Parábola da Pérola

18 Parábola da Pérola
(Mateus XIII 45-46)

O Reino dos Céus é semelhante a um negociante que buscava boas pérolas; e tendo achado uma de grande valor, foi vender tudo o que possuía e a comprou.

1. Cairbar Schutel

As pérolas constituem enfeites para a gente fina; são raras, por isso são caras. Quem possui grandes e finas pérolas possui tesouro, possui fortuna. Além disso, são jóias muito apreciadas no seu todo, pela sua estrutura, pela sua composição.

Os porcos não apreciam as virtudes das pérolas; preferem milho ou alfarrobas. Se lhes dermos pérolas, eles pisam-nas e sumergem-nas no lamaçal em que vivem; por isso disse Jesus: Não deis pérolas aos porcos.

Certamente já havia o Senhor do Verbo Divino comparado o Reino dos Céus a uma pérola de raro valor, quando propôs aquela recomendação a um discípulo que deliberava anunciar a sua doutrina a um homem-suíno.

Na verdade, há homens que são Homens, e há homens que se parecem muito com suínos. O suíno vive exclusivamente para o estômago e para a lama. Os homens-suínos também vivem de lama e para o estômago. A estes as pérolas nada significam: as alfarrobas melhor lhes sabem.

O Reino dos Céus, nos tempos atuais, é incompatível com o Reino do Mundo. Para a aquisição da pérola o homem vendeu tudo o que possuía; para a aquisição da pérola do Reino dos Céus o homem precisa vender o Reino do Mundo.

Há Reino do Mundo, e há Reino dos Céus. Aquele desaparece com as revoluções, ao chamado da morte, ou sob o guante da miséria. O Reino dos Céus permanece na alma daquele que souber possuí-lo.