Superdotados


Precocidade Infantil e Genialidade
Núcleo Fraterno Samaritanos
Magaly Sonia Gonsales

Entre muitos indícios que sugerem ser verdadeira a teoria reencarnacionista, existem dois que agruparemos aqui pelo seu especial e comum aspecto: a precocidade infantil e a genialidade.

Muito se tem escrito a respeito dos seres superdotados. Alguns autores afirmam que, em termos de saúde, já na infância e adolescência essas crianças apresentam uma saúde melhor do que seus colegas da mesma faixa etária, sendo também mais ajustados social e emocionalmente, o que equivale a dizer mais resistentes aos choques e traumas psíquicos. Vamos tentar definir o que é precocidade.



2. - Precocidade e Genialidade

Considera-se a criança como incluída nesta qualificação quando a mesma se distingue pelo desenvolvimento das faculdades e capacidades de uma forma nitidamente prematura, comparando-a aos devidos padrões mínimos e máximos da média esperada.

Como “genialidade”, entende-se uma capacidade mental criadora em altíssimo grau e muito acima dos níveis intelectuais considerados normais. Existe ainda a designação gênios-precoces”, referindo-se à crianças que prematuramente apresentam criações mentais em nível de gênios.

Existe também o termo crianças-prodígio”, que se refere tanto à precocidade, à genialidade ou à associação de ambas as qualidades.

Vamos citar alguns exemplos: Wolfgang Amadeus Mozart, nascido em 1756, aos 4 anos de idade era capaz de executar uma sonata ao piano. Aos 5, começou a compor minuetos e outras peças musicais. Aos 8 anos, já compunha uma ópera.

Era comum, à época, o comentário de que seu talento e porte tão amadurecidos não poderiam lhe proporcionar uma vida de longevidade. Tocava também outros instrumentos e é considerado hoje um dos maiores gênios precoces do mundo.

3. – Pascal e outros Gênios

Blaise Pascal, nascido em 1623, foi um célebre cientista francês. Bem cedo mostrou seu talento na área da Matemática. Pascal aprendeu geometria sozinho, descobrindo, aos 11 anos, um novo sistema geométrico. Ao completar 12 anos, escreveu um livro na área da física, sobre acústica. Aos 17 anos, alcançou entre os matemáticos um enorme sucesso com sua obra “Essai pour lês coniques”.

William Hamilton começou a falar a língua hebraica aos 3 anos de idade e, aos 7, foi declarado membro do Trinity College, em Dublin, Irlanda, tendo demonstrado nessa idade conhecimentos mais profundos do que a maior parte dos candidatos ao magistério. Com 13 anos, já falava 13 línguas clássicas e modernas. Aos 18 anos, já era considerado o maior matemático da Grã-Bretanha.

Em 1953, uma criança italiana, Gianella de Marco, conduziu a orquestra Filarmônica de Londres no Albert Hall e tinha apenas 8 anos. Francis Bacon (1561-1626), nascido em Londres, começou a cursar a Universidade de Cambridge logo aos 12 anos. Aos 15, ingressou no Gray’s Inn (Fórum) onde foi admitido como advogado.

Leibnitz, aos 8 anos, sem ter tido mestre, falava o Latim e, aos 12, grego. Gauss, aos 3 anos, resolvia alguns problemas de matemática. Trombetti, que conhecia entre línguas e dialetos perto de 300, já falava, aos 12 anos, além de sua língua natal, o alemão, o francês, o latim, o grego e o hebraico.

O famoso engenheiro sueco Ericsson, aos 12 anos de idade, era inspetor no canal marítimo de Suez e tinha sob suas ordens 600 operários. Léon Denis cita em seu livro O Problema do Ser, do Destino e da Dor um caso apresentado no Congresso Internacional de Psicologia de Paris, em 1900, pelo Professor Charles Richet.

Era o caso de um menino espanhol de 3 anos de idade, chamado Pepito Arriola, que tocava de improviso ao piano árias variadas, muito ricas em sonoridade.

4. – Alguns casos no Brasil

Em 1952, os jornais e revistas muito se ocuparam de duas crianças. A primeira, “Francisco Dorimar Arrais”, cearense residente no Rio de Janeiro, se intitulava anatomista aos 7 anos, apresentando profundo conhecimento de Biologia, Física, Química e outras ciências.

A segunda foi o capixaba “Napoleão Luís de Oliveira” possuidor de duas medalhas de ouro obtidas em programas de Rádio por revelar invulgares conhecimentos de Belas Artes, História do Brasil etc.

Na Austrália, uma menina de 6 anos de idade, de nome Renée, filha do Rev. Jack Martin, fez um sermão de mais de uma hora perante cerca de 1200 pessoas. Também cantou em russo e chinês, idiomas que ninguém lhe ensinara.

Na França, uma criança de 8 anos de idade escrevia cartas admiráveis e poemas deliciosos e, com essa idade, publicou o seu primeiro livro. Minou Drouet, em 1955, foi testada por literatos, religiosos e cientistas.

Napoleão aprendeu a ler antes dos 5 anos e, aos 7, já organizava grupos de pequenos colegas, com os quais simulava batalhas.

Miguelangelo, já era um magistral artista aos 12 anos. Voltaire aprendeu a ler aos 3 anos. Balzac, aos 8 anos, já compunha pequenas comédias. Young, o descobridor da teoria ondulatória da luz, lia aos 2 anos de idade com muita facilidade e, aos 4 anos, já havia lido a Bíblia duas vezes. E outros, tais como Walter Scott, Alexandre Dumas, Carlyle, Mozart, Goethe etc.

5. – O Espiritismo explica

Os homens ficam maravilhados com a precocidade de certas crianças e não atinam com a procedência do fenômeno. Porém, no dia em que se lembrarem de que somente de uma causa inteligente pode vir um efeito inteligente, que é o espírito, resolverão o problema. E unicamente a reencarnação dos espíritos dará resposta aos inúmeros casos de inteligência precoce.

A doutrina das vidas sucessivas, ensinada pelos povos antigos e confirmada pelos espíritos, somente ela explicará o porquê desse conhecimento incomum em crianças que não tiveram tempo de aprender nesta existência.

O homem é mais do que um corpo ambulante: é um espírito velho que teve diversas vidas noutros mundos ou aqui mesmo na Terra, lutando e aprendendo, caminhando sempre na estrada evolutiva em busca do progresso libertador e da felicidade reservada aos que perseveram no bem até o fim.

Esses casos de “crianças-prodígio” noticiados de tempos em tempos em vários lugares vêm sempre para manter a alma humana imersa no fogo sagrado da fé em sua imortalidade.

As almas, em relação às vidas sucessivas, são como pedras brutas nas mãos do lapidador, que as tornará luminosas e valorizadas.

6. – Hereditariedade

Entretanto, existem teses que contestam a reencarnação como explicação para os gênios precoces e apresentam duas hipóteses: a da hereditariedade psíquica e a da mediunidade ou paranormalidade.

Alguns também se referem à influência do meio como responsável, não só pela genialidade, como também pela precocidade desta qualidade.

No que se refere à hereditariedade, temos que colocar que até o presente momento não foi isolado qualquer gene responsável não só pela genialidade, como nem uma só molécula de DNA que confira características claras no que diz respeito à inteligência.

Porém, de acordo com a concepção espírita, embora o espírito se expresse por recursos do sistema nervoso central, cuja formação molecular é geneticamente transmissível, a origem do pensamento ou fonte do psiquismo é de natureza transcendental.

O espírito pensa, age psiquicamente, ama ou odeia, mas o veículo de transmissão é o cérebro. Não há, pois, no nível de conhecimento da genética, qualquer comprovação de que a genialidade possa ser transmitida aos descendentes, além de se constatar que os estudos das árvores genealógicas de gênios não fornece qualquer indicação desta característica nos seus ramos ancestrais.

Ao se estudar os descendentes, vemos também que a genialidade não foi transmitida como se fosse um patrimônio genético. Comum é se encontrar filhos normais ou até destoando tanto dos pais, que chamam a atenção. Sócrates, o filósofo grego, teve, segundo Aristóteles, filhos inexpressivos.

Sábios ilustres saíram de centros vulgares, como, por exemplo, Bacon, Kant, Kepler, Copérnico, Galvani, Hume, Locke, Laplace etc. D’Alembert, enjeitado, foi simplesmente encontrado na soleira da porta de uma igreja e criado por uma mulher simples, casada com um vidreiro.

Nem a ascendência de Shakespeare, nem o meio, explicam as concepções geniais desse inglês. O estudo dos descendentes dos gênios nos leva à constatação curiosa de que muitos de seus filhos eram verdadeiros patetas.

O famoso Cícero, Vespasiano, Germânico, Marco Aurélio, Carlos Magno, Henrique IV, Goethe e outros que se tornaram célebres por suas capacidades em setores diversos, deixaram filhos que não só eram considerados quase que idiotas, como, em consequência, vieram a arranhar a imagem intelectual de seus pais.

7. – Como nascem os Gênios

A “genialidade” é o fruto das aquisições e experiências pretéritas, resultante de uma longa vivência de muitas encarnações onde, por muitos séculos, se estudou, trabalhou ou pesquisou uma determinada área do conhecimento. Às vezes, foram muitos séculos de lenta e dolorosa iniciação.

A sensibilidade profunda que se observa hoje decorreu desta experiência anterior, que o torna agora acessível às influências espirituais elevadas.

8. - Genialidade e Mediunidade

Os estudiosos chegaram à conclusão de que os gênios e as crianças prodígios quase sempre são médiuns. Assim, a captação mediúnica de mensagens espirituais de elevado conteúdo requer uma condição dispositiva interna do médium, que o permite sintonizar a mesma freqüência daquele que transmite a informação.

São ondas mentais de alta freqüência vibratória emanadas pelos transmissores (espíritos), que necessitam também de alta freqüência mental do receptor (médium) para se estabelecer o contato.

As crianças consideradas como “gênios precoces” podem manifestar seus talentos a cada momento que lhes for solicitado, como nós mesmos fazemos com nossas possibilidades psíquicas.

Observando-se atentamente os casos de genialidade precoce, percebe-se que o gênio dos “meninos-prodígio” lhes é muito pessoal, a manifestação da genialidade é regida pela vontade de cada criança.

Assim, a inspiração exterior e os valores da aquisição pessoal de muitas encarnações anteriores que se afinizam e se atraem é que compõem o quadro da genialidade.

O espírito não é feito de uma só vez. Suas faculdades, suas qualidades, seus bens intelectuais e morais, em vez de se esvaírem, capitalizam-se, aumentam de século a século.

Por isso, vemos a brilhante superioridade de certas inteligências que têm vivido muito, trabalhando intensamente e, sobretudo, integrado em si mesmas as experiências vivenciadas anteriormente. O espírito é que se expressa pelos recursos disponíveis no sistema nervoso central.

9. - Memória Transcendental

Sabemos também que a estrutura transcendental do corpo espiritual, que vibra em outra dimensão, traz em seu bojo os arquivos energéticos que constituem sua individualidade ou seu patrimônio específico.

No entanto, como o corpo espiritual se fixa nas moléculas do corpo físico, fica limitado à consciência desta vida, ao se expressar pelo cérebro virgem dos registros pretéritos.

Não se recorda, habitualmente, das encarnações passadas, porém o potencial criativo permanece íntegro e se expressa à medida que o sistema nervoso central o permita.

Portanto, como a própria vida nos demonstra, tudo evolui rumo à perfeição infinita. Louvado seja Deus que nos dá tão grande esperança de melhores dias.

A certeza de que, cedo ou tarde, depois de purificados através das vidas sucessivas, estaremos com Ele para o que de melhor nos destinar.