Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis
aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo. (Jesus) -
Waldenir Aparecido Cuin
Vencer o mundo é bem diferente de vencer no mundo. Sendo filhos de Deus, fomos criados na simplicidade e na ignorância, tendo como objetivo e meta chegar à perfeição, isso, obviamente, fazendo uso do livre-arbítrio e do esforço próprio, contando sempre com os mecanismos de apoio e segurança oferecidos pelo Pai Celestial.
No âmbito
do código divino não existem privilégios a ninguém, assim, cada criatura humana
colherá o fruto decorrente da semente plantada, recebendo o reflexo de cada ação que
praticar.
Diante
disso não podemos ignorar a importância que precisamos dar às prioridades que
elegemos para a nossa vida, pois que, tendo a perfeição como meta a ser
alcançada, todo o roteiro da existência terrena deverá manter em mira esse
objetivo, uma
vez que a paz que sonhamos e a felicidade que buscamos nascerão do equilíbrio
das nossas atitudes.
Portanto,
nossas conquistas e vitórias neste mundo serão relevantes à medida que nos
assegurem prosperidade espiritual. Quando Jesus afirmou que venceu o mundo,
estava informando à humanidade que a verdadeira batalha a ser ganha é aquela que
travamos, diariamente, contra as paixões inferiores e os arrastamentos de baixo
nível, que
ainda insistem em nos fazer infelizes.
Muitos
vencem no mundo, obtendo poder, glória, fortuna, destaque, fama, prestígio e
tanto mais, e perdem moralmente, pois que fazem uso dos mais sórdidos métodos
para alcançarem os postos que carregam em mira. Não raras vezes triunfam sobre a dor e o sofrimento do
próximo, abrindo as portas para o retorno, contra si mesmos, das
consequências que decorrem dos atos nefastos que difundiram.
No
âmbito da irresponsabilidade, alimentam o mal que, indubitavelmente, no futuro,
atingirá seus corações. Ganham no mundo físico, mas fracassam espetacularmente nas
esferas espirituais. Ostentam troféus e estandartes terrenos, para depois, aflitivamente,
gemerem nas paragens do Espírito.
Atualmente,
ante tantas informações e esclarecimento, não se pode mais negar que somos
Espíritos eternos, e que a presente existência terrena é apenas uma pequena etapa da
nossa longa jornada evolutiva.
No entanto,
infelizmente, ainda vemos criaturas fazendo uso de seus dias como se fossem os
últimos da sua vida total, se esforçando para extrair deles todo tipo de prazer
e de satisfação possíveis, mesmo que para isso tenham que ferir os mais comezinhos
princípios da dignidade, nobreza e honradez.
Obviamente,
é um ledo e terrível engano acreditar que alguns fugidios momentos de suposta
felicidade aqui na Terra, conseguidos a qualquer custo, poderão contribuir para
que cheguemos à perfeição espiritual a que estamos destinados pelas sábias e
justas leis de Deus.
Não
tenhamos qualquer dúvida; a nossa verdadeira e definitiva felicidade nascerá da
felicidade que plantarmos nos corações alheios. Foi por isso que Jesus ensinou:
“amai-vos uns aos outros”. ( João 13, 34)
Sem
ilusões, não
acreditemos que todas as vitórias obtidas no mundo físico nos assegurem uma boa
posição no mundo espiritual, mas, sim, somente aquelas que tiveram como proposta a
nossa melhoria interior. Aquelas que nos ajudaram no combate ao orgulho e ao
egoísmo, que tantos males e prejuízos têm nos causado.
Os
tempos são chegados, sim, são chegados para que tenhamos a mais absoluta
convicção de que os valores a serem conquistados são aqueles que sustentam a nossa
evolução como Espíritos eternos que somos, mesmo que para isso, aparentemente, tenhamos
que perder aqui no mundo.
Assim,
nos preocupemos, a exemplo de Jesus, em vencer o mundo e não a qualquer custo,
vencer no mundo. Reflitamos!