Compilado do livro Transição Planetária
Manoel P. de Miranda (espírito) Divaldo P.
franco
"Vive-se, na Terra, o momento da grande transição de mundo de
provas e de expiações, para mundo de regeneração. As alterações que se observam são de
natureza moral, convidando o ser humano à mudança de comportamento para melhor,
alterando
os hábitos viciosos, a fim de que se instalem os paradigmas da justiça, do
dever, da ordem e do amor.
Anunciada essa transformação que se encontra ínsita no processo da
evolução, desde o Sermão profético anotado pelo evangelista Marcos, no capítulo
XIII do seu livro, quando o Divino Mestre apresentou os sinais dos futuros tempos
após as ocorrências dolorosas que assinalariam os diferentes períodos da evolução.
Sendo o ser humano um Espírito em processo de crescimento
intelecto-moral, atravessa diferentes níveis nos quais estagia, a fim de desenvolver
o instinto, logo depois a inteligência, a consciência, rumando para a intuição que será alcançada
mediante a superação das experiências primeiras, que o assinalam profundamente,
atando-o, não raro, à sua natureza animal em detrimento daquela espiritual que
é a sua realidade.
Mediante as reencarnações, etapa a etapa, dá-se lhe o processo de
eliminação das imperfeições morais, que se transformam em valores relevantes, impulsionando-o na
direção da plenitude que lhe está destinada. Errando e corrigindo-se, realizando
tentativas de progresso e caindo, para logo levantar-se, esse é o método de
desenvolvimento que a todos propele na direção da sua felicidade plena.
Herdeiro dos conflitos em que estorcegava nas fases iniciais, deve
enfrentar os condicionamentos enfermiços, trabalhando pela aquisição de novas
experiências que lhe constituam diretrizes de segurança para o avanço.
Em face das situações críticas pelo carreiro carnal, gerando
complicações afetivas, porque distante das emoções sublimes do amor, agindo
mais pelos instintos, especialmente aqueles que dizem respeito à preservação da
vida, à sua reprodução, á violência para a defesa sistemática da existência
corporal, agride,
quando deveria dialogar, acusa, no momento em que lhe seria lícito silenciar a
ofensa ou a agressão, dando lugar aos embates infelizes geradores do
ressentimento, do ódio, do desejo de desforço, esses filhos inconseqüentes do
ego dominador.
O impositivo do progresso, porém, é inarredável, apresentando-se
como necessidade de libertação das amarras vigorosas que o retêm na retaguarda, ante o deotropismo que
o fascina e termina por arrebatá-lo. Colocado, pela força do determinismo, na
conjuntura do livre-arbítrio, nem sempre lógico, somente ao impacto do sofrimento
desperta para compreender quão indispensável lhe é a aquisição da paz, a conquista do
bem-estar.
Nesse comenos, dá-se conta dos males praticados, dos prejuízos causados
a outros, nascendo-lhe o anelo de recuperar-se, auxiliando aqueles que foram
prejudicados pela sua inépcia ou primitivismo em relação aos deveres que fazem
parte dos soberanos códigos de ética da vida.
Atrasando-se ou avançando pelas sendas libertadoras, desenvolve os
tesouros adormecidos na mente e no sentimento, que aprende a colocar a serviço do
progresso, avançando consciente das próprias responsabilidades. Infelizmente,
esse despertar da consciência tem-se feito muito lentamente, dando lugar aos
desmandos que se repetem a todo momento, às lutas sangrentas terríveis.
Predominam, desse modo, as condutas arbitrárias e perversas, na
sociedade hodierna, em contraste chocante com as aquisições tecnológicas e
científicas logradas na sucessão dos tempos.
Observam-se amiúde os pródromos dos sentimentos bons, quando alguém
é vítima de uma circunstância aziaga, movimentando grupos de socorro, ao tempo que outras
criaturas se transformam em seres-bomba, assassinando, fanática e covardemente
outros que nada têm a ver com as tragédias que pretendem remediar por meios mais
funestos e inadequados do que aquelas que pretendem combater.
Movimentos de proteção aos animais sensibilizam muitos segmentos da
sociedade, no entanto, incontáveis pessoas permanecem indiferentes a milhões de
crianças, anciãos e enfermos que morrem de fome cada ano, não por falta de
alimento que o planeta fornece, mas por ausência total de compaixão e de
solidariedade.
Fenômenos sísmicos aterradores sacodem o orbe com freqüência, despertando a
solidariedade de outras nações, em relação àquelas que foram vitimadas, enquanto,
simultaneamente, armas ditas inteligentes ceifam outras centenas e milhares de
vida, a serviço da guerra, ou de revoluções intermináveis, ou de crimes trabalhados por
organizações dedicadas ao mal.
São esses paradoxos da vida em sociedade, que a grande transição
que ora tem lugar no planeta irá modificar.
As criaturas que persistirem na acomodação perversa da
indiferença pela dor do seu irmão, que assinalarem a existência pela criminalidade
conhecida ou ignorada, que firmarem pacto de adesão à extorsão, ao suborno, aos
diversos comportamentos delituosos do denominado colarinho branco, mantendo
conduta egotista, tripudiando sobre as aflições do próximo, comprazendo-se na
luxúria e na drogadição, na exploração indébita de outras vidas, por um largo
período não
disporão de meios de permanecer na Terra, sendo exiladas para mundos
inferiores, onde irão ser úteis limando as arestas das imperfeições morais, a fim de retornarem,
mais tarde, ao seio generoso da mãe-Terra que hoje não quiseram respeitar.
O egrégio codificador do Espiritismo, assessorado pelas
Vozes do Céu, deteve-se, mais de uma vez, na análise dos trágicos acontecimentos que
sacudiriam a Terra e os seus habitantes, a fim de despertar os últimos para as
responsabilidades para consigo mesmos e em relação à primeira.
Em “O Livro dos Espíritos”, no capítulo dedicado à Lei de
destruição, o insigne mestre de Lyon estuda as causas e razões dos desequilíbrios
que se dão no planeta com frequência, ensejando as tragédias coletivas, bem como aquelas
produzidas pelo ser humano, e constata que é necessário que tudo se destrua, a
fim de poder renovar-se. A destruição, portanto, é somente produzida para a
transformação molecular da matéria, nunca atingindo o Espírito, que é imortal.
Desse modo, as grandes calamidades de uma ou de outra procedência têm por finalidade
convidar a criatura humana à reflexão em torno da transitoriedade da jornada
carnal em
relação à sua imortalidade.
As dores que defluem desses fenômenos denominados como flagelos
destruidores, objetivam fazer a Humanidade progredir mais depressa. Já não
dissemos ser a destruição uma necessidade para a regeneração moral dos Espíritos, que, em cada nova
existência, sobem um degrau na escala do aperfeiçoamento?
Preciso é que se veja o objetivo, para que os resultados possam ser
apreciados. Somente do vosso ponto de vista pessoal os apreciais; daí vem que os
qualificais de flagelos, por efeito do prejuízo que vos causam.
Essas subversões, porém, são frequentemente necessárias para que
mais pronto se dê o advento de uma melhor ordem de coisas e para que se
realize em alguns anos o que teria exigido muitos séculos. Eis, portanto, o que
vem ocorrendo nos dias atuais.
As dores atingem patamares quase insuportáveis e a loucura que toma
conta dos arraiais terrestres tem caráter pandêmico, ao lado dos transtornos
depressivos,
da drogadição, do sexo desvairado, das fugas psicológicas espetaculares, dos
crimes estarrecedores, do desrespeito às leis e à ética, da desconsideração pelos
direitos humanos, animais e da Natureza.
Chega-se ao máximo desequilíbrio, facultando a interferência
divina, a fim de que se opere a grande transformação de que todos temos necessidade
urgente.
Contribuindo na grande obra de regeneração da Humanidade, Espíritos de outra
dimensão estão mergulhando nas sombras terrestres, afim de que, ao lado
dos nobres missionários do amor e da caridade, da inteligência e do sentimento,
que protegem os seres terrestres, possam modificar as paisagens aflitivas,
facultando o estabelecimento do Reino de Deus nos corações.
Reconhecemos que essa nossa informação poderá causar estranheza em
alguns estudiosos do Espiritismo, e mesmo reações mais severas noutros. Nada
obstante, permitimo-nos
a licença de apresentar o nosso pensamento após a convivência com nobres
mentores
que trabalham no elevado programa da grande transição.
Equipes de apóstolos da caridade no plano espiritual também
descem ao planeta sofrido, a fim de contribuir em favor das mudanças que devem
operar-se,
atendendo aqueles que se encontram excruciados pela desencarnação violenta,
inesperada, ou padecendo o jugo de obsessões cruéis, ou fixados em revolta
injustificável, considerando-se adversários da Luz, membros da sanha do Mal, afim de melhorar a
psicosfera vigente, desse modo, facilitando o trabalho dos Mensageiros de
Jesus.
Na presente obra, apresentamos três fases distintas, mas que se
interpenetram, em torno do trabalho a que fomos convocados, mercê da compaixão
do Amor, de modo a acompanharmos as ações de enobrecimento de dignos e
valorosos Benfeitores, vinculados ao programa em desenvolvimento a respeito da
transição planetária que se vem operando desde há algum tempo.
Não temos outro objetivo, senão estimular os servidores do Bem a
prosseguirem no ministério, a qualquer custo, sem desânimo nem contrariedade,
permanecendo certos de que se encontram amparados em todas as situações, por
mais dolorosas se lhes apresentem.
Procuramos sintetizar as operações de socorro aos desencarnados
vitimados pelo tsunami ocorrido no Oceano Índico, devastador e de consequências graves,
que permanece ainda gerando sofrimento e desconforto, especialmente porque
sucedido de outros tantos que prosseguem ocorrendo com freqüência assustadora.
Logo após, referimo-nos ao contributo especial dos Espíritos
dedicados às tarefas de reencarnação dos novos obreiros, terrestres ou
voluntários de outra dimensão cósmica, passando à análise dos tormentos que invadem a
Terra, assim como da interferência dos Espíritos infelizes, que se comprazem em
manter o terrível estado atual de aturdimento.
Nada obstante, em todos os momentos, procuramos demonstrar a providencial
misericórdia de Jesus, sempre atento com os Seus mensageiros a todas as
ocorrências planetárias, minimizando as aflições humanas e abrindo espaço ao dia radioso de
amanhã, que se aproxima, rico de bênçãos e de plenitude.
Agradecendo ao Senhor de nossas vidas e aos Espíritos superiores
investidos da sublime tarefa da grande transição planetária, por haver-nos
concedido a honra do trabalho ao seu lado, sou o servidor devotado de sempre.
Salvador, 09 de abril de 2010.
Manoel Philomeno de Miranda