Do livro Mediunidade: desafios e bênçãos
Manoel P. Miranda (espírito) e Divaldo P. Franco
Visão
incorreta a respeito dos médiuns possuem aqueles que do Espiritismo conhecem
apenas as informações e conceitos equivocados sem estrutura de lógica nem
contribuição racional.
Adotando
idéias fantasiosas que primam pela ingenuidade da crença no sobrenatural, pensam que os
médiuns são seres humanos especiais, portadores de dons e de poderes que os
capacitariam a solucionar quaisquer problemas e dificuldades que lhes sejam
apresentados.
Em face
dessa óptica distorcida da realidade, envolvem os medianeiros em auréolas de
santificação, concedendo-lhes atributos que estão distantes de os possuir.
Diante
deles, sentem-se privilegiados, insuflando-lhes paixões dissolventes como o
orgulho, a presunção e as veleidades morais, filhos torpes do egoísmo que dilacera muitas
almas inadvertidas, logo as perturbando e enlouquecendo sob o seu guante.
Como
efeito do mesmo desconhecimento, pensam que os sensitivos estão sempre cercados pelos
numes tutelares e trazem, em razão disso, complexos enigmas a todo momento e
irresponsavelmente induzindo-os a elucidações de ocorrências que não podem ser
realizadas.
Basta
que os vejam, e esses “clientes” inadvertidos desfilam-lhes o rosário de
queixas, de lamentações, descarregando contínuas dificuldades que não estão realmente
interessados em
solucionar. Sempre conduzem enfermidades e pessimismo, que propõem ao
companheiro mediúnico na expectativa dos milagres que não ocorrem.
Quase
nunca lhes oferecem palavras amigas, que
supõem eles não necessitarem, sobrecarregando-os com os seus fadários, maus humores e
agressividade. Crêem que os servidores da mediunidade encontram-se no mundo para
conduzirem o seus fardos. Se os notam cansados, tristes ou sofridos,
decepcionam-se, chocados, indagando onde estão os seus guias espirituais, que
os não aliviam?
Percebendo-os
irritados nos momentos infelizes, embora o seu incessante júbilo, apresentam-se
ofendidos e desconsiderados, apesar de se permitirem a rudeza, a ingratidão e as
exigências variadas.
A
mediunidade não é uma graça divina, nem um processo adivinhatório, ou ainda recurso
mirabolante para saciar a sede das novidades humanas. É uma conquista
adquirida através da evolução para o intercâmbio espiritual, para a iluminação de
consciências e crescimento espiritual.
Tesouro
de valor inapreciável, quando bem direcionada; também representa cruz provacional, quando assinalada por
sofrimentos e perturbações emocionais, assim como fisiopsíquicas.
A
mediunidade é faculdade da alma que no corpo se reveste do arcabouço de células
para facultar a captação das ondas e vibrações sutis além da esfera física. Os médiuns, por isso
mesmo, são pessoas comuns, portadoras de
paranormalidade. O comportamento moral que se impõem elege-os à felicidade ou
condu-los às angústias demoradas.
O
conhecimento do Espiritismo aclara esse conceito incorreto a respeito dos médiuns, assim como de
inumeráveis questões que podem ser esclarecidas e demitizadas, facultando mais
amplo entendimento sobre a vida e o seu precioso significado.
Médiuns
foram Francisco de Assis, Teresa de Ávila, Joanna d’Arc e muitos outros inspirados por
Jesus e Seus Mensageiros, assim como também Judas, o atormentado; Átila, enlouquecido pela
ferocidade que não controlava, e todos os terríveis sicários da humanidade.
Neutra,
em si mesma, a faculdade mediúnica é instrumento para comunicar com os
espíritos,
que a moral da criatura humana direcionará conforme a evolução espiritual em
que se encontre incursa.
Precatem-se
os bons médiuns, aqueles que se fizeram espíritas, contra o culto ao
personalismo, ao egoísmo e a todos os perigos que os cercam, tentando impedi-los de
avançar e de crescer interiormente.
Elejam o
trabalho de auxilio fraternal como mecanismo de equilíbrio e, estudando a Doutrina
para bem compreender a tarefa que lhes cumpre desempenhar, não se olvidem da
humildade verdadeira, prosseguindo no afã de autoiluminação.
E em
qualquer circunstância, exaltados ou perseguidos, aplaudidos ou humilhados, não sabendo como
agir, recorram ao Evangelho e perguntem-se que faria Jesus nas mesmas
condições,
seguindo-o e recordando-lhe o triunfo sobre as fatuidades e a insensatez
humanas, na Sua condição de Médium de Deus.