O que você deve saber sobre a mediunidade
Grupo Espírita Bezerra de Menezes
1. Todos
somos médiuns? Todos somos portadores da mediunidade natural que é o canal psíquico
pelo qual recebemos as influências boas ou ruins que estimulam as experiências
do Espírito na vida terrena. Porém, nem todos somos médiuns, conforme denominou
Allan Kardec.
2. Então
o que é um médium? Segundo Allan Kardec, médium é todo aquele que sente a presença
ostensiva dos Espíritos, seria aquele que serviria de ponte entre o mundo
visível e o invisível. A prática da mediunidade é o intercâmbio entre o mundo físico e o
mundo espiritual. A faculdade mediúnica liga-se a uma disposição orgânica,
porém o uso que se faz.
3. Como
sabemos se somos médiuns? E se formos, o que devemos fazer? Allan Kardec diz
que todos
somos mais ou menos médiuns, pois todos possuem a mediunidade natural, canal psíquico
através do qual somos estimulados ao crescimento.
Entretanto,
médiuns propriamente ditos são aqueles que recebem manifestações ostensivas dos
Espíritos. A única forma de sabermos se temos ou não mediunidade ostensiva é nos colocando como
servidores sinceros da causa de Jesus, ou seja, deveremos primeiro fazer parte
da equipe de trabalhadores de uma casa espírita e lá, através dos estudos sérios e da
disciplina interior, procurarmos entender antes as nuanças do contato com os
Espíritos.
Allan
Kardec diz em “O Livro dos Médiuns”, que não se deve nunca iniciar um trabalho de
intercâmbio espiritual sem estudar a mediunidade. Existem algumas pessoas que sentem
influências dos Espíritos, em diversos graus de intensidade, e acham que, por
isso, estão prontas para trabalhar nesse campo. Geralmente não aceitam a idéia de que
precisam se instruir mais e mais. Vão às casas espíritas somente para trabalhar
com mediunidade e se não a aceitam naquela, buscam outra, e assim permanecem
por toda a vida.
4. Isto
pode acarretar algum problema para as pessoas? Sim, pode. Desde perturbações leves,
até obsessões graves, o que infelizmente não é pouco freqüente, pela forma com
que a mediunidade é tratada no Brasil. Todos somos suscetíveis às más influências
devido às imperfeições próprias dos Espíritos que habitam os planetas de provas
e expiações.
Em muito
maior escala são os médiuns que, se não cuidam do estudo e do preparo moral,
funcionam como verdadeiras antenas e situam-se como focos freqüentes de
perturbações espirituais. Se os médiuns não tiverem os cuidados necessários com a sua
edificação e se colocarem a serviço do intercâmbio sem o devido preparo,
poderão cair presas de Espíritos pouco adiantados de que está cheia a
atmosfera.
5. Podemos
nos comunicar com outros Espíritos? Sim. Todos somos Espíritos vivendo em planos
diferentes da vida e estamos mergulhados na atmosfera fluídica que nos rodeia e serve
de elemento de contato. Portanto, podemos nos comunicar com o mundo espiritual
freqüentemente, seja através da mediunidade ostensiva consciente, dos fenômenos
inconscientes, das preces ou intuições que recebemos constantemente do mundo
espiritual.
6. Existe
a incorporação de Espíritos? No sentido semântico do termo não existe incorporação,
pois nenhum Espírito conseguiria tomar o corpo de outra pessoa, assumindo o lugar da
sua Alma. O que ocorre é que o médium e o Espírito se comunicam de perispírito
a perispírito, ou seja mente a mente, dando a impressão de que o médium está
incorporado.
Na
mediunidade equilibrada, o médium tem um maior controle de sua faculdade e o fenômeno
mediúnico acontece mais a nível mental. Nos processos obsessivos graves (doenças
mórbidas causadas por Espíritos inferiores), onde a mediunidade está
perturbada, podem ocorrer crises nervosas. Observadores de pouco conhecimento
podem achar que um Espírito mau apoderou-se do corpo do enfermo. Foi esse
fenômeno que deu origem às práticas de exorcismo.
7. Tenho
bastante dificuldade para definir a diferença entre Clarividência, Vidência,
Audiência, Clariaudiência, Dupla vista? A vidência e a clarividência são
essencialmente anímicas. Trata-se da visão que o próprio Espírito encarnado tem do
mundo invisível. Não há interferência de Espíritos e por isso não deveria
(segundo Allan Kardec), ser considerada mediunidade. Mas, para fins de
classificação, ele é tida como sendo uma mediunidade.
Mesmo
nos casos em que um Espírito amigo mostra um quadro projetado no ambiente
astral, ainda assim, é o médium quem vê. Há ajuda na formação do quadro, mas
não na visão propriamente dita. Vidência é a faculdade superficial.
Clarividência,
a mesma faculdade, mas com alcance mais profundo, podendo estender-se no espaço
e (em alguns casos) no tempo. A “dupla-vista” é a clarividência, acompanhada da
projeção do Espírito no mundo astral. Trata-se do chamado
"desdobramento". Entendemos a mediunidade de “audiência” como aquela
em que a voz aparece na intimidade do ser. A “clariaudiência” é diferente, por
tratar-se de uma voz clara, exterior.
8. O que
é ideoplastia? É um fenômeno de transfiguração que pode acontecer durante as
manifestações dos Espíritos. Quando a influência do desencarnado é muito intensa junto
do campo psicossomático do médium ele poderá assumir algumas feições do
comunicante.
9. Já
que não existe a incorporação, como médiuns dão passividade a Espíritos menos
esclarecidos, tomando formas físicas diferentes, falando com voz alterada. Isto
seria charlatanismo? O processo de incorporação tal qual essa palavra exprime não
existe, pois ninguém pode "entrar" no corpo de outro.
Mas o
Espírito pode, e é isso o que normalmente faz, agir no campo mental através de
sintonia
(e por afinidade fluídica), assumindo a personalidade e a vontade do indivíduo.
Nos casos de subjugação, por exemplo, o domínio é tão intenso que dá a
impressão que o Espírito toma posse do corpo da pessoa.
Na
prática da mediunidade, quanto maior o esclarecimento do médium menor o domínio que o
Espírito terá sobre ele. Se tem pouco esclarecimento sobre essa faculdade, certamente
deixará que Espíritos pouco adiantados a usem da forma que bem entenderem. No
que diz respeito a mudança de fisionomia, Allan Kardec instrui que trata-se do fenômeno
da transfiguração, coisa mais comum nas manifestações dos Espíritos inferiores, podendo, sem dúvida
acontecer também com os superiores.
10. Qual
o conceito e as características de médiuns curadores e médiuns pneumatógrafos? Os médiuns curadores
são aqueles que têm o dom de curar com a imposição das mãos (em alguns casos com o
olhar ou com fenômenos provocados à distância), secundados pelos Espíritos que
trabalham na área de cura das enfermidades físicas.
Allan
Kardec diz que são pessoas que possuem um fluido humano especial, que
potencializado pelos fluidos do mundo dos Espíritos, podem modificar a
estrutura da matéria, promovendo as curas.
Os médiuns “pneumatógrafos” são aqueles que têm aptidão para obter a escrita direta dos Espíritos em papel guardado em gavetas ou recipientes fechados. Ou seja, o médium doa de seu fluido especial para que os Espíritos escrevam diretamente sobre o papel. É muito rara e limita-se aos casos de comprovação da existência das potências ocultas e sua influência no mundo material.
11. Gostaria
de saber se existe algum método para aprofundar o dom da mediunidade, se existe
algum meio de "exercitar" a mediunidade? O melhor meio para exercitar
a mediunidade é ingressando nas fileiras de trabalhadores de uma casa espírita
idônea,
que prime pelos estudos em todos os sentidos.
Sem o
estudo sério, disciplinado e consequentemente a necessidade da reforma
interior, a possibilidade de cair sob a influência dos Espíritos enganadores é
muito grande. O exercício da mediunidade deve ser feito dentro de um sentimento
de dedicação, abnegação e sinceridade, a fim de que possa-se merecer a atenção
dos bons Espíritos. Desconfie sempre de quem "descobre" sua
mediunidade à primeira vista. A mediunidade é estudo e prática.
12. Em
que estado permanece o Espírito do médium quando este recebe uma entidade
desencarnada? Seu Espírito continua em seu corpo ou fica à sua volta? A
Codificação fala algo sobre este assunto? O processo de influenciação do médium pelo
Espírito se dá todo no campo mental.
O médium
é consciente de seu trabalho e quanto mais desenvolvido nas lides mediúnicas,
mais consciente de sua capacidade permanece. Tudo se dá no sentido da afinidade
fluídica, estimulando a mente do médium a transmitir as sensações do mundo
invisível à sua volta. A influência será mais ou menos intensa, conforme o grau de
intensidade da faculdade. Mesmos nos casos de mediunidade sonambúlica, o médium
jamais abandona seu corpo físico.
13. Devemos
acreditar em tudo o que os Espíritos dizem? Os Espíritos desencarnados são
almas de homens que já viveram na Terra. Portanto podem ser portadores dos defeitos e
qualidades que tinham quando encarnados.
Podemos
acreditar nas palavras dos homens bons, mas não devemos dar crédito aos
conselhos daqueles de má índole. Da mesma forma deveremos proceder com o mundo
dos Espíritos. Devemos analisar cada comunicação dada pelos Espíritos, qualquer
que seja o nome que assinem.
Os bons
trazem mensagens edificantes e com algum fim útil e querem sempre o bem da
humanidade. Os atrasados ou maus podem nos enganar com palavras belas e
melífluas, podendo tomar emprestado nomes de pessoas conhecidas ou Espíritos
iluminados para nos impressionar. Desses devemos nos precaver, conforme nos
ensina Allan Kardec em “O Livro dos Médiuns”.
14. Alguém
pode ser obrigado a desenvolver sua mediunidade?
Ninguém é obrigado a desenvolver a mediunidade. É errada a idéia de que a mediunidade é a causa de sofrimentos e desajustes das pessoas.
Ninguém é obrigado a desenvolver a mediunidade. É errada a idéia de que a mediunidade é a causa de sofrimentos e desajustes das pessoas.
Geralmente,
sofre-se
por ignorância e por falta de cuidados com a vida no plano material. Aqueles que quiserem
dedicar-se à tarefa mediúnica deverão trabalhar para vencer suas imperfeições,
além de ter que estudar a Doutrina Espírita com seriedade e disciplina.
Um
médium que não toma esses cuidados, poderá permanecer sob a influência dos
Espíritos maus. Quem for médium e não quiser praticar sua mediunidade, deverá pelo menos
esforçar-se para sua melhoria moral, procurando libertar-se dos vícios mais
grosseiros (cigarro, bebida e drogas).
15. As
cirurgias espirituais são realmente feitas por Espíritos? Nesse caso, como pode
um Espírito elevado ser antiético, exercendo ilegalmente a medicina? Sim, as cirurgias
espirituais são feitas por Espíritos de médicos que atuam no corpo
perispiritual, utilizando de técnicas ligadas à ciência médica, usando fluidos
humanos e espirituais, nada fazendo nesse campo que fira as leis humanas.
Um
Espírito elevado jamais transgride qualquer lei. As curas realizadas em nome do
Espiritismo praticadas com seriedade, são feitas utilizando apenas a
fluidoterapia. As cirurgias mediúnicas feitas com instrumentos cortantes, podem
ser feitas por Espíritos superiores, mas não são consideradas trabalhos espíritas.
Em
alguns casos de cirurgias de corte, como os de José Pedro de Freitas (Arigó) e
Edson Queiroz, existia uma missão a ser cumprida e visava chamar a atenção da
comunidade científica para a realidade da vida espiritual. E parece que
conseguiu, porém sem maiores conseqüências pelo próprio atraso do homem para a
compreensão das coisas do Espírito.
Pelo
lado prático, no entanto, as cirurgias mediúnicas com instrumentos cortantes não
devem ser praticadas em centros espíritas orientados pela doutrina de Allan
Kardec,
justamente por ferir a legislação vigente e não tratar-se de uma prática que
possa ser exercitada por qualquer pessoa. As curas no Espiritismo são feitas
exclusivamente com a imposição de mãos.
16. Gostaria
de saber, se é possível uma pessoa que está estudando kardecismo não poder
ajudar por não ter dons mediúnicos. E no caso, o que as pessoas devem fazer
para saber se têm dons ou não? Qualquer pessoa pode ajudar no centro espírita, desde que
disponha de boa vontade e preparo moral e doutrinário adequados. Isso se consegue com
estudo e boa dose de seriedade, dedicação, abnegação e disciplina.
Não é
necessário ter dons mediúnicos para servir. Existem inúmeras frentes de trabalho nas
casas espíritas onde se pode desempenhar tarefas que não dependem da
mediunidade. Para se saber dos possíveis dons mediúnicos, Allan Kardec nos diz
que devemos testar as pessoas. Não existe uma fórmula e nem podemos adivinhar quem tem
ou não.
Os
melhores servidores nesta área são aqueles formados dentro das casas espíritas que
tratam o estudo da Doutrina Espírita com seriedade. Aqui entra a grande responsabilidade
do dirigente que teoricamente deveria estar apto a conduzir as pessoas de forma
equilibrada ao desenvolvimento e exercício desta nobre tarefa.
Os
médiuns ostensivos, que já demonstram algum dom desde cedo, devem ser submetidos
igualmente ao estudo disciplinado e à orientação de alguém experiente dentro do
centro espírita que possa dar-lhe direcionamento seguro de sua faculdade. Caso
contrário, poderá desequilibrar-se.
17. É
certo o procedimento que alguns centros espíritas têm de colocar pessoas, que
estão indo pela primeira vez à casa, em trabalhos mediúnicos? Allan Kardec diz que
não se deve lidar com a mediunidade sem conhecê-la. O bom senso e a razão
nos falam a mesma coisa.
Em todos
os departamentos da vida o homem busca aperfeiçoar-se para servir melhor. Sem
conhecer o seu ofício não poderá desempenhar a tarefa a que se propõe com
conhecimento de causa. Portanto, colocar pessoas para lidar com Espíritos sem
se preparar para isso é o mesmo que realizar experiências químicas sem conhecer
as leis da química, diz o Codificador. Seria uma insensatez.
Os
medianeiros devem ser preparados com muita cautela para servir nesse campo.
Primeiro devem
estar inseridos nos trabalhos habituais da casa, servindo com dedicação e
seriedade, transformando-se em trabalhadores. Devem ser instruídos nas aulas sobre a Doutrina Espírita e
depois, então, poderão ser experimentados no ministério da mediunidade.
A pessoa
que chega à casa espírita pela primeira vez com a intenção de servir apenas no campo da
mediunidade, não entendeu ainda o papel do Espiritismo em sua vida, muito menos a
oportunidade que está tendo de servir com equilíbrio no campo do Bem. Necessita
de instrução nesse ponto. Se for sincero o seu desejo de servir, permanecerá no
aprendizado. Se não, procurará outra casa que lhe dê o que deseja.
18. Há
algum impedimento de mulheres grávidas participarem de reuniões mediúnicas? Não é aconselhável. O processo
reencarnatório do Espírito é uma experiência delicada que envolve muitos
aspectos energéticos e psíquicos.
Um deles
é o estado psicológico da mãe que, sem sombra de dúvidas, se altera por alguns
meses, enquanto aguarda a chegada do Espírito que lhe foi encaminhado como
filho. Ela
necessita de tranqüilidade, descanso e não deve se submeter a atividades que
lhe exijam grandes perdas de energias de qualquer natureza.
Sabe-se
que, nas atividades de intercâmbio espiritual, há toda uma movimentação de fluidos
energizados, podendo haver gastos que poderá ser prejudicial para a mulher em
estado de gravidez. Além disso, há o aspecto do reencarnante. É sabido pela ciência
oficial da extrema importância do equilíbrio e interação mãe-filho desde o
ventre.
Por
conta disso é prudente que se isente a mulher grávida das tarefas da
mediunidade. O melhor que ela poderá fazer será cuidar de ter seu bebê em paz. Ao fazê-lo, estará praticando a caridade maior, que é a de
dar vida a um novo ser. Quando puder, retornará às suas atividades
mediúnicas normalmente.
19. Pode
o Espírito encarnado promover fenômenos físicos, tipo materialização ou
transporte de objetos, sem o concurso dos Espíritos do mundo invisível? O
fenômeno de transporte, materialização, transcomunicação ou qualquer outro de
efeitos físicos, necessita do concurso dos Espíritos desencarnados.
Segundo
Allan Kardec, em “O Livro dos Médiuns”, capítulo IV, é necessária a união
do fluido animalizado perispiritual (do médium) com o fluido universal do
Espírito para que aconteçam esses fenômenos.
Não pode
ser isolado, ou seja sem o concurso de ambas as partes. Alguns manipuladores
desses fenômenos não acreditam em Espíritos, porém, mesmo assim, estão sempre secundados
por eles.