Parte
I – Plano Físico - Eletricidade
Primeiramente
recordemos algumas definições, a fim de estabelecer entendimento dos termos que
serão empregados.
Vibração: O que nos dá melhor
ideia do que seja vibração, é ver o funcionamento de um pêndulo, com seu vai e
vem característico. No pêndulo distinguimos: a) O momento de repouso ou de
equilíbrio, quando ele se acha exatamente na vertical. b) Os pontos máximos,
que ele atinge ao movimentar‐se.
Partindo
daí, verificamos que a vibração pode ser: a) SIMPLES: que é o percurso de um
ponto máximo A1 ao outro ponto máximo A2 ou b) DUPLA: que constitui a ida e
volta (de A1 até A2 e de A2 até A1); a esta vibração dupla chamamos oscilação.
Período: Acontece que o
pêndulo leva tempo em sua oscilação. Então, chamamos período o tempo de uma oscilação, medida em segundos. E para que a
medida seja bastante precisa, costumamos dividir a oscilação em quatro partes,
denominadas fases: 1ª fase (de A1 até
B); 2ª fase (de B até A2); 3ª fase (de A2 até B); 4ª fase (de B até A1). (A
posição B representa o pendulo na vertical)
Frequência: Denominamos frequência ao número de oscilações
executadas durante um segundo. Quanto maior a frequência, mais ALTA é ela;
quanto menor, mais BAIXA. Então, se executar 10 oscilações em um segundo, a
frequência é baixa; se realizar 10.000 oscilações em um segundo, a frequência é
alta.
A
frequência é medida em ciclos. Então
o número de ciclos é o número de oscilações (ou frequência) contadas ao passar
por determinado ponto, durante um segundo.
Onda: Como, nada existe de
imóvel, também a oscilação (frequência ou vibração) caminha de um lado para
outra. A essa vibração que caminha chamamos onda.
Corrente: Ao deslocamento de
partículas num condutor damos o nome de corrente;
se a corrente caminha para um só lado, constantemente, dizemos que é contínua ou direta. Se ora vai para um
lado, ora para outro, a denominamos alternada.
Por
exemplo, quando dizemos que a corrente tem 50 ciclos, isto significa que a onda passa, por determinado ponto, de
um lado para outro, 50 vezes em cada segundo, ou seja, tem 50 oscilações por segundo.
Frequência dos
Pensamentos: Aqui
começamos a entrever que a mediunidade pode ser medida e considerada com todos
esses termos. A diferença reside nisto: a corrente
elétrica é produzida por um gerador, e a corrente mental é produzida pela nossa mente e transmitida por
nosso cérebro.
No
cérebro temos uma válvula que transmite e que recebe, tal como um aparelho de
rádio. Mas vamos devagar. Consideremos, por enquanto, que cada cérebro pode
emitir em vibrações ou frequência alta
ou baixa, de acordo com o teor dos pensamentos mais constantes.
O
amor vibra em alta frequência; o ódio, em baixa frequência. São polos opostos.
Quanto mais elevados os pensamentos, em amor, mais alta a frequência e mais
elevada a ciclagem.
Na
onda distinguimos várias coisas: a) A amplitude,
isto é, a força da onda (ou
amplitude da oscilação), medida pela distância maior ou menor de subida e
descida numa linha média; é, em outras palavras, o tamanho da oscilação. 1) A baixa amplitude, quando as oscilações
são pequenas; e 2) A alta amplitude,
quando as oscilações são grandes.
Mas
também há o Comprimento da onda, que
é a distância que medeia entre duas oscilações. Para uniformizar a medida dessa
distância, costumamos medir a distância entre duas cristas consecutivas. CRISTA é o ponto máximo de uma oscilação.
Medidas: A medida do
comprimento de onda é efetuada em: 1) Metros (quando mais longas); 2) Angström
(quando mais curtas). O angström (tirado do nome de um físico sueco) é uma
medida pequeníssima; basta dizer que um milímetro tem dez milhões de angström
(portanto um centímetro tem cem milhões de angström).
Correntes de
Pensamentos: Tudo
a que vimos dizendo é indispensável conhecer, para que bem se compreenda o
fenômeno científico da mediunidade, que se manifesta por meio de vibrações e ondas. A fim de dominar‐se
o mecanismo do fenômeno, é mister que a cada palavra seja dado o valor exato
que possui no estudo da ciência da física e da eletrônica.
As
vibrações, as ondas, as correntes utilizadas na mediunidade são as “ondas e correntes
de pensamento”. Quanto mais fortes e
elevados os pensamentos, maior a frequência vibratória e menor o comprimento de
onda. E vice‐versa.
O
que eleva a frequência vibratória do pensamento é o amor desinteressado; abaixa as vibrações tudo o que seja contrário
ao amor: raiva, ressentimento, mágoa, tristeza, indiferença, egoísmo, vaidade,
enfim qualquer coisa que exprima separação e isolamento.
Ondas amortecidas: Em física, estudamos
as “ondas amortecidas”, assim chamadas porque atingem rapidamente um valor
máximo de amplitude, mas também rapidamente decrescem, não se firmando em
determinado setor vibratório.
São
produzidas por “aparelhos de centelha”,
que intermitentemente despedem fagulhas, chispas, centelhas, mas não executam
uma emissão regular e fixa em determinada faixa. Produzem efeito de ruídos.
Preces não atendidas:
No
cérebro, ondas amortecidas são as produzidas por cérebros não acostumados à
elevação, mas que, em momentos de aflição, proferem preces fervorosas. A onda
se eleva rapidamente, mas também decresce logo a seguir, pois não tem condição
para manter‐se constantemente em nível elevado, por não
estarem a ele habituados.
São
pessoas que, geralmente, se queixam de que suas
preces não são atendidas. De fato, produzem “ruídos”, mas não conseguem
sustentar‐se em alto nível, não atingindo o objetivo
buscado.
Indutância: Chama‐se
assim a inércia da eletricidade, na mudança de uma direção para outra, na
vibração. Em outras palavras, quando a oscilação chega ao ponto máximo, ela pára,
para voltar ao lado oposto. Essa é a indutância,
que é medida em “henrys”.
Momentos de silêncio:
Na
mediunidade observamos também o fenômeno da indutância, que provoca muitas
vezes momentos de silêncio. O médium
“treinado” permanece calado, nesses momentos. O não desenvolvido intromete aí
pensamentos seus, “colaborando” na manifestação externa.
Se
a indutância é muito grande, a comunicação torna‐se imperfeita e
falha. Isso pode ser causado por defeito do aparelho receptor (médium) ou do
aparelho transmissor (espírito). Qualquer dos dois, sendo “humanos”, pode ser
fraco e apresentar indutâncias muito fortes, hiatos longos.
Onda Eletromagnética:
Vemos,
então, que onda é uma partícula que
se desloca com movimento oscilatório. Acontece, porém, que ao deslocar‐se,
provoca um campo magnético. Chama‐se
assim a oscilação da carga elétrica, com campo magnético. Esse “campo
magnético” particular acompanha a onda que o criou.
Vejamos,
agora, as diversas espécies de ondas:
1) Ondas Longas: são todas as
superiores a 600 metros de comprimento. Caminham ao longo da superfície
terrestre e têm pequeno alcance.
2) Ondas Médias: são as de
comprimento entre 150 e 600 metros. Caminham em parte ao longo da superfície,
mas também se projetam para as camadas superiores da atmosfera. Têm alcance
maior que as anteriores, embora não muito grande.
3) Ondas Curtas: são as que variam
entre 10 e 150 metros. Rumam todas para a atmosfera superior, e são captadas de
“ricochete”. Têm alcance muito grande, podendo ser captadas com facilidade até
nos antípodas.
4) Ondas Ultracurtas: são todas as que
forem menores que 10 metros. Muito maior alcance e força, ecoando nas camadas
superiores da atmosfera. Observe o clichê, onde além dessas, figuram outras
ondas e raios.
Tudo
isso faz‐nos compreender a necessidade absoluta de
mantermos a mente em ondas curtas,
isto é, com pensamentos elevados, para que nossas preces e emissões possam
atingir os Espíritos que se encontram nas altas camadas. As ondas longas, de
pensamentos terrenos e baixos, circulam apenas pela superfície da Terra,
atingindo somente os sofredores e involuídos, ou as próprias criaturas
terrenas.
Qualquer
pensamento de tristeza ou ressentimento ou crítica abaixa as vibrações, não
deixando que nossas preces cheguem ao alvo desejado. Por isso disse Jesus:
“Quando
estiveres orando, se tem alguma coisa contra alguém, perdoa-lhe”. (Marcos,
11:25) e mais: “se estiveres apresentando tua oferta no altar, e aí lembrares
de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali tua oferta diante do
altar, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão, e depois vem apresentar tua
oferta” (Mateus, 5:23‐24).
Impossibilidade,
digamos científica. Não pode haver sintonia. A prece não pode, científica e
matematicamente, atingir os planos que desejamos, porque estamos dessintonizados. Não se trata de
maldade ou exigência dos Espíritos
superiores. Mas não chega a eles nossa prece. Da mesma forma que um rádio só de
“ondas curtas” não pode captar os sinais das “ondas longas” e vice‐versa.
Cada
um (a ciência o comprova experimentalmente) só pode comunicar‐se
com seus afins em vibração. Por isso repete sempre: o Evangelho, mais do que um
repositório,
Teológico,
é um Tratado de Ciência, apenas expresso em termos de sua época.
Corrente Elétrica: Quando as ondas
“caminham”, podem formar uma “corrente”. Chamamos corrente elétrica, o deslocamento da massa elétrica, através de um
fio condutor. Temos então dois sentidos: De A para B, chama‐se
sentido positivo e de B para A,
chama‐se sentido negativo.
Pensamento positivo e
negativo: Na
manifestação de nossos pensamentos também temos duas direções: o pensamento positivo, em que a corrente
caminha de baixo para cima, do mais longo para o mais curto, e o pensamento negativo, quando se desloca
em sentido contrário, do alto para baixo, do mais curto para o mais longo.
A
corrente é de suma importância. Se os pensamentos bons (elevados) e de amor são
apenas “momentâneos”, não conseguem formar uma corrente, mas somente ondas
amortecidas, isto, é, ruídos interrompidos. Ao passo que a “corrente”
dirige continuamente a “onda pensamento” em determinada direção.
Assim
como a corrente positiva precisa ser
constante, para atingir o alvo, e a “onda amortecida” não chega à meta, assim
também aquele que está permanentemente com sua corrente positiva não é
prejudicado pelas “ondas amortecidas” de pensamento “maus” que lhe chegam e são
logo expulsos. O permanecer nos pensamentos negativos formando “corrente” é que
prejudica.
A
corrente pode ser: Contínua ou Direta,
quando a intensidade e o sentido da propagação são invariáveis, de A para B. Alternada, quando a intensidade e o
sentido variam periodicamente, isto é, obedecem ao movimento de vaivém. A
corrente alternada está sujeita à lei Senoidal, embora nem sempre apresente
curvas em senoide.
Pensamento firme ou
inseguro:
Assim são nossos pensamentos. Podem permanecer em corrente direta, quando, permanentemente concentrados em dado
objetivo: emitimos, apenas. Mas podem passar a corrente alternada, quando emitimos e recebemos alternadamente;
isto é, lançamos o pensamento e obtemos a resposta.
Também
a mediunidade pode consistir numa corrente
direta, quando caminha numa só direção (do Espírito para o médium) numa
passividade absoluta. Ou pode ser executada em corrente alternada, quando o médium age, com seu pensamento, sobre
o espírito, isso é necessário, é imprescindível que ocorra, quando o espírito
manifestante é sofredor: o médium deve receber as ideias do espírito,
manifestando‐as; e logo influir com sua própria mente
sobre o espírito, doutrinando‐o em conexão com o
doutrinador.
Mais
ainda, quando, fora de sessão, se vê acossado por espíritos que atrapalham mentalmente,
pode estabelecer com eles um diálogo, procurando doutrina‐los.
Na prece, a corrente pode ser direta (geralmente o é), quando apenas nós falamos
(quase sempre pretendemos “ensinar” a Deus o que Ele deve fazer para nós...), e
pode ser alternada quando, na prece verdadeira, pouco falamos, e depois
silenciamos para “ouvir” a resposta silenciosa em nosso coração.
Verificamos,
pois, que, sendo as leis as mesmas em todos os planos, aplica‐se
ao Espírito idêntico princípio que encontramos na física.
TÉCNICA DA
MEDIUNIDADE
Carlos Torres
Pastorino
Originalmente
publicado em 1968
Pela
Editora Sabedoria