A música sob a ótica espiritual
Por Christina Nunes
Sob a influência de “Iohan”, o autor espiritual de minhas próximas obras literárias espíritas, tenho abordado com frequência temas que giram em torno da arte.
Há
pouco, em razão do acidente havido com atores na peça Xanadu, falava sobre
o vôo artístico, bastante usado em outras dimensões, embora com
recursos infinitamente melhorados, dada a faculdade de volição comum às
paragens espirituais.
E também
tenho comentado sobre a história das minhas aulas de violino,
iniciadas sob a agradável e forte correspondência de perfil
espiritual entre mim e este amigo da invisibilidade que, no decurso de sua
história, em repetidas vezes reencarnou vivendo as experiências artísticas
do universo da música.
Aprendemos
muito durante estas vivências. E tratam-se sempre de informações
que não devemos reter apenas para nós. Assim, enquanto estudo violino,
recebo orientações e revelações de Iohan sobre o espectro
extrassensório que envolve a sonoridade deste instrumento nobre e
caprichoso.
Percebo
com facilidade o modo como, acerca de uma hora, durante a qual pratico música e
técnica, minha mente se esvazia com facilidade de todas as nuvens de
pensamentos que antes a povoavam.
Do por
vezes tumultuado universo de vozes, ruídos e sensações que nos agitam o
íntimo, quase à nossa revelia, após um dia inteiro de trabalho.
Isto
porque o violino é um dos magníficos instrumentos musicais que emitem som
em contínuo, um dos poucos que reproduzem com fascinante fidelidade a
semelhança da sonoridade da voz humana. E isto nos obriga a focar nos
movimentos de execução.
Quando,
portanto, conduzo o arco numa melodia, a mínima distração que ocorra,
muitas vezes à revelia, provoca instantânea interrupção ou erro, de vez que
sabemos que o poder de concentração humana é naturalmente descontínuo,
e que é exercício continuado o esvaziar-se a mente para manter-se num foco
único. E prática de violino, caríssimos, envolve o tempo todo foco e
repetição!
Na
terceira ou quarta vez em que pratico alguma melodia, portanto, após a execução
inicial da escala para aquecimento, vem o alívio, e um desempenho
satisfatório! A música flui; a mente, também! As emoções se harmonizam e
se alinham à postura corporal e à intenção. A estética musical se
ajusta; a pulsação se enquadra.
Tornamo-nos,
sem nenhum exagero em se afirmar, num só, com o instrumento que executamos, ou
vice-versa, uma única entidade musical, produzindo belas melodias sob
os ensaios técnicos preciosos!
O aprendizado
de violino, portanto, se assemelha muito às terapias utilizadas
através da entoação de mantras. Porque, ao final da prática, sentimo-nos
plenos. Pacificados e preenchidos interiormente somente com beleza, com
luz e serenidade!
Iohan
tem me explicado, via inspiração mediúnica, que nos lugares onde atualmente
habita e prossegue aprendendo e se realizando como músico, com o passar do
tempo, resgatou o conhecimento de que também é de suma importância
se considerar a influência da música no espectro emocional.
Assim,
mesmo ele, que fora maestro e professor de música em suas últimas jornadas
materiais, trazendo bagagem a isto compatível destas outras esferas da vida,
teve que passar por preparo devido, de ordem emocional, para tratar e
reamonizar sentimentos e emoções ao grau mínimo necessário às iniciativas para
as quais sempre converge, objetivando prosseguir vinculado aos círculos de
atividades ligadas às artes e à música.
Conta-nos,
assim, que, quando do seu último retorno, vendo se suficientemente consciente
de sua nova situação, e adaptado ao lugar luminoso da espiritualidade que
o acolheu, uma cidade etérea onde são recebidas muitas almas sensíveis,
assim devotadas à Arte solicitou aconselhamento e orientações que o
situassem naquelas mesmas atividades com que mais se compatibilizava.
Entretanto,
e embora não o tolhessem neste propósito, para a sua
surpresa, recebeu instruções no sentido de, em primeiro lugar,
harmonizar-se intimamente. Restabelecer-se, com os recursos terapêuticos aprimoradíssimos
daqueles setores da Vida, da desordem emocional e sentimental, território
sofrido da integridade do seu ser inteiramente comprometido pelas
vivências ríspidas da última etapa vencida na materialidade.
Pois,
realizar e, sobretudo, ensinar música, requer, antes, preparo interior de
quem se dedica a estas iniciativas. Afinal, a música bem conduzida ou
executada, expressa harmonia sonora e vibratória.
Assim,
seu executor, para bem realizá-lo, deve se achar em condições compatíveis com o
que haverá de praticar, produzindo efeitos de ordem imediata no universo
emocional dos circunstantes.
Não é,
portanto, acaso que uma poderosa audição sonora afete a tantos mais
sensíveis, que não raro se emocionam, choram, ou sentem-se em estado de
êxtase ou enlevo, como se transportados para outras esferas, durante a
primorosa audição de um concerto.
Não é despropósito
que tantos comentem a vivência de serem facilmente deslocados a
outras fases do passado distante, ao ouvirem esta ou aquela melodia
específica.
Porque a
música não se trata tão-somente de atividade inconsequente de horas de
ócio, ou de lazer despreocupado. A música, amigos, é
insuspeitado alimento.Nutre nossos espíritos de vibrações que se
compatibilizam com o nosso universo interior, influenciando-o
decididamente para mergulhá-lo em estados múltiplos, benéficos ou
maléficos!
Assim,
nos lugares aprimorados onde Iohan vive agora, a música é usada
também como instrumento eficiente de tratamento de desordens emocionais
criadas, frequentemente, nos períodos difíceis das reencarnações,
ou nas faixas do astral de padrão vibratório sombrio ao redor da
Terra.
É terapêutica
de efeitos maravilhosos nos casos como o deste músico e amigo querido, que se
dedica por amor ao ensino da música aprimorada, mas não somente
visando à formação de novos artistas. O faz também para auxílio
no reajuste dos perfis emocionais em estado de desordem de muitos
outros!
Ele
mesmo teve que se submeter a intenso tratamento deste teor, quando da sua
volta ao mundo maior! E vem agora para nos instruir a realizar
constantemente, em nosso benefício, e, no do mundo em que vivemos, o que, a
exemplo, o maestro Naire, muito apropriadamente, nos expôs em sua obra de
grande utilidade, O Ser Humano Orquestra: a vida é como uma constante
execução musical! E nós criamos os movimentos!
Se
pretendemos conduzir a música vital em harmonia, para produzir felicidade
individual e coletiva, temos de trabalhar os nossos perfis interiores!
Afinal, assim como o violino, somente quando estamos devidamente
afinados podemos emitir vibrações de luz!