Miramez – Capítulo 91 do livro Médiuns

Ciência e Mediunidade - Miramez

Eis que dois varões falavam com eles:
Moisés e Elias. (Lucas, 9.30)

A mediunidade é uma ciência tão profunda e sutil, que todos os combates provindos de várias inteligências não conseguem fazer a humanidade esquecê-la.

Ela viajou com os Espíritos milhões de anos, e avança com eles pela eternidade afora. É uma ciência divina, trabalha sem exigir e estimula o bem com o interesse no próprio bem.

O fato ocorrido com Cristo no monte Tabor nos mostra, a extensão do seu valor, pois esse acontecimento é registrado no Evangelho por três dos seus evangelistas: Lucas, Mateus e Marcos.

E foi comentado por todos os discípulos de Jesus. O que se passou com o Mestre, Moisés e Elias confirma a ciência da mediunidade.

Esse fenômeno, na Doutrina Espírita, é muito conhecido, de maneira que vários deles já foram fotografados, semelhantes ao caso dos dois Espíritos bíblicos materializados, conversando com Jesus.

Se naquela época existisse máquina fotográfica nas mãos de Pedro, Tiago ou João poderíamos identificar a verdade com mais segurança.

O Cristo tinha todos os poderes mediúnicos desenvolvidos, e os Espíritos que com Ele confabulavam no monte eram de alta hierarquia espiritual, dominavam igualmente todos os elementos da natureza correspondentes a uma materialização.

Foi vista pelos discípulos uma nuvem, a qual encobriu a todos, e dela saía uma voz. Essa nuvem era um lençol ectoplasmático fornecido pelos três companheiros do Mestre preparado pelo próprio Cristo, fornecendo assim corpos para Moisés e Elias se tornarem visíveis. Tal fenômeno é comentado, escrito e divulgado pelo mundo inteiro.

No entanto, não é só mediunidade de efeitos físicos que é ciência. Todas as faculdades fazem parte do grande mistério mediúnico. O intercâmbio com os Espíritos, seja ele qual for, é científico, com profundas ligações com o poder do amor.

Mediunidade é também profecia, que escapa a muitos apurados raciocínios. Entretanto, o tempo mostra, concretamente, o que ela profetiza no presente, para o futuro.

Mediunidade e ciência são dois paralelos que se avolumam, intercambiando valores, para que o progresso possa confundi-los, tornando-se uma força em busca da verdade.

Todavia, para que essa ciência espiritual se apure, fornecendo dados a todos os estudiosos e esses livros esclarecedores, é necessário que eduquemos as faculdades mediúnicas, usando todos os processos indicados por Jesus e ampliados por Allan Kardec e por muitos dos seus coadjuvantes.

A disciplina dos dons, correspondem forças novas, na nova dinâmica de servir o amor. A mediunidade é uma realidade universal, ela se encontra aflorada em muitas das criaturas pertencentes a todas as religiões, filosofias e ciências da Terra.

É de se acreditar, pelos fatos, que até alguns dos contestadores da ciência mediúnica entram em intercâmbio com os Espíritos, sem que suas razões acusem. Ela existe em todas as escalas da vida, como em outros fatores, sem que entrem em comunicações diretas com os Espíritos.

Médium quer dizer canal, intermediário de alguma coisa. Porém, aqui falamos mais acentuadamente do médium espírita, que estuda e se entrega à prática da Doutrina dos Espíritos, organizada por Kardec.

Se falamos de universalidade, em muitas das nossas mensagens, é de se deduzir que não devemos esperar de um médium só verdades, que nem o conjunto deles dará.

Cada sensitivo contribui com sua parcela para uma verdade ainda relativa, em se falando de intermediário na Terra. Somente o fanatismo espera dessa fonte, água para saciar plenamente a sua sede de saber, esquecendo que a evolução é conjunto de esforços coletivos pelas mãos de Deus.

Se queres servir de instrumentos para a presença de Espíritos evoluídos, trabalha para que possas estar entre eles, para que eles despertem o amor que existe em ti.

E se ouvires de vez em quando alguém falar que a mediunidade não é ciência, nem religião e muito menos filosofia, medita nisto que vamos repetir:

                               Eis que dois varões falavam com ele
                                             Moisés e Elias.