Miramez – Capítulo 89 do livro Médiuns

Miramez – livro Médiuns - Ao nascer do Sol
Saindo, porém, o sol a queimou; e porque não tinha raiz, secou-se. (Marcos, 4:6)

A parábola do semeador é de profunda importância no campo doutrinário. Saber semear deve ser qualidade inerente ao discípulo de Jesus nesta nova era, para que o tempo seja bem aproveitado, pela luz dos conceitos que o Cristo de Deus nos ligou na eterna disposição do amor que é o Seu clima.

Todo estudioso de filosofia espiritualista tem o dia, no seu mundo íntimo, de nascer o sol da verdade.

E quando isso acontece, o seu maior empenho é abrir prismas na sua própria inteligência ainda na obscuridade. E eis que nessa mescla de ajudar com um pouco de vaidade, muito se perde, dado que o terreno não corresponde à pujança das sementes. A perda, porém, é aparente.

O astro Sol enriquece o solo de uma variedade de elementos indispensáveis à vida, assim como o subsolo em que se esconde. Vitaliza as ondas que brincam com as primeiras camadas de água.

Atinge as profundezas do oceano, ilumina as árvores por fora e as beneficia por dentro, purifica a atmosfera volante, para que essa sustente a vida do homem e dos animais.

Se o Sol está nascendo em nós, abramos os corações e deixemos toda a claridade inundar o nosso ser, e não nos façamos de egoístas. Ofertemos a quem quer que seja, sem que a prepotência ocupe o lugar da humildade. Interessemo-nos pelo bem, não pelo amor, mas por amor.

É de interesse nosso não nos esquecermos do apóstolo Paulo, I Coríntios, 14:40, quando nos adverte: Tudo, porém, seja feito com decência e ordem. O médium favorável à ostentação cria dificuldades para a sua própria amizade, talvez sem intenção, mas se coloca como mestre, esquecendo-se de que, igualmente, é aluno na escola do Cristo.

A arrogância se atrofia quando a humildade é cultivada. Vejamos a advertência evangélica, para que nos coloquemos nos devidos lugares: Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus – I Coríntios, 3:6.

Poderemos plantar boa idéias nos outros, não resta dúvida. Não obstante, é de lógica comum que não nos arvoremos na posição de verdadeiros doadores. Somente na graça do Senhor plantamos. O tempo rega e o crescimento vem de Deus.

A experiência nos faz lembrar e aconselha que o místico, pelo menos de vez em quando, deve estar presente no despontar do sol físico, banhando-se nos seus múltiplos raios e respirando uma atmosfera aliviada do miasma terreno, pois esse espetáculo criará uma disposição interna, para que se avive nele, com fulgor, o sol da alma.

Também os exercícios físicos, pela manhã, renovam as energias, proporcionando, principalmente ao médium, uma disposição maior, de sorte a entrar com mais facilidade em comunicação com o mundo espiritual. Mas que seja tudo com moderação e respeito à organização biológica.

A razão nos demonstra que a meditação é a verdadeira prece do santo. Os caminhos que nos levam ao equilíbrio são vários, esperando eles que trilhemos pelas suas veredas. Durante a noite há trabalhos inumeráveis no astral próximo à Terra. Escola, doutrinação, assistência, limpeza psíquica, etc.

É por isso que todo amanhecer nos traz grande predisposição para o trabalho, alegria e de certo modo, a esperança. Enquanto os corpos descansam, os espíritos ligados a eles se refazem no mundo espiritual, em contato com as grandes almas que os orientam, e então respiramos com eles, a atmosfera elevada.

É no Evangelho vivo em forma de pão espiritual, é Cristo se fazendo em nós, por intermédio dos benfeitores da luz. Eis que isso tudo é problema de sintonia. Se o nosso ideal na Terra é o bem, é nos educarmos, podemos entrar, quando em sono, no reino de aprendizado de Jesus.

Sendo o contrário, ligamo-nos, por lei, com as sombras, e as conseqüências são desastrosas, até aprendermos a amar o bem.

Médium! Ao nascer do sol de Cristo em teu coração, não temas em clarear os outros, pensando em desperdício de luz, mesmo que a aparência diga o contrário, como refere o apóstolo. Põe esta verdade em tua mente: “Nada se perde”.

Saindo, porém, o sol a queimou; e porque
não tinha raiz, secou-se.