerador de recursos psicofísicos, nas paisagens mentais se expressam, facilmente, os estados múltiplos da personalidade, encadeando sucessos ou fracassos, que se exteriorizam em formas depressivas, ansiosas, traumáticas, neurastênicas e outras, originando enfermidades psíquicas de variada e complexa nomenclatura.
Em face desses estados mórbidos (originados em vidas passadas por desrespeito às Leis da Vida), abrem-se largas brechas que facultam e estimulam as parasitoses espirituais, que degeneram em síndromas obsessivas e se convertem, não raro, em subjugações de curso irreversível. (Análise das Obsessões, pp. 9 e 10)
5. Recepção da idéia perturbadora
Vivendo em permanente intercâmbio, nós Espíritos, encarnados e desencarnados, participamos das vivências no corpo e fora dele. Não apenas por processos de vingança pessoal, em que os desafetos se buscam, como por fatores de variada motivação, assimilam-se idéias e pensamentos pela simples sintonia da onda própria em que se situam as mentes.
Assaltada por vibrações negativas, a mente ociosa ou indisciplinada, viciada ou rebelde, logo registra a interferência e (porque não se ajusta a um programa educativo da vontade) recebe o impulso da idéia, permitindo-se aceitar a sugestão perturbadora, que agasalha e vitaliza sob a natural acomodação dos complexos e recalques, dos comportamentos pessimistas ou exaltados peculiares a cada um.
Aceita a indução, forma-se uma tomada para a ligação com a sombra, em regime de intercâmbio psíquico. (Análise das Obsessões, pp. 10 e 11)
“A publicação do estudo continuará
nas próximas semanas”