Desencarnações coletivas


Quando os aviões chocaram-se contra as torres gêmeas do World Trade Center nos EUA, curiosos e jornalistas narraram muitas histórias sobre pessoas que deveriam estar nas torres, naquela manhã e não estavam. Citarei três breves narrativas.

1ª Num dos escritórios do prédio, havia um jovem funcionário que resolveu comprar lanche para partilhar com os colegas, pois, há alguns meses ele vinha comendo os lanches apenas e, naquela manhã de 11 de setembro resolveu ser gentil e dar a sua cooperação, por isso, atrasou-se e não morreu no atentado.



2ª Um alto executivo, vaidoso, cuidador da aparência, resolveu por sapatos novos, um belo par de bico longo, quadrado afinado, era legítimo couro de jacaré; como era novíssimo o sapato fez enorme bolha e ele resolveu parar numa farmácia para comprar um curativo, por isso, atrasou-se e não morreu no atentado.

Ouvir – Ave Luz


Voltamos a falar de Mateus, o publicano que, durante algum tempo, exerceu suas atividades em Cafarnaum, cidade que margeava o Mar da Galiléia. Ele era também chamado, como já dissemos alhures, de Levi. Tinha muitas pretensões no mundo dos negócios. Como cobrador de impostos do Império Romano, tornara-se independente.

No entanto, essa independência o tornara ainda mais devedor do seu próprio povo, porquanto os romanos não tiravam do tributo arrecadado alguma quantia ou fração que correspondesse ao trabalho de seu funcionário. Quando se tratava de país estrangeiro, era aumentado o peso da arrecadação e o aumento seria do publicano.


Eis aí o porquê do ódio que seus patrícios manifestavam aos publicanos, que se faziam amigos dos romanos, tirando o pão da boca de famintos para seus desperdícios em festas impróprias à dignidade de um país. Também Zaqueu era um desses publicanos.

Perseguidores invisíveis

No dia imediato, pela manhã, em companhia de entidades ignorantes e transviadas, dirigimo-nos para confortável residência onde espetáculo inesperado nos surpreenderia. O edifício de enormes dimensões denunciava a condição aristocrática dos moradores, não só pela grandeza das linhas, mas também pelos admiráveis jardins que o rodeavam.

Paramos junto à ala esquerda, notando-a ocupada por muitas personalidades espirituais de aspecto deprimente. Rostos patibulares, carantonhas sinistras. Sem dúvidas, aquela construção residencial permanecia vigiada por carcereiros frios e impassíveis, a julgar pelas sombras que os cercavam. Transpus o limiar, de alma opressa.


O ar jazia saturado de elementos intoxicantes. Dissimulei, a custo, o mal-estar, recolhendo impressões aflitivas e dolorosas. Entidades inferiores, em grande cópia, afluíram à sala de entrada, sondando-nos as intenções. De posse, porém, das instruções do nosso orientador, tudo fazíamos para nos assemelharmos a delinquentes vulgares.

Automatismo e corpo espiritual

Automatismo fisiológico: Compreensível salientar que o princípio inteligente, no decurso dos evos, plasmou em seu próprio veículo de exteriorização as conquistas que lhe alicerçariam o crescimento para maiores afirmações nos horizontes evolutivos.

Dominando as células vivas, de natureza física e espiritual, como que empalmando-as a seu próprio serviço, de modo a senhorear possibilidades mais amplas de expansão e progresso, sofre no plano terrestre e no plano extraterrestre as profundas experiências que lhe facultarão, no bojo do tempo, o automatismo fisiológico, pelo qual, sem qualquer obstáculo, executa todos os atos primários de manutenção, preservação e renovação da própria vida.


Atividades reflexas do inconsciente: Sabemos que, em nos propondo aprender a ler e escrever, antes de tudo nos consagramos à empresa difícil de assimilação do alfabeto e da escrita, consumindo energia cerebral e coordenando o movimento dos olhos, dos lábios e das mãos, em múltiplas fases de atenção e trabalho, de maneira a superar nossas próprias inibições, para, depois, conseguirmos ler e escrever, mecanicamente, sem qualquer esforço, a não ser aquele que se refere à absorção, comunicação ou materialização do pensamento lido ou escrito, porquanto a leitura e a grafia ter-se-ão tornado automáticas na esfera de nossa atividade mental.

A Gália – Leon Denis

A Gália conheceu a grande doutrina; possuiu-a sob uma forma poderosa e original; soube dela tirar consequências que escaparam aos outros países. “Há três unidades primitivas, diziam os druidas, Deus, a Luz, e a Liberdade.”

Quando a Índia já andava dividida em castas estacionárias, em limites infranqueáveis, as instituições gaulesas tinham por bases a igualdade de todos, a comunidade de bens e o direito eleitoral.


Nenhum dos outros povos da Europa teve, no mesmo grau, o sentimento profundo da imortalidade, da justiça e da liberdade. É com veneração que devemos estudar as tendências filosóficas da Gália, porque aí encontraremos, fortemente denunciadas, todas as qualidades e também todos os defeitos de uma grande raça.

Obsessões Espirituais – Jorge Andréa

A obsessão representa um estado alterado de consciência, causado por emissão externa determinada por entidade espiritual afinizada com o receptor. Tais irradiações resultantes do processo obsessivo, em sua maioria, mostram-se negativas, isto é, doentias pelo que determinam na organização mental.

Esta conceituação, diante de imensos e variados acontecimentos, foi bem estudada pela Doutrina Espírita que lhe deu condições de veracidade, embora, desatentos e preconceituosos observadores, desconhecendo as razões espirituais, situam o processo obsessivo como sintomas originários, exclusivamente, na zona física dos tecidos cerebrais.


O processo obsessivo vem acompanhando as civilizações e sendo interpretado de acordo com as selagens intelectuais das diversas épocas, quase sempre com coloridos místicos religiosos.

Gratidão – Ave Luz

Tiago e João, dupla de homens, dupla de discípulos, dupla que abriu e fechou o testemunho de fidelidade a Nosso Senhor Jesus Cristo. A mulher de Zebedeu, certa feita, procura Jesus, conscientizada de que ele era verdadeiramente o Messias anunciado pelos profetas. Com os seus dois filhos do coração, pede ao Mestre, na sua ingenuidade, que João e Tiago pudessem tomar lugar no reino que lhe pertencia, um à direita e outro à esquerda. Jesus deu a entender que somente a Deus caberia aceitá-los ou não.

No entanto, responde com lealdade à mãe que exagera no zelo pelos filhos: Será que eles poderão beber do cálice que eu vou beber? Instintivamente, responderam os dois: Podemos! A história mostra-nos que beberam e que o Pai Celestial permitiu, na figuração que lhe é própria, um à esquerda do Mestre, e o outro à direita, só que não foi da maneira que a mãe extremosa idealizava, mas como a vida achou mais acertado.


Tiago foi o primeiro mártir do colégio apostolar, selando com o seu sangue a fidelidade e a gratidão pelo Mestre que tanto prezava. Este figurou pela esquerda. E João foi o último dos doze que selou o Evangelho com uma longa vida de disciplina e de dor, derramando maior cota de amor pela humanidade, sorrindo nos caminhos difíceis, por ser fiel ao seu Senhor.

As missões, a vida superior

Todo Espírito que deseja progredir, trabalhando na obra de solidariedade universal, recebe dos Espíritos mais elevados uma missão particular apropriada às suas aptidões e ao seu grau de adiantamento.

Uns têm por tarefa receber os homens em seu regresso à vida espiritual, guiá-los, ajudá-los a se desembaraçarem dos fluidos espessos que os envolvem; outros são encarregados de consolar, instruir as almas sofredoras e atrasadas.


Espíritos químicos, físicos, naturalistas, astrônomos, prosseguem suas investigações, estudam os mundos, suas superfícies, suas profundezas ocultas, atuam em todos os lugares sobre a matéria sutil, que fazem passar por preparações, por modificações destinadas a obras que a imaginação humana teria dificuldades em conceber; outros se aplicam às artes, ao estudo do belo sob todas as suas formas; Espíritos menos adiantados assistem os primeiros nas suas tarefas variadas e servem-lhes de auxiliares.

Deus simplesmente é

O que é Deus? Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas. Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, item l.

O Ser cuja realidade transcende o próprio universo permanece ainda incompreendido pela grande maioria de suas criaturas, de seus filhos. O homem já nasce com a intuição de que existe uma força soberana que se irradia em todo o universo, à qual dá o nome de Deus.

Entretanto, sabemos que a verdade, assemelha-se à luz da aurora, que vai clareando lentamente até atingir a exuberância do sol do meio-dia. O conhecimento do homem a respeito de seu Criador não foge à regra.


Inicialmente, não podendo compreender os atributos de um ente espiritual que detém todo o poder e todas as perfeições num grau absoluto, o homem passou a humanizar Deus, transformando-o segundo os seus conceitos, à sua imagem e à sua própria semelhança. Começa a emprestar ao Criador Supremo suas próprias imperfeições e cria a imagem de um Deus antropomórfico.

Respeito – Ave Luz

Retornamos, com prazer indizível, a falar de Filipe, o apóstolo maravilhoso que, com Pedro e André, forma a trilogia fecundante, ou seiva pura oriunda de Deus e cultivada em Betsaida. Filipe tornou-se o que, nos dias de hoje, classificam de repórter.

Vamos encontrar o discípulo de Jesus andando em Betsaida, tendo aos ombros um pequeno alforje que certamente acolhia a matulagem do dia. As ruas, bem cedo, se mostravam movimentadas pelas notícias dos fenômenos produzidos pelo Divino Mestre.


Camelos e jumentos enchiam as encostas, à procura de capim e folhagem que os abastecessem e os refizessem das grandes marchas. Filipe, solfejando algumas das suas canções prediletas, brinca com uma bengala improvisada, como se fosse um artista anunciando as suas mágicas.

Sexo e corpo espiritual

1. Hermafroditismo e Unissexualidade

Examinando o instinto sexual em sua complexidade nas linhas multiformes da vida, convêm lembrar que, por milênios e milênios, o princípio inteligente se demorou no hermafroditismo das plantas, como, por exemplo, nos fanerógamos, em cujas flores os estames e pistilos articulam, respectivamente, elementos masculinos e femininos.

Nas plantas criptogâmicas celulares e vasculares ensaiara longamente a reprodução sexuada, na formação de gametos (anterozôides e oosfera) que muito se aproximam aos dos animais e cuja fecundação se efetua por meios análogos aos que observamos nestes últimos seres.


Depois de muitas metamorfoses que não cabem num estudo sintético quanto o nosso, caminhou o elemento espiritual, na reprodução monogônica, entre as vastas províncias dos protozoários e metazoários, com a divisão e gemação entre os primeiros, correspondendo à cisão ou estrobilação entre os segundos.

O Duplo Etérico

Entre o corpo físico e o perispírito, funcionando como intermediário para a ação perispirítica sobre o físico e deste para aquele, encontra-se o duplo etérico. Esse conjunto submete-se à ação do Espírito, que a ele se integra e sobre o qual age, permutando energias e comunicando-se com o mundo onde vive.

O duplo etérico forma-se com a encarnação do Espírito e não possui existência própria como o perispírito, desintegrando-se após a morte física. É uma espécie de corpo vaporoso, qual cartucho fluídico, que guarda certa semelhança com o corpo físico e a ele se ajusta, ultrapassando-lhe as dimensões em cerca de um centímetro, com o peso aproximado a 60 gramas.


Tal corpo fornece informações valiosas quanto ao estado de saúde física e evolução espiritual, quando observado sob os aspectos das emanações energéticas e colorido peculiar que traz.

A vida no Além

O ser humano, dissemos, pertence desde esta vida a dois mundos. Pelo corpo físico está ligado ao mundo visível; pelo corpo fluídico ao invisível. O sono é a separação temporária dos dois invólucros; a morte é a separação definitiva. A alma, nos dois casos, separa-se do corpo físico e, com ela, a vida concentra-se no corpo fluídico.

A vida de além-túmulo é simplesmente a permanência e a libertação da parte invisível do nosso ser. A antiguidade conheceu esse mistério, mas, desde muito tempo, sobre as condições da vida futura os homens apenas possuíam noções de caráter vago e hipotético.


As religiões e as filosofias nos transmitem, acerca desses problemas, dados muito incertos, absolutamente desprovidos de observação, de sanção e, sobre quase todos os pontos, em desacordo completo com as idéias modernas de evolução e continuidade.

A Carne é fraca

Há tendências viciosas que são, evidentemente, inerentes ao Espírito, porque se prendem mais ao moral do que ao físico; outras parecem antes a consequência do organismo, e, por este motivo, delas se pode crer menos responsável; tais são as predisposições à cólera, à moleza, à sensualidade, etc.

Está perfeitamente reconhecido hoje, pelos filósofos espiritualistas, que os órgãos cerebrais correspondentes às diversas aptidões, devem seu desenvolvimento à atividade do Espírito; que esse desenvolvimento é assim um efeito e não uma causa. Um homem não é músico porque tem a bossa da música, mas ele não tem a bossa da música senão porque seu Espírito é músico.


Se a atividade do Espírito reage sobre o cérebro, ela deve reagir igualmente sobre as outras partes do organismo. O Espírito é, assim, o artífice de seu próprio corpo, que ele configura, por assim dizer, a fim de apropriá-lo às suas necessidades e às manifestações de suas tendências. Estando isto posto, a perfeição do corpo nas raças avançadas seria o trabalho do Espírito que aperfeiçoa o seu aparelhamento à medida que as suas faculdades aumentam.