Por que uns se curam, e outros, não
Por Davilson Silva
Há motivos que explicam por que uma pessoa é curada, e outra não, se ambas buscam o auxílio da cirurgia mediúnica. Às vezes, o portador de uma moléstia entrega-se ao desespero, a doença é incurável, ou de cura difícil. Então, ele procura um médium. Por imaginá-lo ligado ao fantástico, ao extraordinário, espera um súbito milagre.
Se em
cirurgias mediúnicas não se deve contar com um “milagre”, que dirá com um
milagre instantâneo! A pessoa pode ou não conseguir bom êxito, por exemplo, numa
cirurgia feita a distância através da irradiação fluídica no perispírito, ao
dormir, ou executada com ou sem corte no corpo físico por meio de um médium de
operações mediúnicas. Depende muito de um estado psíquico, de uma reciprocidade
fluídica,
oriunda de certa característica “ectoplasmática”.
O
emprego desse tipo de energia psíquica é rigorosamente submetido a controle por
Médicos Desencarnados e outras Entidades dedicadas à Medicina Transcendental. O êxito
das intervenções cirúrgicas espirituais corresponde, muito mais do que se imagina, ao
comportamento do enfermo, havendo pormenores importantes a se observar.
Fluidos
saudáveis do enfermo tornam bem mais fáceis as tarefas dos Benfeitores
Espirituais.
Como resultado, podem ocorrer curas milagrosas (milagrosas, no sentido
etimológico do termo milagre, de “mirari”, que significa: admirável, coisa
extraordinária, surpreendente, e não um ato que contraria leis divinas, leis
justas e perfeitas). Trata-se essa magna tarefa de um “processo de refluidificação”, consoante disposições
metódicas, lembrando um tratamento hemoterápico.
Como
exemplo e só para ilustrar, vale dizer que essa prática respeitante à medicina
terrena consiste em o médico estimular o vigor do paciente. Como se sabe, o médico
extrai uma quantidade de sangue para reinjetá-lo, quer de modo direto de
indivíduo a indivíduo, quer apenas do sangue armazenado no paciente, daí,
efetuar-se o que chamamos transfusão de sangue. Assim, acontece mais ou
menos na terapêutica transcendental, o que se denomina “fluidoterapia”, numa alusão a
“passes”, método muito comum e aplicado em centros espíritas kardecistas.
Sem
efeito colateral, na transfusão que citamos como exemplo, ou seja, a praticada
pela medicina terrena, observam-se rigorosas medidas a fim de não causar danos
ao receptor. No caso do receptor submetido à cirurgia espiritual, não há
efeitos colaterais, tendo ele, todavia, que observar esta medida absolutamente
necessária: a manutenção de um bom nível de pensamentos e sentimentos.
Outro
motivo para o êxito das cirurgias está nos preparativos básicos. Torna-se
também necessária a observação de outras regras fundamentais, sem deixar de cumprir
sequer um item recomendado pelo núcleo ao qual se recorre (cada núcleo possui
preceitos e critérios peculiares). Tais indicações orientam e dizem como o
assistido deve se portar e dar início ao procedimento.
Se durante
a cirurgia a distância ou na presença do médium, no local onde ele opere, o assistido não
proporcionar os meios solicitados para se submeter ao processo cirúrgico, os
Espíritos executores desse mister terão seriíssimas dificuldades.
O
primeiro passo, e o mais fácil a ser cumprido, é a facilitação do conjunto de
caracteres próprios e exclusivos da pessoa, tais como: nome, idade, residência,
local onde se encontra. Por via de regra, há nos centros espíritas o Livro de
Vibrações, ou Livro de Irradiações.
Porém
não adianta o assistido escrever nome e todos os informes, o que, reitero,
facilita sobremodo o trabalho dos Benfeitores, se o indivíduo não cumpre um regime
alimentar adequado, se não se encontra no local data e hora preestabelecidos,
se não se mantém, sobretudo, tranqüilo.
O
assistido que não estiver devidamente preparado e em paz consigo mesmo, cuja
mente esteja saturada de fluidos sombrios em virtude de uma irritabilidade, de
alguma altercação ou por outro motivo menos feliz, não alcançará a benfazeja
assistência dos Médicos do Espaço, onde quer que esteja, de um modo ou de
outro.
Constituem
obstáculo, para terapeutas e cirurgiões espirituais, a maledicência,
intriga, brigas familiares, além de mais este empeço: um recinto de pessoas viciadas.
Isso impede o caridoso ato, sendo realmente difícil para os Espíritos atuarem num local
onde há tabagistas, consumidores de bebidas alcoólicas, de outras drogas, desregramentos
diversos e atitudes licenciosas.
Os
fluidos irradiados a distância ou aplicados diretamente no enfermo encontram resistência
ante tais fluidos agressivos e danosos. Nessas circunstâncias, os Benfeitores
esbarrarão com os referidos impedimentos.
A
influência das energias salutares não predominará, sejam estas emitidas a distância,
interferindo no perispírito, durante o sono, ou manipuladas diretamente no
corpo físico do paciente. Os Espíritos quase nada ou mesmo nada poderão fazer pelo
assistido.
Descrença
atrapalha. A incerteza e o pessimismo representam outro obstáculo. Ora, se o enfermo
duvida, mantendo-se em nível vibratório de descrença, de indisciplina, da mesma
forma nada poderá ocorrer. Por se tratar de uma questão de foro íntimo, neste
caso, os
Espíritos tenderão a levar em conta o seu livre-arbítrio.
Torna-se
imprescindível a confiança na Providência, uma firme esperança no auxílio do médico
espiritual,
lembrando, além disso, do fator médium. Ele é o meio entre Espíritos
e homens, e sua idoneidade e atributos morais são indispensáveis.
Ainda
que com toda a fé e boa vontade expressada na disciplina e observância dos
preparativos, se de um jeito ou de outro o enfermo não se cura, há certo
pressuposto. Conforme a Lei de Ação e Reação, ou Lei da Causa e Efeito, fatos anteriores bons
e maus sempre deixam prever os que hão de seguir-se; desse modo, se a pessoa
não se cura, há de existir fortes razões regenerativas.
Vejamos
o que a esse respeito diz o Espírito Emmanuel, pela psicografia de Chico Xavier:
“Há criaturas doentes que lastimam a retenção no leito e choram aflitas, não porque desejem
renovar concepções acerca dos sagrados fundamentos da vida, mas por se sentirem
impossibilitadas de prolongar os próprios desatinos”.
Daí, a
máxima de Jesus, em Mateus, capítulo 16, versículo 27: “A cada um será dado
segundo suas obras” (entendendo-se por “obras” toda a caridade moral que se deve
praticar sem condicionantes). A máxima de Jesus exprime o princípio da “Lei do Mérito,
decorrência da Lei de Causa e Efeito”, também conhecida por “carma”, conforme os
antigos filósofos da Índia.
E se eu
afirmar que a pessoa pode até conseguir uma cura instantânea?... Pois bem. Seja
como for, sim, tudo é possível (“tudo posso Naquele que me fortalece”, conforme Epístola 1ª.
de Paulo aos Filipenses, cap. 4º., vers. 13), principalmente, se nos
consagramos a uma causa nobre em benefício do próximo, da Humanidade. Bem
entendido: “tudo posso”, mas segundo a “Lei do Mérito”.
Em vista
do exposto, o êxito das cirurgias realizadas no tecido etérico perispiritual ou
diretamente no tecido muscular faz parte de uma série de pormenores. E quem foi
que disse que não podemos servir-nos da Medicina dos Espíritos para nos livrar
de uma doença?!
Todavia,
paciência. Determinadas moléstias incuráveis, toda deformidade física, no fundo, exprimem
um bem, se a pessoa tiver de sofrer-lhes os efeitos. Revolta, pensamentos
de castigo ou de paga de dívida, ou de supor que sofremos uma injustiça e
outras idéias do gênero, só dilatam as atribulações.
Logo,
consideremos a dor que nos infelicite o dia-a-dia qual escoadouro de
nossos defeitos morais, como algo que restaura e equilibra os sentimentos, experiência necessária
que, certamente, trará como resultado a nossa perfeita felicidade, ou
bem-aventurança.
Pensamento & Espiritualidade: pensesp.blogspot.com
Por Davilson Silva