Vivemos num universo constituído de energia que se expressa em
ondas, vibrações, mentes e ideias, condensando-se em matéria e voltando ao
estágio inicial incessantemente. Nele
tudo vibra, pois que não existe o repouso absoluto nem o absoluto caos. Aquilo
que se nos apresenta como desordem obedece a princípios fundamentais geradores
de futura harmonia.
Todo e qualquer movimento, emissão vibratória, por mais sutil,
influencia o conjunto, nada havendo que
não se encontre produzindo ressonância, à semelhança de uma sinfonia de
incomparável beleza, cujo conjunto de instrumentos diferentes produz o encanto
e a musicalidade perfeita.
A matéria, nesse indefinível oceano vibratório, é a energia condensada, que, após a
vigência do seu ciclo, retorna ao campo de origem. O ser humano, durante o
périplo carnal, é o princípio
inteligente do Universo, desenvolvendo os sublimes tesouros que nele jazem
adormecidos, e através de sucessivas reencarnações, atinge o estágio de vibração sublime, quando se torna
Espírito iluminado.
Nessa larga experiência evolutiva, acumula os valores defluentes
das vivências, crescendo sempre na direção da perfeição relativa que lhe está
reservada. Em cada etapa aprimora específicos recursos, trabalhando as anfractuosidades
morais resultantes dos tentames iniciais da fase do instinto, atravessando o período da razão, no rumo da intuição.
Sob a ação gloriosa do Deotropismo
(sentimento, inerente
aos seres, que os impelem para o criador, para Deus.), a sua
é a fatalidade da plenitude. Enquanto transita pelas faixas mais grosseiras do
processo evolutivo, submete-se às injunções penosas que lhe rompem as couraças
da ignorância para facultar-lhe o discernimento, que o alça ao conhecimento e a
liberdade.
Nem sempre, porém, esse desenvolvimento ocorre de maneira feliz,
em razão da predominância dos instintos
agressivos, da preservação da espécie, que o levam a utilizar-se da força,
dos ímpetos desordenados que se lhe demorarão na conjuntura de que se
constitui.
A cada ação sucede-lhe uma reação equivalente. No imenso
obscurantismo em que se demora, a Divina Providência tem tido o cuidado de
enviar-lhe Embaixadores sábios que o
têm tentado despertar para a realidade espiritual que lhe é legítima. Através
dos milênios sucessivos, esses amorosos mestres e condutores das massas
buscaram demonstrar-lhes a transitoriedade
do corpo e a perenidade do ser.
Cultos bizarros, a princípio, e sacrifícios grosseiros foram as
primeiras manifestações da vida estuante, dentro do nível moral em que se
encontrava, no seu primarismo evolutivo, culminando com a vinda de Jesus a Terra, abençoando-a com as incomparáveis lições do amor, que soluciona todas as
equações existenciais.
Habituado, porém, às forças
deletérias dos sentimentos grosseiros, o ser humano teve muita dificuldade
para aceitar as libertadoras diretrizes dos Seus ensinamentos e,
inevitavelmente, adaptou-as às próprias
paixões, gerando situações dolorosas para si mesmo.
Jesus sabia dos limites humanos e compreendia-os, ampliando a
sua compaixão, prometeu enviar o Consolador
em hora própria, quando as dores fossem superlativas e a compreensão mental
mais elevada, de modo a entender-lhe os supremos postulados.
A legião de seres bem-aventurados, que constitui o Consolador, traz o Mestre de volta, e
vem desvelando o significado profundo da existência, os valores altíssimos da
existência física, diluindo os mistérios que ocultam a vida transcendental e
demonstrando de maneira vigorosa esse intercâmbio entre as duas faces da realidade:
a material e a espiritual.
Constata-se, desse modo, que a inter-relação entre os chamados vivos e os mortos é muito maior e vigorosa do que se pensa. Graças à Lei das Afinidades, há uma poderosa
atração entre os semelhantes vibratórios, especialmente no que diz respeito ao campo moral e intelectual.
Conforme as aspirações íntimas e comportamentos pessoais, cada
ser respira a psicosfera que emite e
transita no campo vibratório que
constrói.
Compilado do livro: Perturbações Espirituais
Autor: Manoel Philomeno de Miranda (espírito)