A
instrução espírita não abrange apenas o ensinamento moral que os Espíritos dão,
mas também os estudos dos fatos. Incumbe-lhe a teoria de todos os fenômenos, a pesquisa das
causas, a comprovação do que é possível e do que não é, em suma, a observação
de tudo o que possa contribuir para o avanço da ciência”. – Livro dos Médiuns
cap.29 - item 328
Se
definirmos o passe como sendo uma transferência de fluidos, todos somos passistas. Uma consideração,
entretanto, deve ser feita: expelir fluidos não significa transferi-los. Assim nem todos que
expelem fluidos são passistas.
Se
definirmos o passe como uma doação de amor, todos somos passistas. Convém lembrar, porém,
que a transmissão de um passe, para cumprir seu papel mais sublime, além de solicitar
uma emissão de amor comumente precisa de um fluido magnético mais específico, o qual não
é usinado, em potenciais de exteriorização suficientes, por todas as
criaturas. Assim nem todos os que dizem amar são necessariamente passistas.
Se
definirmos o passe como resultado de boa vontade, todos somos passistas. Sabemos, todavia, que
na vida a boa vontade só por si, nem sempre é suficiente para
resolver tudo a que se propõe. Assim, nem todos portadores de boa vontade são,
só por esse motivo, passistas.
Seguindo
esses raciocínios, logo concluiremos que, não sendo todos passistas de fato, existem os que podem
e os que não devem aplicar passes. Os passistas ou candidatos a tal mister devem
formular e responder, honesta e firmemente, as seguintes questões: Porque sou
ou quero ser passista? Para que sou ou quero ser passista?
Segundo
orientação didática proposta por Allan Kardec, podemos dizer que o passe
divide-se em três modalidades: espiritual, magnético (humano) e misto.
O
espiritual é aquele em que os fluidos provêm basicamente do mundo espiritual; o magnético é o que conta com
maior profusão fluídica do passista (fluido vital, anímico); e o misto é a conjugação
fluídica proporcional dos outros meios; o espiritual e o humano (magnético).
Em se
tratando de passes espirituais, pelo fato de o passista praticamente não
realizar usinagem fluídica, a grande maioria das pessoas poderia aplicá-los. Só
que, para
se servir de canal eficaz e eficiente ao Mundo Espiritual, o passista deverá
dispor de uma preparação moral e psíquica de bom nível.
Quando o
passe é “misto ou magnético”, outros fatores entram em consideração. Além
de toda uma “postura ética e moral” semelhante à indicada aos passistas
espirituais, os que doam magnetismo, ou seja, os que usinam fluidos vitais de
exteriorização, magneticamente falando, precisam ter conhecimento de si mesmos
e de seus limites, de técnicas de magnetismo aplicadas ao passe e de uma boa dosagem
de exercícios e experiências na área.
Como
percebemos, a questão aponta para a direção de uma melhor análise. É certo que todos podemos vibrar
em favor dos semelhantes e, assim agindo, transmitir fluidos em bom padrão
de harmonização. Mas, apesar do passe ser uma doação de bons fluidos, não significa que
uma doação dessas seja, necessariamente, um passe.
Isso
porque por passe se entende uma doação consciente e deliberada de transmissão de fluidos, de
um possuidor para um carente, por meio de uma técnica, ainda que esta seja a
mais simples. Nessa doação a ligação mental do passista com os níveis
espirituais superiores e a capacidade de transmitir suas energias são de
relevância, tanto quanto a característica de, em possuindo uma disposição íntima
de usinagem fluídica, exteriorizar, direcionar e manipular esses fluidos.
A
criança tem uma predisposição natural à assimilação dos fluidos. Seu sistema de
absorção fluídica é mais “aberto” que o dos adultos já que, sua estrutura
espiritual está transitando exatamente na busca de energias complementares e
ainda existe o fato de que elas ainda não criaram barreiras mentais a
fluidoterapia.
A
criança deverá receber a mesma carga fluídica de um adulto? O próprio bom senso
nos diz que não. Se na alimentação, na vestimenta, nas posologias médicas, nos
hábitos de dormir e de como se lhe distribuir as atividades, tudo para a criança
é diferenciado, como iríamos fazer-lhes doações fortes, abundantes, hiper concentradas,
nos mesmos padrões dos adultos?
A
criança carece não só de fluidos “finos”, menos densos, como em quantidades
proporcionalmente menores que os adultos. É recomendável que se aplique passes primeiro
nas crianças, para evitar que elas fiquem irrequietas e para que os médiuns tenham
melhores condições de controlar suas doações fluídicas começando por elas.
Se no adulto a dispersão de fluidos
magnéticos é importante, para as crianças a dispersão de fluidos ao final do
passe é indispensável! Afinal, elas estão mais expostas às sensações desagradáveis
patrocinadas por excessos de fluidos que os adultos.
Crianças
e adolescentes devem ser resguardados das tarefas do passe por se encontrarem
em fase de desenvolvimento orgânico. Para esse desenvolvimento o ser se nutre,
dentre outros, dos próprios fluidos vitais os quais seriam utilizados na doação
magnética.
3. O Idoso
O limite
de idade à atividade do passista é muito relativa. Um passista que sempre
praticou o passe com método, critério e regularidade, não será facilmente
destituído de seu poder fluídico só pelo avançar da idade.
Uma
senhora que transmitia passes há muitos anos num Centro Espírita procurou Chico
e perguntou se não estava muito velha e exausta para continuar e acrescentou: “Mas
eu quero a opinião de Emmanuel, viu?” E o grande apóstolo respondeu: “Chico, diga a nossa
irmã que o mais velho de todos nós é Deus e que ELE ainda não se cansou.”
Quando
um idoso requer energias pelo passe, normalmente o solicita com “fartura” pois
invariavelmente sua carência é grande. Em conseqüência, via de regra o médium sentirá um
desgaste fluídico muito maior quando aplicar o passe num idoso, notadamente se ele se
encontrar em profundo estado de esgotamento. Recomenda-se fazer pequenas
concentrações, intercalando com dispersivos ativantes, ajudando assim na
somatização dos fluidos.
A mulher
se sobressai na atividade do passe, talvez pela função co-criadora que possui,
função essa que lhe engrandece perante a vida. Mulher menstruada pode aplicar
passes? A
menstruação não é uma doença, não é transmissível, nem importa diretamente na
emissão fluídica, nada obsta que a mulher menstruada aplique passes. Isso em
condições normais. A menopausa da mesma forma, não significa um esgotamento fluídico, um enfraquecimento de
energias vitais, mas apenas uma acomodação natural do organismo feminino.
Na
gestação é um pouco diferente. Avaliemos com Chico Xavier a questão, chancelada
pelo Dr. Bezerra de Menezes: “Após o terceiro mês de gestação do nascituro, devem (as
gestantes) abster-se da ação mediúnica, podendo permanecer, porém na equipe do serviço
espiritual para receberem auxílio”.
A
gestante precisa muito do passe, não só por ela, mas pelo ser que vem de retorno ao nosso meio. Deve-se evitar toda
e qualquer concentração magnética sobre o ventre, a fim de não
afetar o bebê de maneira prejudicial. Havendo necessidade de atender
ao feto, deve-se
optar pelo método de fluidificação por transferência, ou seja, realize-se o
tratamento na genitora e esta transferirá ao feto as necessidades daquele.
5. O
Passista
Vontade
é o primeiro passo, os outros estão na oração, na fé, na determinação naquilo
que faz,
na confiança nos Bons Espíritos, no equilíbrio interior, nos estudos dos temas
relacionados, no exercício constante no bem, na observação criteriosa e no amor
ao próximo. Procure vibrar no paciente todo o bem que gostaria de receber.
Sem amor não há cura real.
Se você doa fluidos
magnéticos tem a obrigação de conhecer as técnicas do magnetismo. Operar sem
conhecimento de causa é expor-se, e expor o paciente a sérios riscos.
O “passe
dispersivo”, como equilibrante e reordenador dos “fluidos e centros vitais” é fundamental para
uma boa absorção fluídica pelo paciente. Os Espíritos são fundamentais nos
passes, mas você não deve ser uma simples marionete em suas mãos. Aprimore-se através
do amor e da instrução.
Para os
Espíritos transmitirem e manipularem seus fluidos não precisa haver incorporação. Basta você incorporar
a vontade, o amor e o conhecimento.
Fungados,
sussurros e gesticulações exóticas e violentas normalmente demonstram
ignorância sobre mediunidade e magnetismo. Educação mediúnica, dentre outras coisas exige
estudo.
Portanto,
doença contagiosa, fadiga fluídica, insuficiência cardíaca tomando medicamentos
controlados e/ou vivendo problemas mentais e espirituais, evite aplicar passes. Para ajudar, nessas
condições, ore pelos pacientes e cuide-se inclusive como paciente de passes.
Tanto
quanto o abuso alimentar, o estomago vazio também é prejudicial a uma boa emissão fluídica.
Tanto quanto os vícios (álcool, fumo, drogas, etc.), o abuso do sexo é
incompatível com uma boa e eficiente doação fluídica.
6. O Estudo
É
fundamental, não só ler, mas estudar, a fim de elucidar pontos obscuros e
melhor orientar a tarefa. Para auxiliar o aprendizado, temos o Estudo Sistematizado da
Doutrina além das palestras doutrinárias, mas, não devemos ficar só nisso,
precisamos estabelecer horário para estudo individual, exceto os que não sabem
ler.
O médium
tem
obrigação de estudar muito, observar intensamente e trabalhar em todos os
instantes pela sua própria iluminação. Somente desse modo poderá se habilitar para o
desempenho da tarefa que lhe foi confiada, cooperando eficazmente com os
espíritos sinceros e devotados ao bem e à verdade. (Emmanuel)