Compilado do livro Os Mensageiros
André Luiz (espírito) e Francisco C. Xavier
O capítulo
37 do livro “Os Mensageiros” relata um momento bastante conhecido dos espíritas
que é o culto do Evangelho no Lar, porém a parte que vamos destacar faz
referencia a surpresa de André Luiz, quando constata que um grupo de espíritos
fogem apavorados com os raios e com a chuva que se aproximava.
(...) Embora
as luzes que nos rodeavam, notei que os céus prometiam aguaceiros próximos (André Luiz). As
brisas leves, transformavam-se, repentinamente, em ventania forte. Não
obstante, as sensações de sossego eram agradabilíssimas.
O vento,
na Crosta, é
sempre uma bênção celeste, exclamou Aniceto, sentencioso. Podemos avaliar-lhe o caráter
divino, em virtude da nossa condição atual. A pressão atmosférica sobre os Espíritos encarnados
é, aproximadamente, de quinze mil quilos. Todavia, é interessante notar, aduziu Vicente,
que não sentimos tamanho peso sobre os ombros.
É a
diferença dos veículos de manifestação, esclareceu Aniceto atencioso. Nossos corpos e os
de nossos companheiros encarnados apresentam diversidade essencial.
Imaginemos
o círculo da Crosta como um oceano de oxigênio. As criaturas terrestres são elementos
pesados que se movimentam no fundo, enquanto nós somos as gotas de óleo, que podem
voltar à tona, sem maiores dificuldades, pela qualidade do material de que se constituem.
A essa
altura do esclarecimento, notei que formas sombrias, algumas monstruosas, se
arrastavam na rua, à procura de abrigo conveniente. Reparei, com espanto,
que muitas tomavam a nossa direção, para, depois de alguns passos, recuarem
amedrontadas.
Provocavam
assombro. Muitas, pareciam verdadeiros animais perambulando na via pública. Confesso que
insopitável receio me invadira o coração (André Luiz).
Calmo,
como sempre, Aniceto nos tranqüilizou: Não temam, disse. Sempre que ameaça
tempestade, os seres vagabundos da sombra se movimentam procurando asilo. São os ignorantes que
vagueiam nas ruas, escravizados as sensações mais fortes dos sentidos físicos.
Encontram-se
ainda colados
às expressões mais baixas da experiência terrestre e os aguaceiros os
incomodam tanto quanto ao homem comum, distante do lar.
Buscam,
de preferência, as casas de diversão noturna, onde a ociosidade encontra
válvula nas dissipações. Quando isto não se lhes torna acessível, penetram as residências
abertas,
considerando que, para eles, a matéria do plano ainda apresenta a mesma
densidade característica.
Observem
como se inclinam para cá, fugindo, em seguida, espantados e inquietos. Estamos colhendo mais
um ensinamento sobre os efeitos da prece. Nunca poderemos enumerar todos os
benefícios da oração. Toda vez que se ora num lar, prepara-se a melhoria do
ambiente doméstico.
Cada
prece do coração constitui emissão eletromagnética de relativo poder. Por isso mesmo, o
culto familiar do Evangelho não é tão só um curso de iluminação interior, mas também processo
avançado de defesa exterior, pelas claridades espirituais que acende em torno.
O homem que
ora traz consigo inalienável couraça. O lar que cultiva a prece transforma-se
em fortaleza, compreenderam? As entidades da sombra experimentam choques de vulto, em
contacto com as vibrações luminosas deste santuário doméstico, e é por isso que se
mantêm à distância, procurando outros rumos...