Miramez – Capítulo 90 do livro Médiuns

Livro Médiuns - Universalidade dos Médiuns

E, correndo o olhar pelos que estavam assentados ao redor, disse: eis minha mãe e meus irmãos. (Marcos, 3.34)

O médium evangelizado não pode se confinar a restrito campo de determinados preceitos. Toda a sua ação deve estar ligada à universalidade das coisas, onde o entendimento alcance o amor, que vibra desde a interestrutura da matéria até a culminância dos astros, vindo de Deus.

O Cristo deixa-nos entender, no versículo acima, o cosmopolitanismo da sua personalidade, principalmente, quando se trata das coisas do Senhor. As ligações com amigos, com famílias, com o trabalho, despertam profundo interesse no que tange à nossa vida.

No entanto, ao tratarmos dos assuntos da lei e dos compromissos assumidos com a nossa consciência, esse fato coloca, de certo modo, limites nos compromissos dos homens na Terra.

E sem romper com os primeiros, acionam seus direitos individuais. Mesmo contrariando alguns, partem para convênios com os mais velhos. Depois de satisfazerem a lei, tornam a dedicar-se aos lazeres cotidianos com bastante prazer.

Quando pensamos ou fazemos alguma coisa, quando falamos ou escrevemos, quando abençoamos, lembremo-nos da fraternidade universal, que elimina completamente o egoísmo, desnorteia a usura, tira a força do orgulho e nos faz esquecer a vaidade.

Enquanto a nossa mente estiver presa somente ao nosso interesse, estamos mortos, porque não conseguimos viver por nós mesmos. Em tudo dependemos de todos e, na totalidade, de Deus.

Não existe coisa mais sublimada na vida do que o amor. Ele parte do Todo Poderoso com todo o seu energismo universal, configurando todas as necessidades da criação divina. E por ser amor, divide-se ao infinito, para ajudar do nada ao tudo.

Quem não se interessar pela lei do amor, quem quiser ignorar essa verdade, quem quiser endurecer o entendimento com medo de dar de si mesmo para os seus semelhantes cai no abismo que ambienta a ignorância, e somente o tempo, pelo empuxo evolutivo, despertar-lhe-á a inteligência e o coração, com promessas seguras de que ele ficará livre da dor, pensando, analisando e praticando o amor pelos canais de caridade.

Quando falamos aos médiuns, parece que estamos exigindo demasiado esforço da parte deles. Eis porque reforçamos mais uma das muitas afirmações: Não existem imposições no que falamos e escrevemos, talvez nem mesmo conselhos.

O nosso maior empenho é que te tornes medianeiro afinado, instrumento cujos acordes espirituais tenham ressonância nas criaturas preparadas.

Se assim podemos dizer, o nosso trabalho poderá ser um convite, e muito nos alegra se começares, se ainda não estiveres em Cristo, ou despertando para Ele.

A mensagem de Jesus, por intermédio da Doutrina Espírita, não tem outra missão senão despertar a alma, dando um toque de reforma em todas as criaturas, pelos meios de que dispõe, que são incontáveis.

Se queres as bênçãos de uma consciência tranqüila, não tardes em cooperar: no trabalho honesto, na alegria benfeitora, na humildade construtiva, no benefício comum, na caridade sem barreiras, e no amor a todos.

A universalidade dos médiuns é um caso de interesse divino, que depende muito deles, estimulando os princípios do entendimento.

Milhares de mãos do mundo invisível irão se aproximar das suas sensibilidades, e quanto mais esforços no bem, mais multiplicarão amigos e poderes, de forma a amar com grande intensidade.

Médium! Ao assentares à mesa para o labor mediúnico, perpassa os olhos pelo salão e dize, baixinho, somente para ti mesmo: eis minha mãe e meus irmãos.