Na
pesquisa da origem da vida, a Biologia oferece-nos vasto campo de estudo
através de várias hipóteses. Estudaremos aquela ensinada pelos Espíritos
Superiores e
que é quase o consenso da ciência oficial.
Procurando
fixar idéias
seguras acerca do corpo espiritual, será preciso remontamos, de algum modo, aos
primórdios da vida na Terra, quando mal cessavam as convulsões telúricas, pelas
quais os Ministros Angélicos da Sabedoria Divina, com a Supervisão do
Cristo de Deus, lançaram os fundamentos da vida no corpo ciclópico do Planeta.
Após a
formação da Terra, a partir de uma matéria elementar existente, os Espíritos
Superiores operam sobre o planeta recém-formado, favorecendo o surgimento de extensas
superfícies de mares mornos ou quentes e de gigantesca massa viscosa a espraiar-se no solo
da paisagem primitiva.
Dessa
geléia cósmica, verte o principio inteligente, em suas primeiras manifestações. Esse princípio
inteligente, ou Mônadas celestes, no transcurso dos milênios, são trabalhadas e
magnetizadas pela espiritualidade maior, até se manifestarem em rede filamentosa do
protoplasma
de que se lhes deriva a existência organizada no Globo constituído.
Aparecem
os vírus e, com eles, surge o campo primacial da existência, formado por
nucleoproteínas e globulinas, oferecendo clima adequado aos princípios
inteligentes ou Mônadas Fundamentais, que se destacam da substância viva, originando-se, assim
as formas primitivas de microorganismos, evoluindo sucessivamente, através de milênios
e milênios, para os minerais, os vegetais (inferiores e superiores), os animais
(esponjas, crustáceos, peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos), até chegar no período
quaternário, com o aparecimento da forma hominal.
Compreendendo-se,
porém, que o princípio divino aportou na Terra, emanado da Esfera Espiritual,
trazendo em seu mecanismo o arquétipo a que se destina, não podemos
circunscrever-lhe a experiência ao plano físico simplesmente considerado, porquanto, através do
nascimento e morte da forma, sofre constantes modificações nos dois planos em
que se manifesta.
Daí,
consideramos que a evolução das formas de vida no nosso planeta não evoluiu apenas na
sua manifestação no campo físico, mas também no extrafisico, justificando,
assim, a ignorância em que a ciência ainda se mantém ante os chamados elos
perdidos da evolução.
Se a
ciência considerasse
a evolução para além da matéria física, compreenderia o processo lento, porém contínuo
e gradual da vida, e não se deteria nas buscas infrutíferas de encontrar tais
elos perdidos.
O fato
de uma linhagem de antropóides erguer a coluna vertebral em sentido vertical,
tido pela Biologia como um grandioso e glorioso marco evolutivo, tem igualmente
elevadas implicações em se tratando do homem como ser espiritual: a conquista
da razão. A partir daí, já não se fala mais em elemento espiritual, mas numa
individualidade organizada, destinada à perfeição, chamada Espírito.
Ao lado
da evolução da forma, emparelhou-se a evolução moral. O aprimoramento do
corpo físico gerou o acrisolamento dos sentidos e, aumentado à percepção
exterior, a orientação direta exercida pelos Espíritos Superiores, foi
diminuindo gradualmente, deixando o homem progredir pela aquisição do livre-arbítrio.
Antes de
tecer alguns comentários a respeito da natureza dos Espíritos, é importante
estabelecer a diferença entre o princípio espiritual e o princípio vital.
Há, na
matéria orgânica, um princípio especial, inapreensível, e que ainda não pode
ser definido: o princípio vital. Ativo no ser vivente, esse princípio se
acha extinto no ser morto. Os seres orgânicos assimilam o princípio vital para
realizarem todas as funções vitais.
Os seres
inertes, como por exemplo, os minerais, não assimilam este princípio, e as
estruturas químicas, como o hidrogênio, oxigênio, carbono, nitrogênio, etc.,
combinariam entre si formando os diversos tipos de corpos inorgânicos,
amplamente distribuídos na Natureza. O princípio vital modifica a constituição
molecular de um corpo, dando-lhe propriedades especiais.
A
atividade do princípio vital é alimentada durante a vida pela ação do
funcionamento dos órgãos. Cessada aquela ação, por motivo da morte, o
princípio vital se extingue. A partir da extinção do princípio vital, a matéria é
decomposta em seus elementos constitucionais (oxigênio, carbono, nitrogênio,
etc.), os quais poderão se agregar para formar corpos inertes ou inorgânicos,
ou se manterão dispersos até a formação de novas combinações.
O
princípio espiritual tem existência própria. Individualizado, o elemento espiritual
constitui os seres chamados Espíritos. E, Espíritos são, portanto: “individualidades
inteligentes, incorpóreas, que povoam o Universo, criados por Deus, independentes da
matéria; prescindindo do mundo corporal, agem sobre ele e, corporificando-se
através da carne, recebem estímulos, transmitindo impressões, em intercâmbio
expressivo e contínuo”.
A
natureza dos Espíritos é algo do qual pouco ou nada sabemos. A pergunta
82 de “O Livro dos Espíritos”, sobre a imaterialidade dos Espíritos,
assim nos diz: ... imaterial não é bem o termo; incorpóreo seria mais exato,
pois deves compreender que, sendo uma criação, o Espírito há de ser alguma
coisa.
É a matéria quintessenciada, mas sem analogia para vós outros, e tão etérea que
escapa inteiramente ao alcance dos vossos sentidos.
Na mesma
pergunta, logo abaixo, Kardec completa: “Dizemos que os Espíritos são
imateriais,
porque, pela sua essência, diferem de tudo o que conhecemos sob o nome de
matéria.
Um povo de cegos careceria de termos para exprimir a luz e seus efeitos; nós
outros somos verdadeiros cegos com relação à essência dos seres sobre-humanos”.
Compilado da Federação Espírita Brasileira