As Religiões e o fins

Com acertos e desacertos, as
religiões caminham para fins certos
por José Reis Chaves

As Histórias das religiões estão cheias de assembléias, sínodos e concílios para correções e reformas doutrinárias. A Igreja, com seus concílios ecumênicos, é um exemplo dessas correções no decorrer dos séculos,
as quais nos demonstram, é óbvio, que, anteriormente, havia erros doutrinários em seus ensinos.

Foi, por um lado, um erro a Igreja ter-se aliado ao poder civil, no tempo de Constantino e Teodósio, mas, por outro lado, foi bom, pois ela se fortaleceu, e o Cristianismo firmou-se com o monoteísmo sobre o politeísmo do Império Romano.

As Cruzadas foram outro grande erro da Igreja, mas, com elas, o Cristianismo se expandiu mais no Oriente Médio. E, lembrando que os protestantes tiveram também a sua Inquisição, ela, certamente, foi o maior erro e o mais grave pecado da Igreja. Como disse João Paulo II, por mais que se queira empurrar a Inquisição para debaixo do tapete, ela é uma página negra na História da Igreja.

Mas ela se tornou também uma prova incontestável de que nenhuma igreja é infalível, o que nos leva às seguintes perguntas. Será que todas as doutrinas dogmáticas estão realmente corretas, apesar de tanto os dogmatistas dizerem que os dogmas são intocáveis?

Seriam intocáveis por sustentarem doutrinas realmente corretas ou, simplesmente, por sustentarem uma atitude orgulhosa de autoridades religiosas, que querem ser consideradas infalíveis? O tempo futuro nos dirá a verdade!

Fossem certas doutrinas dogmáticas responsáveis por um número maior de vítimas das torturas e das fogueiras inquisitoriais dentro dum período mais curto, o que seria mais traumático, e tais doutrinas, que custaram tantas vidas, não vingariam na Igreja.

Mas aqui temos também um grande exemplo de que nenhuma religião pode dizer que é inspirada por Deus, para sustentar a validade de suas doutrinas. E isso nos traz à baila um princípio da doutrina espírita, ou seja, a fé tem que ser raciocinada, e que Kardec sintetizou nesta frase: “A fé só é inabalável se ela puder enfrentar a razão, face a face, em qualquer época”.

Nada de eu querer dizer que o fim justifica os meios, mas da história sempre podemos tirar exemplos do que é certo e do que é errado. Como se diz, o tempo é o maior mestre. E, apesar de todas as religiões estarem manchadas por seus erros, com o tempo elas vão se libertando desses erros.

Ademais, elas têm sempre o seu lado positivo, qual seja o de servir de uma espécie de freio para segurar o nosso carro, que, infelizmente, somos sempre tentados a acelerá-lo para os caminhos da porta larga das imperfeições.
  
E, assim, com seus acertos e desacertos inevitáveis, todas as religiões estão caminhando para bom termo, colaborando com todos nós, Espíritos reencarnados, que, por ser infinita a misericórdia divina, teremos novas chances de voltar a este mundo para reparar nossos erros e continuarmos a nossa evolução em busca da perfeição semelhante à de Deus!