Enquanto
o planeta amado estertora no seu processo de aprimoramento evolutivo, padecendo
rudes provas e expiações, arrebatando os seus habitantes em direção a
sofrimentos inenarráveis, aqueles que aqui estamos reunidos e Te amamos,
suplicamos misericórdia, em face da inferioridade moral que predomina em a nossa natureza
espiritual.
Desde há
milênios que a todos nos convocas para a construção do reino espiritual nas
mentes e nos corações, sem que hajamos atendido corretamente ao Teu chamado.
Nas
culturas e civilizações antigas, desde o período dos sumérios, alguns de nos
demo-nos conta do alto significado da existência terrestre, deixando-nos, porém,
anestesiar pelos vapores da matéria enganosa...
Mais
tarde, na Pérsia e em Nínive, tomamos conhecimento da Verdade e dos seus mistérios, para logo os
abandonarmos, seguindo as tubas guerreiras de Dario ou de Salmanasar,
conquistando terras e disseminando a morte.
A nossa
foi, então, a sementeira de sangue, de orfandade, de viuvez, de ódio, e a
colheita foram as dores acerbas e sem nome na Babilônia e no Egito, que nos fascinaram com
os seus templos faustosos, arrastando-nos depois para as derrotas sangrentas
com Astiages e o assassinato de Akenaton...
Transitamos
pelos
montes do Tibet e as planuras da Índia, repetindo as lições do Mahabarata que nos emocionavam,
sem que conseguíssemos alterar a belicosidade infeliz que nos assinalava...
A China
veneranda com Fo-Hi e os seus filósofos ensinou-nos sabedoria, entretanto não nos
arrefeceu a sede alucinada de poder sobre a Manchúria e os povos vizinhos, que também a
destroçaram várias vezes com os seus carros de destruição...
Atravessamos
o deserto com Moises, como o faríamos depois com Esdra, por nobreza de Ciro
para reconstruir o Templo e reerguer Jerusalém, e atacamos os filisteus e outros povos,
semeando o terror, malsinando, destruindo...
Atenas
encantou-nos, desde os dias de Anaxágoras, depois, com as lições de Sócrates, não impedindo, porém,
que nos entregássemos, em Esparta, a hediondez e as lutas incessantes...
Acompanhamos
Ciprião, o africano, como o fizéramos com Alexandre Magno, o macedônio, e
Aníbal, o cartaginês, embora conhecedores da filosofia em torno da imortalidade e da
interferência dos deuses em nossas vidas...
E
contigo, após
ouvir-Te as lições de incomparável beleza, abandonamos a fidelidade e convertemos a Tua
doutrina em poder de mentira, luxuria, hipocrisia e desventura...
Assim,
atravessamos a noite medieval, advertidos for mártires e santos, apegados a
infâmia e ao horror. Morremos e renascemos, vezes sem conto, despertando realmente
para a vida em abundancia quando as claridades do Espiritismo nos arrancaram da
densa treva interior, da ignorância e do abismo da loucura egotista...
Compilado do livro Transição Planetária
Manoel P. de Miranda (espírito) e Divaldo Franco