Compilado do livro Tormentos da Obsessão
Manoel P. de Miranda (espírito) e Divaldo P. Franco
Graças à
valiosa contribuição científica do Espiritismo no laboratório da mediunidade, constatando a
sobrevivência do ser e o seu intercâmbio com as criaturas terrestres, a obsessão saiu do
panteão místico para fazer parte do dia-a-dia de todos aqueles que pensam.
Enfermidade
de origem moral, exige terapêutica específica radicada na transformação espiritual
para melhor, de todos aqueles que lhe experimentam a incidência. Ocorre, no
entanto, como é fácil de prever-se, que essa “psicopatologia”, qual sucede com
outras tantas, sempre apresenta, no paciente que a sofre, graves oposições para
o seu tratamento.
Quando,
ainda lúcido, o mesmo se recusa a receber a conveniente orientação, e, à medida que se lhe
faz mais tenaz, as resistências interiores se expressam mais vigorosas. De um lado, em razão
da vaidade pessoal, para não parecer portador de loucura, particularmente porque
assim se sente, e, por outro motivo, quando sob os martelos das obsessões, porque o agente do
distúrbio cria dificuldades no enfermo, transmitindo-lhe reações violentas, para ser evitado o
tratamento especial.
Em todos
os casos, porém, o tempo exerce o papel elevado de convencer a vítima da “parasitose
espiritual”, através do padecimento da vingança, quanto à necessidade de
submeter-se aos cuidados libertadores.
Iniciando-se
de forma sutil e perversa, a obsessão, salvados os casos de agressão violenta,
instala-se nos “painéis mentais” através dos delicados “tecidos
energéticos do perispírito” até alcançar as “estruturas neurais”, perturbando
as “sinapses” e a harmonia do conjunto encefálico.
Ato
contínuo, o
quimismo neuronal se desarmoniza, face à produção desequilibrada de enzimas que irão sobrecarregar
o sistema nervoso central, dando lugar aos distúrbios da razão e do
sentimento.
Noutras
vezes, a
incidência da energia mental do obsessor sobre o paciente invigilante irá
alcançar, mediante o “sistema nervoso central”, alguns órgãos físicos que sofrerão
desajustes e perturbações, registrando distonias correspondentes e
comportamentos alterados.
Quando
se trata de Espíritos inexperientes, perseguidores desestruturados, a ação magnética se dá
automaticamente, em razão da afinidade existente entre o encarnado e o desencarnado, gerando
descompensações mentais e emocionais. Todavia, à medida que o Espírito se adestra no
comando da mente da sua vítima, percebe que existem métodos muito mais
eficazes para uma ação profunda, passando, então, a executá-la cuidadosamente.
Ainda,
nesse caso, aprende com outros espíritos mais perversos e treinados no
mecanismo obsessivo, as melhores técnicas de aflição, agindo
conscientemente nas áreas perispirituais do desafeto, nas quais “implanta
delicadas células” acionadas por “controle remoto”, que passam a funcionar
como focos destruidores da arquitetura psíquica, irradiando e ampliando o “campo
vibratório nefasto”, que atingirá outras regiões do “encéfalo”, prolongando-se pela
rede linfática a todo o organismo, que passa a sofrer danos nas áreas afetadas.
Estabelecidas
as fixações mentais, o hóspede desencarnado lentamente assume o comando das funções
psíquicas do seu hospedeiro, passando a manipulá-lo a bel-prazer. Isso, porém, ocorre,
em razão da “aceitação parasitária que experimenta o enfermo”, que poderia mudar de
comportamento para melhor, dessa forma conseguindo anular ou destruir as
induções negativas de que se torna vítima.
No
entanto, afeiçoado
à acomodação mental, aos hábitos irregulares, compraz-se no desequilíbrio,
perdendo o comando e a direção de si mesmo. Enquanto se vai estabelecendo o contato entre
o assaltante desencarnado e o assaltado, não faltam a este último inspiração
para o bem, indução para mudança de conduta moral, inspiração para a
felicidade.
Vitimado,
em si mesmo, pela auto compaixão ou pela rebeldia sistemática, desconsidera as
orientações enobrecedoras que lhe são direcionadas, acolhendo as
insinuações doentias e perversas que consegue captar.
Muita
falta faz a
palavra de Jesus no coração e na mente das criaturas humanas em ambos os lados
da vida.
Extraordinária fonte de sabedoria, as Suas lições constituem mananciais de
saúde e de paz que plenificam, assim que sejam vivenciadas, imunizando o ser contra as
terríveis perturbações de qualquer ordem.
Mas o
mundo ainda
não compreende conscientemente o significado do Mestre na sua condição de
Modelo e Guia da humanidade, o que é lamentável, sofrendo, as conseqüências dessa
indiferença sistemática.
Dando
continuidade, Dr. Ignácio Ferreira aduziu: Como a inspiração espiritual se faz
em todos os fenômenos da Natureza, inclusive nas atividades humanas, é
compreensível que, além das tormentosas obsessões muito bem catalogadas por
Allan Kardec, simples, por fascinação e subjugação, os objetivos mantidos
pelos perseguidores sejam muito variados.
Eis
porque as suas maldades abarcam alguns dos crimes hediondos, tais como: autocídios,
homicídios, guerras e outras calamidades, face à intervenção que realizam em todos aqueles
que se afinizam com os seus planos nefastos.
Agindo
mediante hábeis
programações bem elaboradas, vão conquistando as resistências do seu dependente
mental, de
forma que, quase sempre, porque não haja uma reação clara e definitiva por
parte da sua vítima, alcançam os objetivos cruéis a que se entregam
enlouquecidos.
Quando
das suas graves intervenções no psiquismo dos seus hospedeiros, suas “energias
deletérias” provocam taxas mais elevadas de “serotonina e noradrenalina”, produzidas pelos
neurônios, que contribuem para o surgimento do transtorno “psicótico-maníaco-depressivo”, responsável pela
diminuição do humor e desvitalização do paciente, que fica ainda mais à mercê
do agressor.
É nessa
fase que
se dá a indução ao “suicídio”, através de hipnose contínua, transformando-se em
verdadeiro assassínio, sem que o enfermo se dê conta da situação perigosa em
que se encontra. Sentindo-se vazio de objetivos existenciais, a morte se lhe
apresenta como solução para o mal-estar que experimenta, não percebendo a captação
cruel da idéia autocida que se lhe fixa na mente.
Não
poucas vezes, quando incorre no crime infame da destruição do próprio corpo, foi vitimado pela
força da poderosa mentalização do adversário desencarnado.
Certamente,
há, para o desditoso, atenuantes, em razão do processo malsão em que se deixou
encarcerar,
não obstante as divinas inspirações que não cessam de ser direcionadas para as
criaturas e as advertências que chegam de todo lado, para o respeito pela vida
e sua conseqüente dignificação.
O mesmo
fenômeno ocorre quando se trata de determinados homicídios, que são
planejados no mundo espiritual, nos quais os algozes se utilizam de enfermos por obsessão,
armando-lhes as mãos para a consumpção dos nefastos crimes.
Realizam
o trabalho a longo prazo, interferindo na conduta mental e moral do obsesso, a ponto de
interromperem-lhe os fluxos do raciocínio e da lógica, aturdindo-os e dominando-os.
Tão
perversos se apresentam alguns desses perseguidores infelizes quão
desnaturados, que se utilizam da incapacidade de reação dos pacientes para os
incorporar,
podendo saciar sua sede de vingança contra aqueles que lhes estão ao alcance.
Utilizando-se
do recurso da invisibilidade material, covardemente descarregam a adaga do ódio
nas vítimas inermes, tombando, mais tarde, na própria armadilha, porquanto não
fugirão da justiça divina instalada na própria consciência e vibrando nas Leis cósmicas,
que sempre alcançam a todos.
De
maneira idêntica, desencadeiam guerras entre grupos, povos e nações, cujos dirigentes se
encontram em sintonia com as suas terríveis programações, formando
verdadeiras legiões que se engalfinham em lutas encarniçadas visando alcançar os objetivos
infelizes a que se propõem.
Passam desconhecidas
essas causas, que os sociólogos, os políticos, os psicólogos, os religiosos não
conseguem detectar, mas que estão vivas e atuantes nas paisagens terrestres, e a reencarnação se
encarregará de corrigir sob a sublime direção de Jesus.
Na raiz
de inumeráveis males que afetam a coletividade humana, encontramos o
intercâmbio espiritual manifestando-se com segurança. As obsessões campeiam
sem ordem alguma. Isto não implica em dar margem ao pensamento de que as
criaturas terrestres se encontram à mercê das forças desagregadoras da erraticidade
inferior.
Em toda
parte está presente a misericórdia de Deus convidando ao bem, ao amor, à
alegria de viver. A opção inditosa, no entanto, de grande número de criaturas
é diversa dessa oferta, o que facilita a assimilação das idéias tenebrosas que lhe são
dirigidas.
Assim mesmo, ante a preferência das terríveis alucinações, o amor paira soberano
aguardando, e quando não é captado, a dor traz de volta o calceta, encaminhando-o para o
reto proceder mediante o oportuno despertar.
Todos
esses criminosos espirituais, terminadas as batalhas em que se empenham, passam a experimentar
incomum frustração por haverem perdido as metas que desapareceram e por
darem-se conta dos tormentos íntimos em que naufragam, descobrindo-se sem
objetivo nem razão de continuar a viver... E como não podem fugir da vida em
que se encontram, são atraídos compulsoriamente às reencarnações dolorosas, experimentando os
efeitos das hecatombes que ajudaram a ter lugar.
Mergulham,
então, na grande noite terrestre do abandono, da loucura, das anomalias, emparedados em
enfermidades reparadoras, experimentando rudes expiações, que lhes serão a
abençoada oportunidade para reencontrar o caminho do futuro.
O Mestre
Jesus foi enfático, ao enunciar: “Vinde a mim todos vós que estais cansados
e eu vos aliviarei”, complementando com segurança: “Em verdade vos digo que ninguém sairá dali
(do abismo) enquanto não pagar até o último ceitil”.
Ele
alivia todos aqueles que O buscam sob o pesado fardo das aflições, entretanto,
é
necessário que a dívida moral contraída contra a Vida seja resgatada até o
último centavo, quando então, o devedor se sentirá equilibrado para conviver com
aquele que lhe padeceu a impiedade, sendo perdoado e reconciliando-se com a
própria consciência e o seu próximo.
Somente,
portanto, através do perdão e da reconciliação, da reparação e da edificação
do bem incessante, é que o flagelo das obsessões desaparecerá da Terra de hoje e
de amanhã,
pelo que todos nós devemos empenhar desde este momento.
O amor é
o bem eterno que sobre paira em todas as situações, mesmo nas mais
calamitosas, apontando rumos e abrindo espaços para a realização da felicidade
total. Vivê-lo
em clima de abundância, é o dever a que nos devemos propor, inundando-nos com a sua
sublime energia que dimana de Deus.
Que esse
amor, procedente de nosso Pai, nos permeie todos os pensamentos, palavras e ações, são os votos que
formulamos ao terminarmos a rápida análise em torno desse tema palpitante.