Parte I – Plano Físico - Eletricidade
Campo
Elétrico: Denominamos assim a porção do espaço onde se realizam fenômenos
elétricos, pela existência de uma corrente. A direção e a intensidade de um
campo elétrico são dadas pelas linhas de
força do campo.
Linha
de Força: Linha de força representa um campo elétrico (ou magnético) cuja
direção, em qualquer ponto é tangente à direção da força elétrica (ou do campo
magnético) nesse ponto.
A linha de força é
tangente em todos os pontos, à direção do campo. Mas o campo é percorrido por
uma infinidade de linhas de força. Então, o número de linhas de força que
atravessam uma superfície é dado, convencionalmente, pela intensidade do campo.
A sala
de reunião: Uma reunião mediúnica forma, inegavelmente, um campo elétrico ou magnético. Quanto
mais estiver o ambiente carregado de eletricidade ou magnetismo positivo, mais eficiente será a reunião. Quanto mais
esse ambiente estiver permeado de forças
negativas, mais perturbada a reunião.
Essa a razão por que se pede que não haja movimento de gente na
sala mediúnica, especialmente algumas horas antes das reuniões: é para evitar
que o campo elétrico seja
desfavoravelmente carregado de energias
negativas, interferindo nas linhas
de força estabelecidas pelos Espíritos, como “polos norte” ideais no campo.
A conversação fútil, as discussões políticas ou de outra
espécie, as críticas ou palavras deprimentes, invertem a corrente elétrica do campo. Ora, as linhas de força
dependem da intensidade de pensamentos
bons e amoráveis. Quanto mais numerosas e fortes essas linhas de força,
tanto mais propicio o campo elétrico
para as comunicações eletromagnéticas
entre desencarnados e encarnados.
Não se trata de religião nem de pieguismo: é um fenômeno puramente físico, de natureza elétrica. Quem pretende fazer
reuniões espíritas (eletromagnéticas) sem preparar antes o campo elétrico‐magnético,
sujeita‐se a
decepções de toda ordem, a interferências, a fracassos.
Note‐se,
porém, que o campo elétrico pode
também ser perturbado por entidades desencarnadas,
que vivam no ambiente (por não ser calmo e amoroso) ou que sejam trazidos pelos
frequentadores (que tenham tido discussões ou raivas durante o dia).
As entidades desencarnadas têm a mesma capacidade que as
encarnadas de emitir ondas eletromagnéticas
de pensamento. O que evita esses aborrecimentos é uma corrente mais forte
que a tudo se superponha. E o melhor gerador de forças eletricamente superiores
é a prece.
Condensador:
Chamam‐se
condensadores (capacitores) os aparelhos constados de tal maneira, que tenham,
intercalados, corpos bons condutores
de eletricidade e material isolante
(dielétrico).
O fato de não se tocarem entre si os condutores, faz que a corrente, mesmo não passando de um a outro, provoque
a criação, entre eles, de um campo
elétrico. Assim, um condensador cria um campo elétrico entre cada chapa, no
espaço ocupado pelo material isolante.
Os condensadores
quando em circuito sintonizado podem ser: Fixos:
quando recebem e emitem energia num só comprimento de onda, sem selecioná‐las. Variáveis:
quando têm possibilidade de selecionar os diversos comprimentos de onda, de
acordo com a maior ou menor superfície
do campo, estabelecido pelas placas.
Todos conhecem os condensadores variáveis em nossos radio-receptores.
Os
médiuns: No ambiente mediúnico, os assistentes e médiuns são verdadeiros condensadores, que formam o campo eletromagnético. Entre cada
criatura existe o material isolante (o ar atmosférico). E por isso o campo se
tornará mais forte quando houver mais de uma pessoa.
Aqueles que não são médiuns, funcionam como os condensadores fixos, que recebem e
emitem energias num só comprimento de onda, não sendo capazes de distinguir as
diversas estações transmissoras (os
diversos Espíritos) e não podem por isso receber e transmitir as mensagens
deles. As ideias ficam confusas e indistintas.
Já os médiuns são
verdadeiros condensadores variáveis,
com capacidade para selecionar os Espíritos que chegam. Então recebem e
transmitem cada comprimento de onda por sua vez, dando as comunicações de cada
um de per si.
Quanto maior a capacidade do médium de aumentar e diminuir a superfície do campo estabelecido pelas placas, tanto maior a capacidade de
receber Espíritos de sintonia diversa: elevados
e sofredores.
Há médiuns, porém,
que parecem fixos em determinada onda: só recebem e transmitem determinada
espécie de Espíritos, provando com isso a falta de maleabilidade de sua
sintonia. Para modificar a sintonia, o condensador
variável movimenta as placas, aumentando ou diminuindo a superfície do
campo.
Os médiuns podem obter esse resultado por meio da prece, modificando com ela o campo elétrico, e conseguindo assim
captar e retransmitir as estações mais elevadas, os espíritos superiores.
Acumulador:
Chamamos acumulador o aparelho que armazena energia química. Essa energia, uma vez armazenada, é fornecida e
distribuída sob forma de corrente
elétrica, até que o acumulador se esgota. Entretanto, é possível recarregar
o acumulador, forçando‐se
através dele uma corrente em sentido oposto.
Bateria:
Denomina-se bateria uma série de acumuladores ligados entre si, aumentando, com isso, a capacidade
de armazenamento e também o tempo em que consegue permanecer sem esgotar‐se. Grande semelhança com a mediunidade.
A mesa
da reunião: Cada criatura constitui um acumulador,
capaz de armazenar a energia espiritual
(eletromagnética). Entretanto, essa energia pode esgotar‐se. E se esgotará com facilidade, se houver
perdas ou saídas dessa energia com
explosões de raiva, ou com ressentimentos e mágoas prolongadas, embora não
violentas.
Cada vez que uma pessoa se aborrece ou se irrita, dá saída à energia que mantinha
acumulada, descarrega o acumulador
de força (ou fluidos), diminui a carga e, portanto, se enfraquece. O segredo é
manter‐se
inalterado e calmo em qualquer circunstância, mesmo nas tempestades morais e
materiais mais atrozes.
Todavia, se por acaso o acumulador
se descarrega, pode ser novamente carregado, por meio de exercícios de mentalização
positiva e de prece em benefício dos
outros, ou seja, prece desinteressada.
Portanto, é realmente carregado com uma energia em direção oposta: se ficou
negativo, carregar‐se‐á com energia positiva.
Os acumuladores nem
sempre possuem carga suficiente de energia para determinado fim. São então
reunidos em série, formando uma bateria. Na mediunidade, quando um médium não é capaz de fornecer energia
suficiente a sós, reúne‐se com
outros, formando uma reunião.
Esta é constituída em
série, (não em paralelo), é por isso que todos se sentam em redor de uma
mesa. A bateria assim formada,
conserva em si e pode utilizar uma energia eletromagnética muito maior. Daí as
comunicações em reuniões serem mais eficientes que com um médium isolado, por melhor
que seja ele.
Também a bateria pode
esgotar‐se. Mas
a vibração das ondas de pensamento e a
prece podem carregar novamente a bateria.
Esse processo é com frequência utilizado nas reuniões, durante ou após a
manifestação de espíritos muito rebeldes, que descarregam a energia: uma prece repõe as coisas em seu lugar,
infunde novas energias à bateria e
permite a continuação dos trabalhos.
Como vemos, mediunidade ou comunicação de Espíritos não é fenômeno religioso, mas puramente
física, eletromagnético, obedecendo a todas as leis da eletrônica. Quem
compreender isso, perceberá que ser bom,
fazer o bem, perdoar e amar não são virtudes religiosas, mas forças científicas
que permitem à criatura uma elevação de
vibrações e uma ascensão a planos superiores.
Quem é inteligente, é bom por princípio científico. Por isso, há
tanta gente boa sem ser religiosa, e até dizendo‐se ateia. E tantos que professam religião e que, não tendo
compreendido o fenômeno, permanecem na ignorância do mal.
Eletricidade
Estática: Falemos agora a respeito da eletricidade estática. Assim é
chamada aquela eletricidade que existe permanentemente na atmosfera e nos
corpos. O átomo, constituído de núcleo (prótons, nêutrons) e elétrons,
além de partículas efêmeras como mesons, positrons e neutrinos, possui além
disso a capacidade de revestir‐se de elétrons.
A ciência oficial, neste particular, ainda se encontra meio
tonta: basta dizer que considera negativos
os elétrons, que são tipicamente positivos.
Vem o erro da denominação errônea inicial, quando se chamou negativa a fonte que despedia energia, e
positiva a que recebia essa energia.
Exatamente o contrário da realidade e da verdade.
Para a ciência oficial, ainda hoje, positivo é o polo passivo,
e negativo é o polo ativo. Em vista disso, os elementos
positivos, os elétrons, são chamados negativos. Entretanto, procurando corrigir
essa falha lamentável, vamos denominar certo, neste estudo: os elétrons, para nós, são positivos (embora
a ciência os denomine erradamente negativos).
Feita esta ressalva inicial, para podermos entender‐nos, verifiquemos o comportamento do átomo
e, portanto, dos corpos.
Equilíbrio:
Quando um átomo está com seus elementos equilibrados (número normal
de prótons, elétrons, etc.), dizemos que está descarregado eletricamente; ou seja, não tem carga elétrica.
Carga
Elétrica: Quando conseguimos colocar mais elétrons no corpo, dizemos que o
corpo está carregado positivamente.
Quando, ao contrário, falta elétrons, dizemos que está carregado negativamente.
O que acabamos de expor pode ser verificado facilmente. Se
encostarmos um pente de ebonite, ou uma caneta tinteiro a pedacinhos de papel,
nada acontece: o pente e a caneta estão
descarregados.
Mas se esfregarmos o pente ou a caneta num pedaço de lã ou
flanela, e os aproximarmos dos pedacinhos de papel, veremos que estes pulam e aderem
à caneta ou ao pente: então dizemos que
estão carregados.
Essa eletricidade
estática existe no corpo humano, que consiste num eletrólito (isto é, 66% dele é solução salina que contém e
conduz elétrons: essa solução salina
tem o nome de soro fisiológico).
Então, também o corpo humano, para ter saúde, necessita estar equilibrado
quanto ao número de elétrons.
Quando estes se escoam (por exemplo, pelos pés molhados) o corpo
se torna deficiente de elétrons, e
surgem as doenças como reumatismo, nefrite, flebite, catarros, etc., etc.,
pelas exaltações de germens.
Assim, as enfermidades exprimem falta de elétrons; a saúde, é o equilíbrio; o excesso de vitalidade
é um superávit de elétrons.
O corpo
humano: O que ocorre com o corpo
físico (ou melhor, com o corpo
astral ou perispírito), ocorre também com os espíritos desencarnados que continuam revestidos de corpo astral. Se o Espírito está bem, seus elétrons estão em equilíbrio; se estes são deficientes, o Espírito
está enfermo, física ou moralmente.
Por isso, se o aparelho (médium)
se liga a um espírito bom, carregado
positivamente de elétrons, se sente bem e continua com esse bem-estar mesmo depois da incorporação, porque permanece com os elétrons em equilíbrio ou em superávit.
Mas ao invés, quando é ligado a um espírito sofredor ou obsessor, com deficiência de elétrons, o
aparelho se sente mal, e o mal‐estar
continua após a incorporação porque
os elétrons que tinha, passam para o
Espírito que sai aliviado.
Neste segundo caso, para reequilibrar o aparelho, é necessário um
passe de reequilíbrio, para fornecer‐lhe os elétrons
que perdeu em benefício do Espírito; ou receber
do mentor ou amigo espiritual que, com sua ligação, restabeleça o
equilíbrio, fornecendo‐lhe os
elétrons necessários.
Indução:
Sabemos que, sem necessidade de tocar um corpo em outro, podemos
eletriza-lo (carregá‐lo de
elétrons) por aproximação ou mergulho em um campo elétrico ou em um campo
magnético. A isso chamamos indução.
O
encosto: Muitas vezes, mesmo sem incorporação,
pode um Espírito aproximar‐se (encostar‐se) a um aparelho (médium), sugando‐lhe os
elétrons e deixando‐o com
mal-estar, por vezes com dores, embora o desencarnado dali se afaste aliviado.
Isso ocorre com todos. Mas os médiuns,
por serem mais sensíveis, percebem essas diferenças de elétrons.
Para o médium, bastará um passe de recuperação, que é inclusive
uma das caridades mais meritórias, porque feita sem interesse e até sem
conhecimento do que se está passando.
Há também ervas que
possuem e produzem grande número de elétrons.
E, sendo a água um bom condutor de energia, essas ervas são empregadas com
muito êxito em banhos chamados: banhos de
descarga, porque retemperam e reequilibram o organismo do aparelho. Já os
antigos conheciam essas ervas. Daí se colocarem certas plantas (arrudas, espada
de S. Jorge, etc.), no ambiente: a
produção de elétrons protege os habitantes.
E quando a sucção dos elétrons é grande no ambiente, a planta
chega a murchar: é quando se diz que
o ambiente não está bom. Eis porque
os velhos, desvitalizados (pobres em elétrons) gostam da companhia de jovens,
que lhes fornecem por indução. Por
isso não devem dormir no mesmo leito crianças e velhos.
A sensibilidade dos médiuns
faz com que eles percebam a aproximação de um Espírito como uma descarga elétrica, manifestado por
vezes por um arrepio violento que
lhes percorre a espinha, ou por um eriçar‐se dos pelos dos braços, imitando a pele de galinha: representa isso a entrada ou a saída de
elétrons.
Daí haver duas espécies desses arrepios: um desagradável, quando o Espírito suga elétrons que saem de nosso corpo, exprimindo a presença de um
Espírito enfermo ou perturbado; outro agradável,
de bem-estar, significando um banho de
elétrons que nos penetram, quando o Espírito é benéfico e, portanto, nos
fornece energia. (Essas sensações estão a cargo do sistema simpático‐parassinpático).
As Pontas: A eletricidade positiva ou negativa se agrega
mais nas pontas ou extremidades pontuadas. Daí terem nascido os para‐raios.
Essa a razão pela qual as mãos, os pés e
sobretudo os dedos, são as partes mais carregadas em nosso corpo. Por esse
motivo os passes são dados com as mãos abertas (o que em o Novo Testamento se
diz: impor as mãos), para que os elétrons fluam através dos dedos.
Os passes: Daí
qualquer dor que sintamos ser imediatamente socorrida pela nossa mão que vai ao
local, para restabelecer o equilíbrio dos elétrons: é o passe instintivo e natural. Por isso as pessoas fracas gostam
de ficar segurando as mãos das pessoas fortes: os enfermos assim fazem com os
sadios.
Os passes, portanto, são um derramamento
de elétrons, através das pontas dos dedos, para restabelecer o equilíbrio
daquele que recebe o passe, e que deles está carente. Todavia, da mesma forma
que o pente de ebonite depois de certo tempo perde os elétrons em excesso que recebeu ao ser atritado com lã,
assim também ocorre com o corpo humano.
Daí a necessidade de os passes
serem periódicos. Bem assim os obsedados (permanentemente sugados por amigos invisíveis), os
fracos de saúde, os que lidam com multidões, precisam periodicamente de passes
reequilibrantes, recebendo um acréscimo de elétrons.
Por essa razão, as pessoas doentes (a quem faltam elétrons) não
deverem dar passes: ao invés de dá‐los, tirariam os poucos
do paciente, depauperando‐o ainda mais. Além disso, existem os que, sem elétrons positivos, possuem um
excesso de carga negativa. Com esses, é mister primeiro dar passes de descarga, tirando as cargas negativas,
para depois dar‐lhes elétrons.
Essa a razão por que alguns, ao dar passes sem técnica, absorvem a carga negativa dos enfermos,
ficando eles mesmos doentes: então em; primeiro lugar, passes dispersivos para limpar de cargas negativas; depois então, passes
de fornecimento de energias.
TÉCNICA DA
MEDIUNIDADE
Carlos Torres
Pastorino
Originalmente
publicado em 1968
Pela
Editora Sabedoria